Com alta acumulada de 10%, Campos Neto diz que inflação foi “menos pior” do que poderia em setembro
O presidente do Banco Central afirmou que a alta nos alimentos e na energia voltou a pesar sobre o indicador divulgado na manhã de de hoje
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e divulgada nesta sexta-feira (8) foi "um pouco melhor" que a esperada para setembro, mas pior do que projetado há um mês pelo mercado e pelo próprio BC.
O indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superou a marca de 10% no acumulado de 12 meses pela primeira vez desde fevereiro de 2016, com avanço de 1,16% no mês anterior.
"Há sinais mistos no IPCA do mês passado. A inflação de serviços foi um pouco melhor que a esperada, mas persistiram efeitos em alimentos e energia", apontou, em participação em evento virtual organizado pelo Itaú BBA.
Energia e alimentos puxam preços
Ao comentar o resultado, Campos Neto, voltou a argumentar que os preços de energia estão subindo cada vez mais no mundo todo. "E o Brasil está no topo. As expectativas de inflação subiram bastante para 2021, e podem piorar por reajuste de gasolina", admitiu.
Vale destacar que a Petrobras anunciou, pouco antes do discurso do presidente do BC, um novo aumento nos preços da gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha.
Com o novo valor, o botijão de 13 kg sairá das refinarias custando R$ 50,15 para as distribuidoras. Já o litro da gasolina ficará R$ 0,20 mais caro. Para o combustível do tipo A (sem adição de álcool anidro), o preço médio de venda da Petrobras passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro.
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Alta deve continuar no próximo ano
Campos Neto também voltou a reclamar que a curva de juros brasileira tem sido afetada por "todo tipo de ruído" e admitiu que as projeções do mercado para a inflação em 2022 continuam em trajetória de elevação, relacionada com a inércia inflacionária esperada na passagem deste ano para o próximo.
Além disso, destacou que há uma queda mais queda mais generalizada nos indicadores de confiança dos consumidores. "Muitas pessoas ainda não recuperaram seus empregos, e isso está se refletindo nos indicadores de confiança", apontou.
O presidente do Banco Central repetiu que o mercado passou a prever um crescimento menor para a economia brasileira em 2022. Ele lembrou que diversas projeções para o crescimento das economias de países avançados e emergentes têm sido revisadas para baixo, como o exemplo das expectativas de menor demanda e atividade chinesas. Citou que a recuperação da Europa está atrás do visto em outras regiões, ainda que os números sejam melhores na margem.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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