Nova York pressiona, mas estatais pesam ainda mais e levam o Ibovespa aos 110 mil pontos; dólar vai a R$5,60
Com os balanços positivos das empresas e exterior positivos, o touro deve prevalecer na bolsa hoje
Assim como tem sido frequente nos últimos dias, o cenário de cautela doméstica preocupa o mercado financeiro, mas é o clima em Nova York que realmente dita o ritmo dos negócios ao redor do mundo nesta sexta-feira (26).
O Ibovespa chegou a operar em alta moderada nesta manhã, puxado principalmente pelos balanços majoritariamente positivos de grandes empresas no quarto trimestre e com fôlego extra após a divulgação dos dados de preços ao consumidor norte-americano, o chamado PCE, um dos principais índices de inflação utilizados pelo Banco Central americano.
Porém, o alívio durou pouco e novos dados da economia americana mudaram mais uma vez o cenário. Dessa vez para pior. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) e que mede o nível da atividade econômica apresentou uma queda maior do que o esperado, assim como o sentimento do consumidor.
Os números derrubaram mais uma vez as bolsas americanas, que, após a reação inicial, reduziram a queda, refletindo em uma melhora pontual também no Brasil.
Por volta das 17h, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 1,76%, aos 110.275 pontos. O dólar à vista abriu o dia em queda, mas passou a subir e mesmo após duas internvenções do Banco Central no câmbio fechou o dia em alta de 1,66%, a R$ 5,6055.
Seguindo a tendência recente (e global), o mercado de juros futuros aponta para mais um dia de alta. Confira as taxas de hoje dos principais contratos:
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- Janeiro/2022: de 3,63% para 3,75%
- Janeiro/2023: de 5,45% para 5,61%
- Janeiro/2025: de 7,14% para 7,31%
- Janeiro/2027: de 7,80% para 7,95%
O balanço da Vale (VALE3) animou o pré mercado de hoje. A companhia registrou um lucro de US$ 739 milhões (R$ 4,8 bilhões) no quarto trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de US$ 1,6 bilhão (R$ 6,4 bilhões) do mesmo período do ano anterior. As ações da mineradora, no entanto, acompanham a instabilidade do dia. Há pouco, os papéis recuavam 0,10%.
Inflação nos EUA preocupa
A preocupação internacional com a trajetória inflacionária nos Estados Unidos, que levou a uma disparada recente nos rendimentos dos títulos públicos americanos, deve guiar os negócios hoje.
Mais cedo, tivemos a divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês) e os números animaram os mercados globais, levando as bolsas americanas a abrirem em alta. No entanto, agora somente o Nasdaq - que teve a queda mais acentuada no pregão de ontem - se mantém no azul.
A inflação medida pelo índice PCE avançou 0,3% em janeiro. Com isso, o indicador passou a acumular uma alta de 1,5% em 12 meses, ainda abaixo da meta de inflação de 2%, mas acima do 1,3% do mês anterior.
O movimento de alta dos títulos americanos ocorre porque a leitura do mercado é que para conter a inflação os bancos centrais terão que voltar a aumentar as taxas de juros antes do previsto. Com a valorização dos títulos, os investidores tendem a tirar seu dinheiro da bolsa para os títulos do tesouro, considerados investimentos mais seguros.
O rendimento do T-note de 10 anos foi a 1,5% na tarde de ontem (25), o maior nível em um ano, mesmo após o presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) tentar acalmar os ânimos dos investidores. Powell e diversos outros dirigentes afirmaram que este é um movimento natural e que não existe risco para a inflação no longo prazo. Além disso, os atuais níveis de estímulos devem ser mantidos até que a economia de fato se recupere.
O movimento fez as bolsas americanas amargarem fortes perdas ontem, com a cautela contaminando os índices internacionais, da Ásia até a Europa - nos dois continentes, as bolsas fecharam o último pregão da semana em queda.
Desemprego
A taxa de desocupação caiu no último trimestre de 2020, mas fechou o ano na maior média já registrada pelo IBGE. O desemprego atingiu 13,9% da população nos meses de outubro até dezembro, o que corresponde a aproximadamente 13,9 milhões de pessoas.
Mas Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, lembra que os dados desse período precisam ser sazonalizados, Isso porque, durante as festas de final de ano, é comum que surjam muitos empregos temporários, o que acaba “mascarando” um pouco os índices para o período.
O fim do auxílio emergencial também pressionou o índice de desemprego, tendo em vista que pessoas mais necessitadas precisaram sair para procurar trabalho. “Existe um desemprego oculto no Brasil, das pessoas que não estão indo buscar emprego porque não querem se contaminar, e ele deve explodir em 2021”, comenta ele.
A indefinição no radar
Embora precificada ao longo da semana, o adiamento da votação da PEC Emergencial deixa os investidores em compasso de espera. Na tarde de ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, confirmou que a votação do texto que deve destravar uma nova rodada do auxílio emergencial deve ser votado na próxima quarta-feira, nos dois turnos.
Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o benefício. Segundo ele, serão feitos quatro pagamentos de R$ 250, a partir de março. No entanto, ainda sobram dúvidas de como o montante será financiado, já que os mecanismos presentes na PEC e que permitiriam uma contrapartida fiscal são os mais polêmicos e devem ser rejeitados pela casa.
Sobe e desce
As ações da Minerva Foods lideram as altas do dia, após a companhia divulgar os seus resultados relativos ao quarto trimestre de 2020. Confira os principais destaques:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,71 | 3,41% |
ENEV3 | Eneva ON | R$ 67,69 | 1,80% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 12,14 | 1,42% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 24,28 | 0,91% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 31,87 | 0,85% |
Também pressionados pelos resultados recentes divulgados estão os papéis da BRF, que figura como a pior queda do dia. Mas o que movimenta mesmo essa reta final do pregão é a possibilidade de que o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, deixe o cargo. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 11,87 | -6,02% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 21,90 | -6,05% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 32,81 | -5,34% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 33,11 | -4,80% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | R$ 28,08 | -4,81% |
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