“Se o presidente não confiar em meu trabalho, sou demissível em 30 segundos”, diz Guedes
O ministro iniciou a gravação dizendo que, “aparentemente”, é um “desastre em comunicação”: “Vim para a política sem querer, nunca pensei em política”

"Tenho noção de compromisso enquanto puder ser útil e gozar da confiança do presidente. Se o presidente não confiar em meu trabalho, sou demissível em 30 segundos. Se eu estiver conseguindo ajudar o Brasil, fazendo as coisas que acredito, devo continuar. Ofensa não me tira daqui, nem o medo, o combate, o vento, a chuva", afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Guedes gravou na última sexta-feira, dia 26, podcast com o youtuber Thiago Nigro, do canal Primo Rico, que foi ao ar nesta terça-feira, 2 de março. No programa, o ministro disse que a ameaça permanente do populismo é falar que "vai dar dinheiro para todo mundo".
O ministro aproveitou o programa para fazer um longo desabafo sobre seus problemas no governo. "Piratas privados estão colocando boato no jornal todo dia, dizendo que o ministro vai cair, ministro brigou com presidente, presidente brigou com o ministro. Tem políticos que querem contribuir com o futuro do Brasil, mas tem um pedaço que é o pântano", afirmou.
Guedes contemporizou a situação dizendo que os políticos podem "brigar entre si", mas que ele não pode brigar com ninguém. "A maioria esmagadora do Congresso é reformista, mas tem meia dúzia porcento que está com maus desígnios", completou. "Há pedra no caminho de vez em quando, mas cai, levanta de novo. O saldo é vastamente positivo, estamos conseguindo andar".
Em uma versão "paz e amor", Guedes disse que está se tornando "um ser humano melhor", e que não pode "pensar só nos números". "A confusão está tão grande que estou sendo obrigado a ficar mais sereno. Só vou conseguir entregar o produto se ficar calmo. Está todo mundo nervoso demais, eu que sou nervoso, tenho que ficar calmo", completou.
O ministro falou ainda de "narrativas idiotas" que o colocam como uma pessoa que quer reduzir gastos com saúde e educação. O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial originalmente acabava com pisos de gastos para as duas áreas. "Quem é o idiota que seria contra a saúde? Como posso ser contra educação se sou produto da educação? São narrativas idiotas, despreparadas, odientas".
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Guedes afirmou estar "perdendo bastante dinheiro" estando no governo e disse ter entrado no governo "meio inadvertidamente". "O presidente tem ótimas intenções, responsabilidade e compromisso com o País. Parti da ideia de que vindo para cá teria apoio do presidente para fazer mudanças. O presidente também quer mudanças, isso nos aproximou", completou.
O chefe da Economia de Bolsonaro disse ainda que nunca pensou que seria o ministro que mais aumentaria gastos públicos no Brasil. "O destino me tornou pessoa que gastou muito, mas gastei com consciência tranquila porque sei que era compromisso com a saúde dos brasileiros e com a recuperação econômica", afirmou.
O ministro da Economia também disse que quer "enjaular a besta" dos gastos desenfreados com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial. "Queremos dizer que é preciso ter responsabilidade fiscal", afirmou. A intenção da equipe econômica é, com a PEC, travar gastos em contrapartida a uma nova rodada do auxílio emergencial.
Com moderação
"Vai para a hiperinflação. Você está em endividamento em bola de neve, filhos e netos nossos terão impostos muito altos no futuro para pagar essa falta de coragem de uma geração de enfrentar seus problemas", completou.
Guedes defendeu "moderação e foco em quem precisa" em programas de transferência de renda. Segundo o ministro, o Brasil conseguiu "resistir" à pandemia do coronavírus porque fez a reforma da Previdência. "A taxa de juros está baixa porque travamos os gastos", afirmou.
O ministro iniciou a gravação dizendo que, "aparentemente", é um "desastre em comunicação". "Vim para a política sem querer, nunca pensei em política", afirmou.
Guedes disse que o pagamento do auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais seria "caótico" para o País. "Isso teria um efeito muito ruim para o Brasil. É o que aprendemos ano passado, não podemos repetir", afirmou.
O ministro disse que o auxílio emergencial agora será em parcelas de R$ 250 e que não foi pago ainda porque é necessária a aprovação da PEC Emergencial, que traz contrapartidas à despesa.
"Acho que o Congresso vai aprovar. Queremos ir para a estrada certa e tenho confiança que o Congresso vem junto", disse. "Tentar empurrar o custo para outras gerações, juros começam a subir, acaba o crescimento econômico, endividamento em bola de neve, confiança de investidores desaparece. É o caminho da miséria, da Venezuela, da Argentina", comparou.
Segundo o ministro, a segunda onda de casos do coronavírus "veio de repente" e o importante agora é a vacinação em massa da população.
Endividamento
No Podcast, Guedes disse que, se o endividamento brasileiro continuar crescendo, chegará uma hora que o País não conseguirá mais pagar. "O endividamento é em bola de neve, não sei se lá na frente vão conseguir pagar isso", afirmou.
O ministro afirmou ainda que é "perfeitamente compatível" enriquecer o País, reduzindo a desigualdade, mas que não adianta querer distribuir riqueza se o Brasil não crescer. "Vamos aperfeiçoar Bolsa Família e chamar de Renda Brasil ali na frente", disse.
Guedes comentou ainda a ideia original incluída na PEC de retirar os pisos para gastos com saúde e educação e disse que isso não significa necessariamente destinar menos recursos do que a correção inflacionária para as duas áreas. "Demos muito mais ano passado, carimbo não protege ninguém. O importante é que dizemos que a classe política é a responsável", completou.
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