Diretor do BC afirma que Selic em 2% não era mais necessária e defende centro da meta inflacionária
Bruno Serra explicou que a retomada da atividade econômica foi mais rápida do que se imaginava e justificou a elevação da taxa básica de juros
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, reforçou nesta sexta-feira (14) que o patamar da taxa básica de juros de 2,00% ao ano "não era mais necessário", em função da retomada da atividade econômica mais rápida do que se imaginava.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,75 ponto porcentual nas últimas duas reuniões, para 3,50% ao ano, e já sinalizou nova alta idêntica em junho, para 4,25%.
Serra também descartou que o BC tente acumular uma "gordura" na política monetária. "Temos de ser xiitas com o centro da meta sempre. Ganhar gordura deliberadamente não é a nossa missão aqui", afirmou, em videoconferência organizada pelo Credit Suisse.
Alta nos preços força ajustes mais agressivos
Na primeira elevação da Selic em quase seis anos, em março de 2021, o Banco Central ajustou a taxa em um valor superior à expectativa majoritária do mercado, de 0,50 p.p.
"Tivemos choques na inflação, classificados como temporários, mas que nos obrigaram a fazer ajustes mais rápidos que o esperado", pontuou.
Serra elencou o choque de alimentos, e mais recentemente de combustíveis, ambos ocasionados pela alta dos preços das commodities, e a queda do valor do real em relação ao dólar.
Leia Também
"A inflação de serviços hoje está rodando baixa e de comercializáveis, alta", afirmou. "A tendência é que choques de inflação se aliviem bastante mais à frente", projetou.
O diretor afirmou que a entrada de dólares no Brasil é menor do que se esperaria, e alertou que as incertezas fiscais continuam. Segundo ele, algumas empresas também estão reduzindo endividamento no exterior.
"A depreciação cambial em 2020 surpreendeu e puxou a inflação para cima", argumentou. "A incerteza fiscal durante a pandemia influenciou o dólar em níveis mais elevados", acrescentou, citando ainda a desmontagem do overhedge dos bancos no fim do ano passado.
Inflação no centro da meta
Considerando o cenário, o colegiado já sinalizou nova alta de 0,75 p.p. em junho, para 4,25% ao ano, mantendo a avaliação de que o ajuste na Selic deve ser "parcial".
Serra avalia que, se o consenso de projeções do mercado começar a se descolar da meta de inflação para 2022, o BC terá que mudar a sua reação. "Não há nada de errado nisso. Se os modelos mostrarem que a inflação está subindo muito teremos que passar para um ajuste total ou maior que o total", completou.
Para Serra, ainda assim o cenário para frente deve ser de melhora. "O risco país está explicando que o fiscal no Brasil piorou mais que o outros emergentes. Isso já está no preço. Será necessário uma novidade ruim adicional para piorar o cenário", argumentou. "Se houver descolamento de expectativas, BC vai colocar no modelo e reagir", repetiu.
Confiança
Serra reforçou que a instituição segue mais otimista para a aceleração da atividade econômica do segundo semestre, que justificaria o atual ciclo de alta mais forte da Selic.
"A economia tem alguns vetores que, quando passarem as restrições de mobilidade, estarão mais fortes. Isso é condizente com uma política monetária mais próxima do juro neutro", afirmou.
O diretor não espera uma reversão do choque de preços comercializáveis ainda esse ano e o horizonte relevante das decisões do Copom já está focado em 2022.
"Esse ajuste mais rápido da Selic agora é a chave para controlar as expectativas e garantir que esse choque seja mesmo temporário", completou.
Mais renda para serviços
Serra também aproveitou sua fala para dizer que a tendência da abertura da economia é direcionar mais renda para o setor de serviços. "Ao mesmo tempo, a melhora dos serviços deve reduzir a pressão sobre a inflação de bens, e devemos ver uma suavização dos preços internacionais das commodities", detalhou.
O diretor reforçou ainda que a recuperação da atividade econômica tem se dado de maneira desigual entre os setores. Ele citou o recuo de 1,59% do Índice de Atividade (IBC-Br) em março ante fevereiro, interrompendo uma série de dez meses consecutivos de recuperação.
"Tivemos um fevereiro muito forte e um resultado pior em março, devido às restrições de movimentação em várias localidades. Ainda assim, a média móvel de 3 meses do IBC-Br está rodando em níveis melhores", afirmou.
A média móvel trimestral do IBC-Br subiu 0,39% em março, na série com ajuste sazonal. Em fevereiro, o indicador havia registrado alta de 1,15%.
Serra lembrou que o País segue em um dos momentos piores da pandemia, mas apontou que todos os setores econômicos estão recuperando os níveis pré-pandemia.
"Os dados mostram que a mobilidade no Brasil voltou mais rápida do que em outros lugares, talvez (de forma) mais rápida do que devesse", finalizou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar
A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira
A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos
Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Stuhlberger compra bitcoin (BTC) na véspera da eleição de Trump enquanto o lendário fundo Verde segue zerado na bolsa brasileira
O Verde se antecipou ao retorno do republicano à Casa Branca e construiu uma “pequena posição comprada” na maior criptomoeda do mundo antes das eleições norte-americanas
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa
Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Com Trump pedindo passagem, Fed reduz calibre do corte de juros para 0,25 pp — e Powell responde o que fará sob novo governo
A decisão acontece logo depois que o republicano, crítico ferrenho do banco central norte-americano, conseguiu uma vitória acachapante nas eleições norte-americanas — e na esteira de dados distorcidos do mercado de trabalho por furacões e greves