Aura (AURA33) pode mais do que dobrar produção até 2024 e potencial de alta do papel é de 40%
O BTG Pactual projeta preço-alvo de R$ 67 para mineradora e diz que se promessas forem cumpridas, desconto em relação aos seus pares deve diminuir
Quando Carla Diaz interpretou Khadija em O Clone, ela nunca imaginou que seu bordão “Inshalá. Eu quero muito ouro!” ia ganhar novos contornos para os investidores. Exatos 20 anos depois da primeira exibição da novela, a célebre frase virou a representação do que pode ser o futuro da Aura Minerals (AURA33).
O BTG Pactual iniciou a cobertura para a empresa com recomendação de compra e fixou o preço-alvo para 2022 em R$ 67, o que implica em um potencial de alta de quase 41,6% em relação ao fechamento desta quinta-feira (9), de R$ 47,31.
O banco acredita que a mineradora poderá dobrar sua produção até 2024 em comparação aos níveis de 2020 — e que, nos preços atuais, esse salto ainda não está precificado.
Segundo os analistas da instituição, os papéis da Aura são negociados com desconto em relação aos seus pares. Portanto, se a empresa cumprir suas promessas de crescimento, esse desconto deve diminuir no médio prazo.
Na avaliação do BTG, adicionar ouro à carteira de investimentos melhora os retornos ajustados ao risco; além disso, a alta exposição ao dólar serve como proteção em relação ao real em tempos de incerteza no Brasil.
“A Aura pagou um rendimento de dividendos de cerca de 15% em 2021 e tem uma política de dividendos baseada em geração de fluxo de caixa. Espere rendimentos decentes à frente, considerando que a empresa está atualmente com uma posição de caixa líquido”, diz a instituição.
Riscos da Aura
Apesar de um cenário brilhante estar se desenhando para a Aura, o BTG alerta para os riscos. A instituição chama atenção para o efeito do aperto monetário dos bancos centrais, que pode representar um fator de queda para os preços do ouro.
Além disso, a instituição cita atrasos de projeto e estouro de capex. “Mesmo que pequenos atrasos possam prejudicar a confiança de curto prazo, acreditamos que isso não deve desfazer a história do longo prazo”, diz a instituição.
A baixa liquidez em comparação com outras empresas pode afastar os investidores e impactar o desempenho das ações no curto prazo, ainda de acordo com o BTG.
Recorde de produção
A Aura bateu recordes de produção de ouro no terceiro trimestre. Entre julho e setembro deste ano, a mineradora produziu 61,6 mil onças equivalentes de ouro (GEO) — uma unidade de medida meio estranha mas que mostra um resultado positivo, representando um crescimento de 7% na comparação com o mesmo período de 2020.
Em relação aos volumes acumulados em 12 meses, a companhia atingiu a marca de 260,4 mil GEOs ao fim de setembro, um novo recorde na série histórica.
Aura na bolsa
A Aura tem BDRs negociados na B3 sob o código AURA33; nesta quinta-feira (09), os ativos mostraram terminaram o dia em queda de 3,35%, cotados a R$ 47,31.
Desde o começo do ano, a queda acumulada é de 8,61%, mas isso não tira a visão positiva do BTG Pactual sobre a empresa, citando que as métricas de retorno acima de 30% mostram como a empresa tem sido capaz de reverter ativos que estavam com baixo desempenho.
“A atual equipe de gestão - em vigor desde 2016 - realizou uma reviravolta na empresa, reduzindo custos, elevando a produção e reiniciando minas paradas”, diz a instituição.