Fundos de investimento têm captação líquida recorde no 1º semestre, no valor de R$ 206 bilhões
Desempenho da indústria de fundos no primeiro semestre de 2021 mostra que crise do coronavírus ficou para trás no setor; fundos de renda fixa e multimercados lideram a captação
A crise do coronavírus ficou para trás na indústria de fundos de investimento brasileira. No primeiro semestre de 2021, os fundos tiveram captação líquida de R$ 206 bilhões, maior valor da série histórica da Anbima, iniciada em 2002.
Trata-se de um crescimento de 1.723% em relação ao primeiro semestre de 2020, quando a captação líquida da indústria totalizou apenas R$ 11,3 bilhões, fortemente impactada pela crise da pandemia de covid-19.
Com isso, o patrimônio líquido dos fundos brasileiros atingiu R$ 6,6 trilhões em junho deste ano, alta de 19,5% ante junho de 2020.
O movimento de captação foi liderado pelos fundos de renda fixa, seguidos dos multimercados. O movimento na renda fixa foi muito concentrado nos fundos de baixa duração, que costumam garantir liquidez imediata para os investidores.
No primeiro semestre do ano passado, os fundos de renda fixa viram resgate líquido de R$ 91,6 bilhões, muito concentrados nesses fundos de baixa duração. No último semestre, puxada por esses mesmos fundos, a renda fixa viu captação líquida de R$ 98,9 bilhões.
Já os fundos multimercados tiveram captação líquida de R$ 81,4 bilhões na primeira metade do ano. No mesmo período do ano passado, a cifra havia sido de R$ 38,7 bilhões.
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A Anbima explica que alguns movimentos pontuais mexeram significativamente com algumas classes de fundos. Os fundos de ações, por exemplo, viram uma forte captação líquida de R$ 50,4 bilhões na primeira metade de 2020, mas captaram somente R$ 3,2 bilhões no primeiro semestre de 2021.
Já os fundos de investimento em participações (FIP) tiveram uma captação líquida positiva de R$ 8,2 bilhões no primeiro semestre de 2020, mas um resgate líquido de R$ 15,5 bilhões na primeira metade deste ano.
Ambos os casos foram impactados por questões bem específicas: a alteração da classe de um fundo de aproximadamente R$ 20 bilhões de FIP (fundo de investimento em participações) para ações e a amortização de um fundo de pensão no valor de R$ 43,9 bilhões.
Coisa semelhante aconteceu com a forte captação de R$ 51,7 bilhões na classe de FIDCs (fundos de direitos creditórios) na primeira metade do ano - R$ 33 bilhões deste valor disseram respeito a um único investidor institucional.
O resgate líquido de R$ 15 bilhões na classe de previdência no período também se deveu em grande parte a um movimento pontual. Cerca de R$ 8 bilhões computados como resgate dizem respeito ao encerramento de um único fundo.
Os dados de captação por segmento de investidor mostram um retorno do varejo aos fundos de investimento, na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Enquanto no acumulado de janeiro a maio de 2020 o varejo efetuou resgate líquido de R$ 67,3 bilhões, tendo sido o segmento de investidores que mais resgatou recursos, no mesmo período de 2021 o varejo teve captação líquida de R$ 13,8 bilhões.
A Anbima ressalta que, nos cinco primeiros meses do ano passado, os resgates líquidos do varejo foram muito concentrados no segmento de alta renda.
Diversificação em outras classes de ativos e no exterior
Mesmo com o início do ciclo de alta na taxa Selic no primeiro semestre, o movimento de perda de participação da renda fixa nas carteiras e aumento na diversificação entre classes de ativos e mesmo geográfica teve continuidade.
Quando analisado o número de contas, nos primeiros cinco meses dos últimos cinco anos, nota-se uma redução da participação da renda fixa de pouco mais de 50% até os atuais 35%. Já os fundos imobiliários saíram de irrelevantes 2%, 3% para os atuais 19%.
A participação da classe de ações no número de contas também viu um recuo de mais de 30% até 2019 para os atuais 24%. Mas os multimercados viram evolução: de 6% de participação no número de contas em 2017 para os atuais 17%.
Em termos de patrimônio líquido, dos R$ 6,6 trilhões da indústria de fundos em junho, 35,6% estavam alocados em fundos de renda fixa, 23,7% em multimercados, 15,3% em previdência e 10,6% em ações.
Em junho de 2020, dos R$ 5,5 trilhões de patrimônio, 38% estavam em renda fixa, 22,9% em multimercados, 17,1% em previdência e 8,5% em ações.
Importante notar que os fundos imobiliários, apesar do crescimento da sua participação em número de contas, ainda representam apenas 2,9% do patrimônio líquido da indústria de fundos.
Quanto aos investimentos no exterior, os fundos que podem investir mais de 40% do seu patrimônio fora do Brasil tiveram uma captação líquida de quase R$ 74 bilhões no primeiro semestre de 2021, sendo R$ 54 bilhões nos multimercados, R$ 17,9 bilhões nos de ações e R$ 1,8 bilhões nos de renda fixa.
No mesmo período de 2020, essa captação líquida tinha sido de cerca de R$ 32 bilhões, sendo R$ 27 bilhões em multimercados, R$ 4 bilhões em ações e R$ 1 bilhão em renda fixa.
Com isso, o patrimônio líquido desses fundos que podem investir mais de 40% dos recursos no exterior viu um salto de 38,4% na primeira metade deste ano ante o mesmo período de 2020, totalizando quase R$ 800 bilhões.
“Com a manutenção dos juros em patamares mais baixos, é razoável vermos uma diversificação cada vez maior por parte dos investidores”, disse Pedro Rudge, diretor da Anbima, em evento com jornalistas.
Participação da renda variável nas carteiras continuou crescendo
Outro reflexo do movimento de diversificação é o aumento da participação da renda variável nas carteiras dos fundos. Em maio de 2017, por exemplo, essa classe de ativos representava apenas 8% das carteiras. Já em maio deste ano, chegou a 15,7%.
O patrimônio líquido alocado em renda variável saltou quase 50% entre maio de 2020 e maio de 2021. Já o PL alocado no exterior saltou quase 40% no mesmo período.
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