PEC emergencial avança mais um passo na Câmara, mas disputa política pode atrapalhar
Com o ex-presidente Lula de volta na jogada, economistas temem que Bolsonaro polarize ainda mais o cenário e contamine o andamento das reformas

A semana começou agitada no Brasil, e ainda é quarta-feira. As repercussões da volta dos direitos políticos do principal opositor ao presidente Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, o avanço desenfreado da pandemia e a PEC emergencial aprovada no Congresso compõem o panorama doméstico.
Já lá fora, as coisas se animam com a aprovação do pacote de estímulos de Joe Biden, o que chegou a influenciar na bolsa brasileira e manteve o índice com ganhos.
Acompanhe as principais notícias do dia e esteja preparado para esta quarta-feira (10):
Avanço da PEC emergencial
A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quarta-feira, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, que pode trazer de volta o benefício do auxílio emergencial. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acalmou os ânimos do mercado ao afirmar que a PEC não será desidratada no Congresso.
O próximo passo para a aprovação da PEC emergencial na Casa agora é a votação dos destaques do texto principal. O segundo turno deve ocorrer às 10h desta quarta-feira.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, tentou excluir as forças de segurança da contenção de gastos, mas a equipe econômica interveio e, segundo o ministério da Economia, Bolsonaro concordou “a contragosto”.
Leia Também
Pandemia no Brasil e vacinação
Nas últimas 24h, o Brasil perdeu quase duas mil vidas por causa da covid-19. A única saída possível para reduzir a quantidade de mortos e a volta da vida normal é a vacina, como foi informado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Depois de alguma resistência, o ministério da Saúde solicitou à China a compra de 30 milhões de doses da farmacêutica Sinophan. O imunizante, batizado de BBIBP-CorV, não estava entre os negociados pelo ministério até agora.
De acordo com o calendário da Saúde, devem chegar ao país as vacinas de Oxford (112 milhões até julho), Coronavac (100 milhões), do consórcio Covax Facility (42,5 milhões), Covaxin (20 milhões), Sputnik V (10 milhões, ainda em negociação), Pfizer (100 milhões em negociação), Janssen (38 milhões, em negociação) e Moderna (13 milhões, em negociação).
2022 virando a esquina
Enquanto isso, o cenário político ganhou mais uma peça. A volta dos direitos políticos do ex-presidente Lula abalou os mercados nos últimos dias e antecipou o clima acirrado de 2022. Especialistas temem que a polarização chegue às Casas legislativas e atrase a aprovação de medidas necessárias para a economia.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou votação ontem para suspender o ex-juíz Sérgio Moro dos julgamentos do ex-presidente. Os recursos foram enviados ao STF pela defesa de Lula, que aceitou o pedido e iniciou a votação ontem (9).
Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski acreditam que o ex-juiz atuou com parcialidade no julgamento e votaram pela retirada das condenações. O mais novo ministro da corte, Nunes Marques, pediu vistas do processo, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram contra a parcialidade do processo, que iniciou os trâmites em 2018.
A vida lá fora
O mundo deve ficar de olho nos dados do núcleo do CPI, que mede a inflação americana e deve ser divulgado às 10h30. As expectativas de especialistas ouvidos pelo Brodcast são de um avanço médio de 1,38% na comparação mensal.
Os investidores ficam de olho na inflação porque ela influencia diretamente no preço dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA, que tem derrubado ou sustentado as bolsas pelo mundo com sua variação de preços.
Além disso, o pacote de estímulos de Joe Biden deve pressionar a inflação, injetando dinheiro diretamente na economia dos EUA. A votação do pacote deve ser encerrada hoje (10). Os investidores esperam que o Federal Reserve, o Banco Central americano, ajuste sua política de juros de acordo com o resultado do CPI.
Entretanto, a política de acomodação de ativos de Jerome Powell, presidente do Fed, não tem agradado. Ele já afirmou que, se for preciso, a instituição elevará os juros, mas os investidores não estão satisfeitos.
Bolsas pelo mundo
Com este cenário, as bolsas asiáticas fecharam o pregão de maneira mista. Enquanto as demais se apoiavam nos Treasuries para subir, os índices da China continental sentiam o impacto da retirada de estímulos do governo, visando a contenção de gastos, e encerraram em queda.
Já as bolsas da Europa estão em recuperação, animadas pelo pacote de estímulos fiscais dos EUA e a expectativa de queda dos juros dos Treasuries, e operam em leve alta. No mesmo sentido, os futuros de Nova York apontam para um dia de ganhos, também com otimismo para a queda de preço dos títulos do Tesouro.
Agenda do dia: fique por dentro
- FGV: IGP-M de março (8h)
- IBGE Produção industrial de janeiro e Pnad do quarto trimestre de 2020 (9h)
- EUA: departamento de trabalho e núcleo do CPI (10h30)
Empresas: divulgação de balanços
Após o fechamento, as seguintes empresas divulgarão deus dados:
- Braskem
- Ecorodovias
- Eneva
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo
Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump
Trump virou tudo do avesso (várias vezes): o resumo de uma das semanas mais caóticas da história — como ficaram dólar, Ibovespa e Wall Street
Donald Trump virou os mercados do avesso várias vezes, veja como ficaram as bolsas no mundo todo, as sete magníficas, Ibovespa e dólar
Dólar livre na Argentina: governo Milei anuncia o fim do controle conhecido como cepo cambial; veja quando passa a valer
Conhecido como cepo cambial, o mecanismo está em funcionamento no país desde 2019 e restringia o acesso da população a dólares na Argentina como forma de conter a desvalorização do peso
Bitcoin (BTC) em tempos de guerra comercial: BTG vê janela estratégica para se posicionar na maior criptomoeda do mundo
Relatório do BTG Pactual analisa os impactos das tarifas no mercado de criptomoedas e aponta que ainda há espaço para investidores saírem ganhando, mesmo em meio à volatilidade
Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200
Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY