🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Redação SD
Falta de autonomia

‘Estavam abaladas as premissas de independência e autonomia da Petrobras’, diz diretor da estatal

Executivo diz que a empresa ‘estava sendo reconstruída com muito zelo e técnica’, mas projetos estavam ‘adentrando em um campo de interrogações’; leia a entrevista completa

Redação SD
21 de fevereiro de 2021
17:42 - atualizado às 16:11

Marcelo Zenkner já havia decidido deixar em março o cargo de diretor executivo de governança e conformidade da Petrobras antes de o presidente Jair Bolsonaro anunciar, na sexta-feira passada, a substituição do presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

Zenkner, que fez carreira no Ministério Público do Espírito Santo, alega razões pessoais para a decisão, mas disse, em entrevista ao Estadão, que constatou que seu "ciclo havia chegado ao final" porque percebeu no fim do ano passado riscos para o sistema de integridade e para "as premissas fundamentais de independência e autonomia da empresa". "Percebi que o ambiente político estava se alterando profundamente. Há muitos sinais negativos, uma mudança na agenda política."

A entrevista foi concedida antes de Bolsonaro comunicar a mudança no comando da estatal. A Diretoria Executiva de Governança e Conformidade é uma das oito da Petrobras e foi criada em 2014 após as revelações da Lava Jato. Zenkner defende a operação e diz que está em curso no País "um flagrante processo de desmoralização" das pessoas que se dedicaram ao combate à corrupção. "Trabalhei na Petrobras e pude presenciar com meus próprios olhos os estragos causados pela corrupção, que a duras penas estão sendo reparados. Não podemos admitir retrocessos."

Por que o sr. decidiu não renovar seu mandato como diretor?

Tinha uma contribuição a oferecer e acho que deixei um legado importante. No início de janeiro deste ano, manifestei ao CEO (Roberto Castello Branco) meu desejo de não renovar meu mandato por questões pessoais, as quais nada têm a ver com a gestão atual da Petrobras, pois o meu relacionamento com a diretoria executiva e com os integrantes do Conselho de Administração sempre foi excepcional, todos sempre apoiando profundamente os projetos da Diretoria de Governança e Conformidade.

A empresa está menos suscetível a casos de corrupção?

O atual sistema de integridade da empresa, tanto nos aspectos de governança como de conformidade, é robusto e está consolidado. Jamais chegou ao meu conhecimento qualquer caso de fraude ou corrupção, seja brando, médio ou grave. A alta administração da empresa é técnica e independente e, além disso, eu tenho uma equipe entrosada, leal e competente.

A Petrobras tem sido alvo de interferência política? Pesou em sua decisão o atual ambiente político? A empresa está sendo afetada?

Já no final do ano passado considerei que minha missão estava cumprida, pois percebi que o ambiente político estava se alterando profundamente. Há muitos sinais negativos, uma mudança na agenda política. Se o que estava sendo reconstruído com muito zelo e técnica estava adentrando em um campo de interrogações, minha permanência na empresa, com projetos e ideais bem diferentes, poderia colocar em risco todo o sistema de integridade da Petrobras. Se meu sentimento era no sentido de que estavam abaladas as premissas fundamentais de independência e autonomia da empresa, cheguei à conclusão de que meu ciclo havia chegado ao seu final.

Leia Também

Mas de onde vêm os riscos? O sr. pode detalhar?

Governança tem a ver a observância de padrões e procedimentos prévios para que as melhores decisões técnicas sejam tomadas. Isso é vital para qualquer sistema de integridade efetivo, principalmente, em se tratando de uma empresa estatal, que deve ficar imune a interferências políticas. A Petrobras possui ações em bolsas de valores no Brasil e no exterior e seu comando máximo deve estar nas mãos da assembleia geral que representa os acionistas. Se é uma sociedade anônima de capital aberto controlada pelo Estado, o principal elemento de um sistema de integridade, o tone at the top (o tom vem do topo), sempre estará associado à vontade política.

A Petrobras programou concluir neste ano a venda de oito refinarias. Que alerta o sr. faz sobre esse grande plano de desinvestimentos?

Sou absoluto defensor da teoria do Estado mínimo. O Brasil, segundo o ranking da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é um dos países com maior número de estatais do mundo: 418 no total. EUA tem 16. Reino Unido tem 16, Japão tem oito estatais e a Suíça só quatro. Aqui, a União tem o controle direto de 46 estatais e conforme dados do Ministério da Economia 19 dessas 46 estatais operam sucessivamente no vermelho. Imagina esse dinheiro sendo aplicado na saúde, na educação... As empresas estatais, se não forem bem geridas e não tiverem uma governança consistente, podem funcionar como cabide de emprego para políticos, para apadrinhados e para atender a interesses partidários e pessoais. Hoje o sistema de governança da Petrobras é sólido o suficiente para ficar imune a esse tipo de ingerência política.

Mas é possível haver retrocesso daqui para frente...

Os profissionais de carreira da Petrobras estão muito bem preparados e capacitados para enfrentar os enormes desafios que terão pela frente, principalmente na defesa do sistema de integridade que foi implementado. No plano pessoal, meu desejo agora é iniciar uma nova etapa na minha carreira profissional. A integridade hoje é um ativo, um diferencial competitivo e gera valor para qualquer negócio! Como eu acredito na prevenção, e não na repressão, como modelo eficaz de enfrentamento à corrupção, penso em atuar como consultor estratégico, auxiliando as empresas a construir modelos efetivos de integridade, os quais devem funcionar em sintonia com os negócios.

