“Diferentona”, Ambipar prevê crescimento de dois dígitos do Ebitda em 2021
Única da área de gestão ambiental na B3, empresa planeja expandir atuação nos Estados Unidos por meio de novas aquisições
Responda rápido (e honestamente): você sabe quem é a Ambipar (AMBP3) e o que ela faz?
Se a sua resposta foi não, calma, você não está sozinho. Tem muito investidor dito qualificado por aí que também não conseguiria responder a esta pergunta.
Explicar quem é a Ambipar e o que ela faz foi um dos desafios que os executivos se depararam durante o encontro que empresas e bancos fazem com investidores antes de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o chamado roadshow.
Também, pudera. Não há nenhuma companhia na Bolsa que atua na mesma área que a Ambipar – de gestão ambiental, com uma divisão de valorização de resíduos e outra de atendimentos de acidentes envolvendo produtos químicos.
“Para 99% [dos investidores] foi novo”, disse a CEO da Ambipar, Cristina Andriotti, em entrevista exclusiva. “O nosso roadshow foi basicamente explicar o que era o nosso negócio nas duas verticais, porque nenhum [investidor] conhecia.”
Além de ser a única empresa de gestão ambiental na B3, ela é uma das poucas a ser comandada por uma mulher – para se ter uma ideia, todas as companhias que compõem o Ibovespa são encabeçadas por homens.
Leia Também
Mas ser diferente dos outros é considerado pelos executivos um dos principais pontos da tese de investimento da Ambipar. Desde que foi fundada em 1995, a empresa aposta no desenvolvimento de tecnologias próprias para uma área que apenas recentemente ganhou importância, diante da conscientização da sociedade e do mundo financeiro sobre a necessidade de preservação do meio ambiente.
Enquanto outros nomes ainda se posicionam no mercado, a Ambipar já é considerada referência em gestão ambiental, com presença em 15 países, 3 mil funcionários e uma receita na casa de R$ 500 milhões.
E a empresa não demonstra sinais de que vai se acomodar. A administração já tem planos de continuar a expandir as atividades, principalmente no exterior, e prevê fechar o ano com um crescimento de dois dígitos do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
Tirando dinheiro do lixo
Sediada em Nova Odessa, interior de São Paulo, a Ambipar foi fundada por Tercio Borlenghi Junior, atualmente presidente do conselho de administração e acionista controlador, com 56,2% do capital social (a quantidade de ações em circulação no mercado é de 33,3%).
Cristina – que entrou na empresa há 12 anos como diretora de serviços – contou que Borlenghi quis fundar uma empresa de gerenciamento de resíduos quando esta questão não era discutida no País. E mais, teve a ambição de transformar os resíduos em novos produtos.
“Lixo era lixo, e normalmente, seja industrial ou comercial, ia para aterro”, disse. “Era complicado naquele momento prospectar os clientes, porque isso era um tema muito novo no Brasil, valorizar resíduos.”
Um dos primeiros contratos da Ambipar foi com a indústria de papel e celulose, grande geradora de resíduos. Com uma política de aterro zero, a empresa apostou na técnica da compostagem, processo de decomposição de materiais, o que resultou na geração de adubo orgânico, que acabou sendo utilizado nas florestas deste cliente – os executivos da Ambipar não revelam com quem têm contratos, mas afirmam que trabalham com grandes nomes da Bolsa.
“Nós somos uma das pioneiras a montar compostagem a partir de lodo industrial. O primeiro pátio de compostagem aqui, no Estado de São Paulo, é da Ambipar. Esse pátio existe até hoje”, diz a CEO.
O sucesso fez a Ambipar investir para além da gestão de resíduos vindos da área de papel e celulose. Apostando no desenvolvimento de tecnologia própria, a empresa expandiu para outros segmentos, como a indústria de cosméticos e mineração. E com a questão da preservação do meio ambiente em voga pelo mundo, abordar os clientes ficou muito fácil.
- No Seleção Empiricus, Max Bohm cita a Ambipar como uma ação fora do radar e que está barata (veja vídeo abaixo, no trecho 1h07min)
Respondendo a acidentes
Ser dominante numa área poderia ser suficiente para qualquer empresa, mas a Ambipar resolveu desbravar outro mercado. Em 2008, ela criou a parte de response.
Esta divisão atua em gerenciamento de crises e atendimento a emergências ambientais, químicas e biológicas. Ela possui uma série de especialistas capacitados para lidar com acidentes envolvendo produtos químicos e poluentes, atuando em diversos modais de transporte, com 150 bases de atendimento espalhadas pelo Brasil e o mundo.
Pode até parecer que a Ambipar fugiu do escopo original de negócios quando inaugurou a frente de response, mas Cristina explicou que há muita sinergia com a parte de gestão de resíduos.
“A maioria das emergências [atendidas] é um tombamento numa área verde, de preservação, de nascente de rio. Se não for feito da forma correta, com equipes especializadas, você tem um grande estrago ambiental”, disse.
