O plano da BRF: colocar comida na sua mesa e ração no potinho do seu pet
A BRF comprou o grupo Hercosul, produtor e distribuidor de ração para cães e gatos, fortalecendo sua posição no mercado. Entenda o racional:
A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, já é líder nos quatro principais segmentos em que atua: frios, manteigas, congelados e embutidos. Sendo assim, como continuar se expandindo? A resposta está na criação e ampliação de novas avenidas de crescimento — e uma delas é o mercado pet.
Não, a empresa não vai vender presunto e mortadela para o seu bicho de estimação — na verdade, ela já é dona das marcas de ração Balance e Gud. Mas a gigante do setor de alimentos para humanos acaba de reforçar sua presença no segmento de comida para animais: comprou o grupo Hercosul, produtor e distribuidor de ração para cães e gatos.
É um movimento que parece inusitado à primeira vista, mas que já vinha sendo ensaiado pela BRF. No fim do ano passado, a companhia divulgou seu plano estratégico para 2030 — e o documento já colocava o segmento pet como uma das prioridades.
A aquisição do grupo Hercosul não teve o valor revelado, o que impede uma análise mais aprofundada do impacto financeiro da operação. No entanto, o racional é bastante claro: após conquistar as mesas dos brasileiros, a BRF quer abastecer o potinho dos animais de estimação.
Hercosul para o pet
O grupo Hercosul é dono das marcas Biofresh, Three Dogs, Three Cats, Primocão, Primogato, Apolo e Átila. Os produtos têm distribuição em todo o país, embora sejam particularmente fortes na região Sul.
Mais que isso: a empresa exporta para diversos mercados na América Latina e África — a fábrica mais recente do grupo Hercosul, inclusive, está no distrito paraguaio de Doctor Juán Leon Mallorquín.
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Essa instalação no Paraguai é um diferencial competitivo para a companhia, como destaca a Ativa Investimentos. Como os custos de produção são menores no país vizinho, os produtos acabam chegando ao mercado brasileiro com preços mais baixos que a concorrência.
O interesse da BRF no segmento pet não é à toa: dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET) mostram que, em 2019, o brasileiro gastou mais de R$ 16 bilhões com ração animal — uma alta de 8,4% em relação ao ano anterior.
Ainda segundo a ABINPET, o Brasil tinha quase 142 milhões de animais de estimação em 2019, sendo 55 milhões de cães (+1,7% em um ano) e 25 milhões de gatos (+3%) — um mercado consumidor nada desprezível, convenhamos.
E o próprio grupo Hercosul é uma força relevante nesse universo, com uma participação de mercado de 4% no setor de ração para cães e gatos — o que significa que a BRF já chega com tudo nessa nova avenida de crescimento.
Há empresas mais poderosas, como a Mars (dona das marcas Pedigree, Whiskas e Royal Canin, entre outras), a PremierPet (Premier, Golden e Vitta) e a Nestlé (Purina). Ainda assim, o plano da BRF é ambicioso: ser uma das líderes no ramo até 2025.
BRF e a diversificação
Na ocasião do lançamento dos planos para 2030, a BRF afirmou que o mercado pet tem um crescimento estimado de 12% ao ano, podendo movimentar R$ 40 bilhões anuais. E, considerando a distribuição geográfica mais ampla da companhia, os custos de distribuição das rações tendem a ser reduzidos, o que traria ganhos de competitividade em relação aos rivais.
"A BRF também espera ocupar posição de protagonismo no mercado de substitutos de carne e novas fontes de proteína, no qual deverá ocorrer a maior transformação do setor de alimentos", disse a empresa, afirmando que esse mercado poderá superar os R$ 13 bilhões no futuro.
As chamadas carnes vegetais também estão na mira da JBS, que concluiu a compra da Vivera, uma empresa europeia de produtos a base de plantas — uma notícia que foi eclipsada pela mega-aquisição da Kerry Foods pela Pilgrim's Pride, sua subsidiária nos EUA.
Embora alinhada com o plano estratégico da BRF, a aquisição do grupo Hercosul não empolgou o mercado: nesta manhã, as ações ON da companhia (BRFS3) operavam em leve queda de 0,35%, a R$ 28,82.
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