Dados sobre reservas de gás da Eneva reforçam tese de investimento, diz BTG
Analista vê possibilidade de empresa vender volume excedente, o que elevaria o preço das ações em R$ 4,40
O BTG Pactual está otimista com as perspectivas da Eneva (ENEV3), principalmente após a companhia reportar um aumento no volume de suas reservas certificadas de gás natural na Bacia do Amazonas.
O analista João Pimentel viu sua visão positiva da empresa – ele já recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 55,00 – ser reforçada após ela anunciar, na noite de quarta-feira (6), que o volume das reservas 2P (reservas remanescentes) na Bacia do Amazonas é 61% superior ao calculado anteriormente, somando 5,8 bilhões de metros cúbicos.
A mudança foi promovida pela consultoria GCA, que realizou uma auditoria das reservas dos campos de gás natural da Eneva.
No comunicado, a companhia informou que o aumento de 60% no cálculo da reserva do campo ocorreu após a perfuração de três poços produtores.
“A incorporação dos dados de perfilagem dos poços perfurados ao modelo geológico evidenciou um aumento da área da estrutura e um contato gás e água mais profundo do que a estimativa anterior”, diz ela.
Destravando valor
Para o analista do BTG Pactual, a notícia é bastante positiva, porque a estimativa anterior era suficiente para a Eneva honrar apenas as necessidades da usina Jaguatirica II, da própria companhia.
Com 2,2 bilhões de metros cúbicos de reserva de gás excedente, a companhia pode vender este superávit no mercado ou para Manaus, por meio de gás natural liquefeito.
Se a Eneva conseguir comercializar esse saldo a um preço de US$ 10,00 por milhão de unidades térmicas britânicas (MMBtu), a expectativa é de que gere um ganho de quase R$ 1,4 bilhão, um acréscimo de R$ 4,40 ao preço-alvo do BTG Pactual.
“O anúncio adiciona mais um catalisador para a tese de investimentos”, diz trecho do relatório. “Não apenas a Eneva conseguirá monetizar imediatamente esta descoberta adicional de gás, mas no longo prazo – considerando um despacho abaixo de 100% da planta de Jaguatirica II – esperamos que mais gás esteja disponível para vendas no futuro.”