A divisão chegou, inclusive, a atuar durante a pandemia, dado que também é especializada em desinfecção de ambientes. Em fevereiro, quando o governo do Reino Unido retirou seus cidadãos da cidade de Wuhan, epicentro da covid-19 na China, a Ambipar foi chamada pelas autoridades para realizar a descontaminação das aeronaves usadas no translado.
Este e outros episódios ajudaram a Ambipar a acessar mercados em que ela não atuava, como varejo e alimentos. Como parte da veia inovadora, ela desenvolveu um desinfetante composto por nano partículas e reagentes capazes de inativar a covid-19 e outros vírus presentes no ambiente e em superfícies.
Apesar de mais nova, a divisão de response respondeu por quase 52% da receita líquida da Ambipar no terceiro trimestre. Com R$ 91,3 milhões, a receita do segmento registrou alta de 56% em relação ao mesmo período de 2019, puxada pelas operações fora do Brasil, onde a administração entende que está o caminho do crescimento.
Abrir capital para ganhar o mundo
Mesmo com presença no exterior e com atividades consolidadas no País, a Ambipar ambicionava por mais, especialmente fora do País. Para não ficar estagnada, a empresa precisava de capital. E foi aí que entrou o IPO.
A Ambipar estreou no mercado acionário em meados de julho. Mesmo com a pandemia pesando sobre o desempenho da Bolsa, a empresa conseguiu precificar as ações no topo da faixa indicativa, em R$ 24,75, levantando R$ 1,08 bilhão. E no final do primeiro dia de negócios, as ações fecharam com alta de mais de 18%.
Os planos de abertura de capital já estavam sendo preparados há muito tempo. Em 2012, ela realizou uma reorganização societária, virando uma holding. Além disso, investiu durante este período para ganhar “musculatura”, adquirindo empresas na América do Sul, Europa e Estados Unidos. Tudo isso para estar pronta para abrir o capital.
“O que nos motivou a ir para o IPO foi a vontade de expandir e sermos maiores, mas para isso precisávamos de mais investimento, de investir mais no negócio. O Tércio é uma pessoa que sempre falou ‘olha, sei exatamente para onde quero ir’”, afirmou a CEO.
A maior parte dos recursos levantados foi destinada justamente para novas fusões e aquisições. Com o foco voltado na expansão de sua presença no mercado de atendimento emergencial nos Estados Unidos, a Ambpar fez algumas aquisições desde o IPO, caso da Intracoastal Environmental, One Stop Environmental Services e Allied International Emergency. Com estas empresas, ela passou a ter bases de atendimento nos estados do Texas, Alabama, Georgia e Flórida
Segundo o CFO e diretor de relações institucionais, Thiago Silva, a ideia é replicar nos Estados Unidos a estrutura criada aqui no Brasil, com padronização de procedimentos e centralização dos atendimentos de chamadas. Ele explica que, nos Estados Unidos, os serviços de atendimento emergencial são bastante pulverizados, sem um grande nome nacional.
“A gente acredita que replicando a estrutura lá, fazendo aquisições de empresas regionais ou especializadas em um tipo de produto químico ou modal de transporte, levando toda essa standarização e criando essa central de emergência, além de criar bastante sinergia, temos um potencial enorme de crescimento”, disse. “Mas longe de querer consolidar o mercado americano, até porque o maior player não tem nem 4% [de participação], é um mercado muito grande.”
O foco lá fora não significa que os recursos do IPO não foram utilizados no Brasil também. A ideia é fortalecer ainda mais a parte de gestão de resíduos em áreas em que a Ambipar é pouco presente, especialmente no Norte e Nordeste.
Recentemente, ela anunciou a aquisição de 60% de participação na AFC Soluções Ambientais, que atua com gerenciamento de resíduos industriais em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Também no segmento de meio ambiente, a Ambipar adquiriu, no ano passado, a Verde Ghaia e a Âmbito Negócios Sustentáveis, duas empresas especializadas em sistemas de monitoramento legal capazes de monitorar alterações em requisitos da legislação ambiental e realizar a gestão de prazos de licenças.
E para não dizer que o IPO fez com que a Ambipar deixasse de investir em tecnologia própria, Cristina promete revelar em breve um novo produto que permitirá aos clientes rastrear os resíduos. A perspectiva é de que ele seja lançado ainda neste semestre.
“Eu quero que cada um dos meus clientes tenha absoluta certeza, 24 horas por dia eles vão poder acessar, é o que estamos fazendo com os resíduos. De que forma eles estão sendo valorizados e para onde eles estão sendo destinados”, disse.
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
A negociação será feita com apoio da Apollo Capital Management, parceira da Concord, gigante de private equity dos EUA
O Galaxy desbanca o iPhone: Apple (AAPL34) perde liderança global de smartphones no 1T24
Embora o setor esteja em crescimento, a gigante de tecnologia apresentou uma queda de quase 10% nas remessas de iPhone no primeiro trimestre do ano
Os ‘cigarrinhos’ de chocolate vão voltar: Pan é vendida em leilão por R$ 3,1 milhões
Companhia entrou em recuperação judicial em 2021, mas o processo não foi bem sucedido e dois anos depois decretou falência
O pior já passou? O que diz a Fitch sobre as empresas brasileiras um mês após ter elevado a nota de crédito do Brasil
As empresas sob o guarda-chuva da agência de classificação de risco têm R$ 425 bilhões em dívidas com vencimento até 2024; o número assusta, mas pode não ser tão ruim assim; entenda por quê
Big techs na mira: Google (GOGL34) é multado por União Europeia e Coreia do Sul em bilhões de dólares
A maior das penalidades foi de US$ 4,126 bilhões, referente a um processo aberto pela União Europeia em 2015 por práticas anticompetitivas
Elon Musk quer te ouvir: Onde a Tesla deve instalar a próxima rede de carregadores para os carros elétricos?
Tesla Charging pediu que o público comentasse os locais que desejam que seja inaugurada uma nova unidade de Supercharger. Os nomes mais curtidos devem entrar para uma votação oficial da empresa
Café com selo colecionável: Starbucks (SBUB34) anuncia programa de fidelidade com NFT; entenda como vai funcionar
O “selo digital” é uma recompensa para clientes membros do ‘Starbucks Rewards’ e funcionários nos EUA; a iniciativa deve ser lançada ainda neste ano
De olho no varejo digital, Raia Drogasil (RADL3) compra startup de tecnologia focada em soluções de mídia
Segundo a RD, a aquisição da eLoopz deve fortalecer a estratégia de publicidade dos anunciantes nos canais físicos e digitais da companhia
Twitter, Vale e Americanas têm processos seletivos abertos para estágio e trainee; veja oportunidades com bolsas-auxílio de até R$ 7 mil
Os processos seletivos aceitam candidaturas até outubro, com início previsto a partir de janeiro de 2023
Vagas de emprego: PagBank PagSeguro, C6 Bank e Banco Inter estão com processos seletivos abertos; confira as principais oportunidades da semana
Ao todo, são mais de 200 vagas de emprego para diversas áreas no formato híbrido ou remoto, em todo o país
Vale e Ambev estão processos seletivos abertos para estágio e trainee; veja oportunidades com bolsas-auxílio de até R$ 7 mil
Os processos seletivos aceitam candidaturas até setembro, com início previsto a partir de janeiro de 2023
IRB (IRBR3) lidera pelotão de perdas do Ibovespa e Eztec (EZTC3) vai na direção oposta — veja o que foi destaque na bolsa na semana
Lá fora, as negociações da semana continuaram sendo marcadas pela expectativa em torno da condução da política monetária do Federal Reserve; por aqui, o principal índice da B3 acumulou perdas de 1,28%
Gerdau (GGBR4) e Randon (RAPT4) se unem para competir com a Vamos (VAMO3) no ramo de locação de caminhões
As duas empresas vão investir R$ 250 milhões em uma joint venture para atuar no segmento; ações reagem em alta ao negócio
JHSF (JHSF3) é ação de luxo com potencial de valorização de mais de 60%; saiba por que vale a pena ter
O Bank of America iniciou a cobertura da empresa com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10,50
Mais que petróleo! Como a PRIO (PRIO3) pode lucrar com a compra da Dommo (DMMO3), a antiga joia do império de Eike Batista
A Prisma Capital, dona da antiga OGX de Eike Batista, estava em busca de um comprador para a Dommo Energia e assinou na quinta-feira (01) um memorando de entendimento com a PetroRio, que deve assumir a empresa
Vagas de emprego: Ambev está com inscrições abertas; confira as principais oportunidades da semana
Ao todo, são mais de 200 vagas de emprego para diversas áreas no formato híbrido ou remoto
IRB (IRBR3) desaba novamente e especulação continua após definição da oferta de ações a R$ 1,00; entenda
Taxas do aluguel de ações do IRB chegam a 300%; investidores aproveitam para operar vendidos de olho na diferença entre as cotações de mercado e o valor da oferta
Vai um descontão aí? IRB (IRBR3) lança ações a R$ 1,00 para sair do fundo do poço – e poderia ter sido pior; papéis desabam na B3
O valor foi pressionado pelo desenho da oferta: o IRB (IRBR3) pretendia emitir 597.014.925 ações, mas o montante acabou acrescido em 101%
PRIO (PRIO3) assina memorando para combinação de negócios com a Dommo Energia (DMMO3); veja detalhes do acordo entre as petroleiras de Nelson Tanure e Prisma Capital
As ações da companhia serão transferidas da Prisma, gestora especializada em ativos problemáticos e complexos, para uma sociedade cujo capital será integralmente detido pela PRIO
Eletrobras (ELET3) vai pagar mais de R$ 1,3 bilhão em dividendos na próxima semana e o valor por ação cresceu; veja quem tem direito à bolada
A empresa guardou uma surpresa para os acionistas no valor por ação da distribuição, que foi atualizado com base na variação da taxa Selic