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O FISCAL ENLOUQUECEU

Com furo no teto, XP e BTG já esperam que a Selic suba 1,5 ponto percentual na próxima semana

A corretora também reviu suas projeções para o câmbio, inflação e PIB deste e do próximo ano

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22 de outubro de 2021
20:39
bloquinhos com o símbolo de porecentagem, indicando elevação da taxa Selic e dos Juros; renda fixa | Selic
A XP agora espera dois aumentos de 1,5 ponto porcentual dos juros nas reuniões do Copom de outubro e dezembro. Imagem: Shuterstock

A piora do arcabouço fiscal no Brasil nas últimas semanas desencadeou uma revisão do cenário da XP Investimentos e do BTG Pactual. A corretora e o banco de investimentos informaram uma elevação nas previsões para a taxa básica de juros brasileira, a Selic.

A XP agora espera dois aumentos de 1,5 ponto porcentual dos juros nas reuniões do Copom de outubro e dezembro, contra aposta de 1 ponto anterior. A equipe de research do BTG também prevê uma alta de 1,5 pp no encontro da próxima semana, elevando os juros dos atuais 6,25% ao ano para 7,75%.

Para ambos, a taxa chegaria ao fim de 2021 próxima aos 9% ao ano. Já para 2022, a corretora estima que, com duas altas de 1 ponto e 0,75 ponto, a Selic chegue a 11% no fim do ciclo de aperto.

Câmbio e inflação também seguem pressionados

Com o aumento do risco fiscal, a XP elevou as projeções de dólar no fim de 2021 e 2022 para R$ 5,70, de R$ 5,20 e R$ 5,10, respectivamente.

Na esteira da depreciação cambial e da piora das expectativas de inflação, a corretora aumentou também suas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 (9,0% para 9,1%) e 2022 (3,9% para 5,2%) — esta última acima do teto da meta do ano que vem, de 5,0%.

"A inflação mais elevada à frente acontece não apenas pela depreciação cambial, mas porque passamos a incorporar um prêmio de desancoragem fiscal nas expectativas de inflação dos agentes", aponta o relatório divulgado hoje.

A XP informou que não mais espera uma convergência da inflação ao centro da meta no horizonte relevante da política monetária e que prevê IPCA de 3,5% em 2023, acima do centro do alvo, de 3,25%.

"Em nossa opinião, estamos observando uma mudança de regime na condução da política fiscal, e não 'apenas' uma piora na margem", cita. Segundo o documento, as manobras ao teto dos gastos fazem com que o cenário adverso de mudança estrutural no quadro das contas públicas se torne mais provável.

Com a deterioração das condições financeiras, a corretora reduziu ainda as suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, de 5,3% para 5,0%, e 2022, de 1,3% para 0,8%. "Em média, esperamos variação praticamente nula do PIB ao longo dos trimestres do ano que vem", diz o relatório.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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