As big techs na balança: veja como foi o trimestre de Google, Microsoft e Twitter
Três das principais big techs americanas reportaram seus balanços nesta noite; veja como se saíram Alphabet/Google, Microsoft e Twitter
A temporada de balanços nos Estados Unidos tem um dia bastante agitado: Alphabet/Google, Microsoft e Twitter — três das principais empresas de tecnologia do mundo — divulgaram seus balanços trimestrais nesta noite de terça-feira (26). E, a julgar pela reação do after market em Nova York, os números das big techs agradaram os investidores.
A Alphabet, controladora do Google, superou as expectativas dos analistas, reportando um crescimento de 43% nas receitas com propagandas — o lucro por ação foi recorde pelo terceiro trimestre consecutivo, chegando a US$ 27,99. O cenário foi parecido na Microsoft, com receita e lucro acima das projeções de Wall Street.
No caso do Twitter, a receita líquida de US$ 1,14 bilhão no trimestre ficou em linha com as expectativas. Ainda assim, a notícia foi comemorada: muitos analistas temiam que as mudanças na política de privacidade da Apple, dificultando a implantação de anúncios direcionados, teria um impacto mais relevante nas finanças da companhia.
Veja abaixo um resumo dos balanços trimestrais das três gigantes de tecnologia.
Alphabet/Google (GOGL34)
- Receita líquida total: US$ 65,1 bilhões (+41% a/a);
- Receita líquida com propagandas: US$ 53,1 bilhões (+43% a/a);
- Lucro operacional: US$ 21 bilhões (+32% a/a);
- Lucro líquido: US$ 18,9 bilhões (+68% a/a);
- Lucro por ação: US$ 27,99.
Em linhas gerais, todas as divisões da Alphabet reportaram expansão em suas receitas, com destaque para as inserções de propaganda. O Google Search foi responsável por US$ 37,9 bilhões, alta de 44%; o YouTube Ads gerou US$ 7,2 bilhões (+43%) e o Google Network fechou o trimestre com US$ 8 bilhões (+40%).
O Google Cloud, serviço de computação em nuvem da companhia, também teve uma expansão intensa: a receita líquida chegou a US$ 5 bilhões, aumentando 43% em um ano. Ainda assim, o Cloud segue no vermelho em termos operacionais, reportando um prejuízo de US$ 644 milhões.
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"Os resultados do trimestre mostram como os investimentos nos permitem a construção de produtos mais úteis para as pessoas e nossos parceiros", disse Sundar Pichai, CEO da Alphabet e do Google, em mensagem aos acionistas. "Conforme a transformação digital e a mudança para o trabalho híbrido continuam, nossos serviços em nuvem ajudam as organizações a permanecerem seguras".
As ações da Alphabet na Nasdaq (GOGL) tiveram uma reação tímida no after market: após a divulgação do balanço, os papéis registravam leve baixa de 0,64% por volta de 19h20 (horário de Brasília), a US$ 2.775,66. Na B3, os BDRs da empresa (GOGL34) fecharam o dia em alta de 1,52%, a R$ 103,73; no ano, os ganhos ultrapassam os 72%.
Microsoft (MSFT34)
- Receita líquida: US$ 45,3 bilhões (+22% a/a);
- Lucro operacional: US$ 20,2 bilhões (+27% a/a);
- Lucro líquido: US$ 20,5 bilhões (+48% a/a);
- Lucro por ação: US$ 2,71.
Na Microsoft, a divisão de Produtividade e Processos de Negócios teve receita de US$ 15 bilhões, alta de 22% em um ano — essa área engloba os produtos Office, o LinkedIn e os serviços de nuvem voltados ao consumidor final.
No segmento de Intelligent Cloud, que diz respeito aos servidores e aos serviços de nuvem para empresas, o avanço foi de 31%, para US$ 17 bilhões; por fim, a divisão de Computação Pessoal teve receita de US$ 13,3 bilhões, um crescimento de 12% na mesma base de comparação — os sistemas operacionais Windows e os consoles Xbox são os carros-chefes aqui.
"A tecnologia digital é uma força deflacionária numa economia inflacionária", disse Satya Nadella, CEO da Microsoft, em mensagem aos acionistas. "Empresas — pequenas e grandes — podem melhorar a produtividade e a competitividade de seus produtos e serviços ao abraçarem a tecnologia".
Por volta de 19h20, as ações da Microsoft (MSFT) subiam 1,74% no after market americano, a US$ 315,35. No Brasil, os BDRs da companhia (MSFT34) fecharam o pregão a R$ 72,08, em alta de 1,07%; no ano, acumulam valorização de 50,2%.
Twitter (TWTR34)
- Receita líquida: US$ 1,28 bilhão (+37% a/a);
- Base monetizada de usuários: 211 milhões (+13% a/a)
- Prejuízo operacional: US$742,5 milhões (lucro de US$ 56,1 milhões no terceiro trimestre de 2020);
- Prejuízo líquido: US$ 536,8 milhões (lucro de 28,7% no terceiro trimestre de 2020);
- Prejuízo por ação: US$ 0,67 (lucro de US$ 0,04 no terceiro trimestre de 2020).
O balanço do Twitter tem vários elementos a serem considerados. Em primeiro lugar, chama a atenção o prejuízo líquido de US$ 536,8 milhões, reflexo de um acordo jurídico com um acionista que processou a empresa — o impacto financeiro lançado nos resultados foi da ordem de US$ 766 milhões.
Dito isso, as tendências operacionais exibidas pela companhia agradaram os investidores. A base monetizada — ou seja, o total de usuários ativos diários que recebem anúncios direcionados —, ficou em linha com as expectativas dos analistas.
Além disso, a expansão na receita líquida afastou os temores quanto ao eventual impacto causado pelas mudanças na política de segurança da Apple; empresas como Facebook e Snapchat relataram dificuldades para medir e direcionar anúncios aos usuários de iPhone desde que as novas práticas foram adotadas.
Para o quarto trimestre, o Twitter projeta uma receita líquida entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,6 bilhão, com lucro operacional entre US$ 130 milhões e US$ 180 milhões.
Considerando tudo isso, as ações do Twitter (TWTR) operavam em alta de 2,96% no after market de Nova York, a US$ 63,25. Na B3, os BDRs da companhia (TWTR34) fecharam o pregão desta terça-feira em queda de 1,90%, a R$ 170,58; desde o começo do ano, acumulam ganhos de 20,8%.
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