Há resistências nas empresas?

Antigamente uma empresa quebrava por falta de gestão operacional, outras por falta de gestão financeira, hoje o maior risco de default é a falta de boa gestão da integridade, a ausência de uma cultura corporativa ética. E o problema central não reside no fato de uma empresa ter pecado e ter se desviado do caminho correto em algum momento. O diferencial é exatamente a postura que deve ser adotada diante do erro. Sobre essas questões que pretendo trabalhar agora: no tratamento dos erros corporativos do passado e na construção de sistemas preventivos e efetivos para o futuro.

Qual o saldo da Lava Jato para a Petrobras, uma operação que levou para a cadeia ex-diretores da estatal?

Quando eu cheguei na Petrobras em 2019 nenhuma das pessoas envolvidas com os crimes estava mais na empresa. Já haviam sido demitidos ou eles próprios haviam pedido desligamento. A Lava Jato, inegavelmente, contribuiu para que a gente pudesse evoluir e se restabelecer como uma companhia forte, saudável, com controles internos eficientes e com bons padrões de governança e conformidade. Várias outras empresas brasileiras seguiram esse mesmo caminho. Muita gente diz que as empresas tiveram dificuldades financeiras em razão da Lava Jato, mas eu não concordo com essa afirmação. As empresas tiveram dificuldades financeiras porque optaram pelo caminho da ilicitude, da prática de crimes. A Petrobras ultrapassou esse momento e hoje é uma outra empresa, virando completamente a página da Lava Jato.

Há setores do Ministério Público e do Judiciário que apontam um esvaziamento ou mesmo um fim da Lava Jato como um processo orquestrado, envolvendo vários atores, nesses últimos meses. Qual a sua opinião, isso de fato está ocorrendo?

Quando o trabalho de enfrentamento à corrupção é sério, comprometido e eficaz, existem três maneiras de se estancar a atuação dos agentes públicos que estão na linha de frente: por violência e ameaça, pelo oferecimento de vantagens ilícitas, ou pelo fogo amigo e desqualificação pessoal. As duas primeiras vias geram um risco alto e são pouco inteligentes. É por essa razão que está em curso um flagrante processo de desmoralização daqueles que arriscaram suas vidas em nome do interesse público, e o objetivo é fazer parecer que tudo aquilo que foi noticiado, que todas as confissões realizadas, que todos os valores apreendidos ou devolvidos são fruto de mera ficção. Trabalhei na Petrobras e pude presenciar com meus próprios olhos os estragos causados pela corrupção, os quais, a duras penas, estão sendo reparados. Não podemos admitir retrocessos.

Mas a Lava Jato também recebe críticas contundentes. A mais comum é que a operação caminhou por uma linha de ilegalidade...

Sinceramente me impressiona todo esse movimento em torno de supostas conversas que foram hackeadas, as quais configuram provas absolutamente ilícitas e são produto de um crime do qual os seus autores estão presos. Estamos falando de supostos diálogos vinculados a uma fonte que nem sequer pode ser periciada e que, por isso, jamais poderão ser comprovados. Ainda assim as supostas conversas têm circulado normalmente como se fossem verdadeiras e têm sido, inclusive, utilizadas em algumas decisões do Poder Judiciário. Usar o produto de um crime como fonte de informação é, para mim, algo muito mais execrável que o próprio conteúdo dos diálogos, ainda que fossem eles verdadeiros. Integridade não se confunde com perfeição e, numa operação dessa magnitude, certamente falhas devem ter ocorrido, o que é mais do que natural. Se houve algum excesso, ele deve ser coibido pela via disciplinar, mas sempre usando provas lícitas e de acordo com as regras do estado democrático de direito. Entre acertos e erros, o saldo é largamente positivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DINHEIRO NA CONTA

Dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): conselho aprova o pagamento de R$ 20 bilhões; veja quem tem direito ao provento

21 de novembro de 2024 - 20:40

Além dos proventos anunciados hoje, estatal já aprovou R$ 17,12 bilhões em dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2024

RANKING DE PROVENTOS

Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial

21 de novembro de 2024 - 17:59

A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson

MAS VOCÊ NÃO É TODO MUNDO...

Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país

21 de novembro de 2024 - 16:53

Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar

A FAVORITA DO BANCO

‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA

21 de novembro de 2024 - 15:10

A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento

PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

SD Select

Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)

19 de novembro de 2024 - 15:47

Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

O CÉU É O LIMITE?

Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil

18 de novembro de 2024 - 17:16

Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.

PE 2025-2029

Petrobras (PETR4) antecipa plano de investimentos de US$ 111 bilhões com ‘flexibilidade’ para até US$ 10 bilhões em dividendos extraordinários

18 de novembro de 2024 - 15:17

A projeção de proventos ordinários prevê uma faixa que começa em US$ 45 bilhões; além disso, haverá “flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões”

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

DO ROXO AO VERMELHO

Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street 

15 de novembro de 2024 - 18:01

O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar