Azul (AZUL4) fecha o trimestre com lucro de R$ 1 bi, mas operações continuam no vermelho
Ganhos com a variação cambial turbinaram o balanço da Azul (AZUL4); embora a demanda esteja se recuperando, os custos seguem trazendo pressão

O avanço da vacinação tem ajudado o setor aéreo a se recuperar gradualmente. Ainda assim, o segundo trimestre de 2021 continuou desafiador para as companhias — e o resultado da Azul (AZUL4) no período apenas comprova essa percepção.
A empresa reportou lucro de R$ 1,07 bilhão entre abril e junho, revertendo parte das perdas de R$ 2,9 bilhões contabilizadas há um ano. Mas boa parte dessa cifra se deve aos ganhos obtidos com a variação cambial; as operações em si continuam no vermelho.
Ainda assim, vale ressaltar que a Azul conseguiu fortalecer seu caixa ao longo do trimestre: com uma oferta de US$ 600 milhões em títulos de dívida, a companhia atingiu uma posição de liquidez de R$ 5,5 bilhões — uma ótima notícia, considerando as turbulências de curto prazo a que o setor ainda está sujeito.
Azul: receita e custos em alta
A comparação com o segundo trimestre de 2020 é pouco útil, uma vez que o intervalo entre abril e junho do ano passado foi marcado por uma paralisia quase completa do setor aéreo — o balanço da Gol também foi marcado por distorções dessa natureza.
Dito isso, a Azul fechou o segundo trimestre de 2021 com receita líquida de R$ 1,7 bilhão, mais que o quádruplo dos R$ 401 milhões reportados há um ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a receita da Azul caiu 35%.
A recuperação da receita, naturalmente, está relacionada à maior demanda por voos: com a vacinação contra a Covid-19 ganhando força, o setor de viagens começa a ensaiar uma recuperação gradual. Mas, com mais voos em operação, também aumentam os custos da Azul: o salto foi de 72%, para R$ 2,1 bilhões.
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Ou seja: as despesas continuam sendo maiores que as receitas. O resultado operacional, assim, ficou negativo em R$ 400,2 milhões — um desempenho que, embora negativo, foi melhor que o visto entre abril e junho de 2020, quando a linha estava negativa em R$ 820,2 milhões.
Dito isso, como a Azul conseguiu fechar o trimestre no... azul?
A explicação está na linha do resultado financeiro: a companhia teve um ganho líquido de R$ 2,28 bilhões com variações monetárias e cambiais no período. Como o dólar se desvalorizou ante o real entre os períodos em questão, o montante da dívida da Azul denominado na moeda americana acabou diminuindo quando convertido para a divisa local — um efeito semelhante foi visto no balanço da Suzano no trimestre.
Desconsiderando esses ganhos com a variação do câmbio, a Azul teria tido prejuízo de R$ 1,17 bilhão entre abril e junho deste ano, perda 21,5% menor na comparação anual.
Veja abaixo como ficaram as margens da Azul:
- Margem operacional (Ebit): -23,5% (era -204,2% no 2T20);
- Margem Ebitda: -50,9% (era -324,3% no 2T20);
- Margem líquida: 63% (era -731% no 2T20);
- Margem líquida ajustada: -68,6% (era -371% no 2T20).
A Azul encerrou o trimestre com dívida bruta de R$ 20,4 bilhões, alta de 5,1% em relação ao nível visto em março. Considerando que a posição de liquidez imediata da companhia era de R$ 5,5 bilhões e que há mais R$ 1 bilhão em recebíveis de longo prazo, a dívida líquida era de R$ 13,8 bilhões — montante 7,6% menor que o visto ao fim do primeiro trimestre.

AZUL4 na bolsa
Na B3, as ações PN da Azul (AZUL4) abriram o pregão desta quinta-feira em leve baixa de 0,45%, a R$ 37,55, acumulando queda de 11,5% em agosto. Apesar do mau desempenho no mês, os papéis da aérea têm alta de 87% num período de 12 meses.
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