Brasil deixou de exportar US$ 56,2 bi em dez anos para América do Sul
Participação do país nas importações dos demais países sul-americanos caiu para 10,7% em 2019, segundo CNI
A perda de espaço no comércio regional na última década fez o Brasil deixar de exportar US$ 56,2 bilhões para a América do Sul nos últimos dez anos. A conclusão consta em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o estudo, a participação do Brasil nas importações dos demais países sul-americanos (exportações brasileiras para os países vizinhos) caiu de 14,5% em 2010 para 10,7% em 2019.
Da mesma forma, os países do subcontinente deixaram de vender para cá – o Brasil absorveu apenas 7,4% das exportações sul-americanas em 2019, contra 10,5% em 2010.
De acordo com a CNI, o encolhimento do comércio bilateral prejudica principalmente a indústria. Isso porque a América do Sul é o principal destino das vendas de manufaturados brasileiros, concentrando 38% das exportações industriais.
Sob outra perspectiva, ao considerar apenas as exportações brasileiras para países sul-americanos, os manufaturados correspondem a 82%.
A queda no comércio com a Argentina, afetada por sucessivas crises econômicas e cambiais nos últimos anos, foi a principal responsável pela retração nas exportações brasileiras para a América do Sul. Da perda total de US$ 56,2 bilhões, US$ 39,2 bilhões (69,8%) concentram-se no país vizinho.
Leia Também
O Brasil também deixou de exportar US$ 5,9 bilhões (10,5%) para o Peru, US$ 5,3 bilhões (9,4%) para a Colômbia e US$ 2,4 bilhões para o Chile (4,3%).
O comércio do Brasil com a América do Sul encolheu ao mesmo tempo em que os demais países do subcontinente preencheram espaço com outros parceiros comerciais. De 2010 a 2019, as importações das economias sul-americanas subiram 12,9%, sobretudo da China, dos Estados Unidos e da União Europeia.
Estimativa
Para chegar ao cálculo dos US$ 56,2 bilhões de perda comercial, a CNI estimou o valor que o Brasil teria exportado caso mantivesse a fatia de 14,5% nas importações dos países sul-americanos registrada em 2010.
Em contrapartida, a participação da China nas importações sul-americanas subiu de 15% para 20,8%. Sob o mesmo critério, o percentual dos Estados Unidos passou de 17,5% para 19,5% e o da União Europeia cresceu mais timidamente, de 12,3% para 13,6%.
Esse espaço foi ocupado, sobretudo, pela China. A participação do país asiático nas importações dos países da América do Sul passou de 15% para 20,8% no período analisado.
Os Estados Unidos também ampliaram sua participação na pauta de importação dos países sul-americanos. Esse percentual passou de 17,5% para 19,5% no período analisado. A União Europeia cresceu mais timidamente, de 12,3% para 13,6%.
Na divisão por setores, os segmentos de máquinas e aparelhos e de materiais elétricos ou mecânicos responderam por 37% do valor que o Brasil deixou de exportar para a América do Sul, com redução de US$ 12,5 bilhões e de US$ 8,1 bilhões na década, respectivamente.
Outros setores industriais registraram perdas substanciais, como automóveis (-US$ 4,8 bilhões), aeronaves (-US$ 3,2 bilhões) e produtos químicos orgânicos (-US$ 2,5 bilhões).
Competitividade e parcerias
Na avaliação da CNI, dois fatores explicam a queda nas exportações para a América do Sul: a perda de competitividade da economia brasileira e a paralisação da agenda de acordos comerciais do Brasil com países vizinhos.
Em relação aos tratados comerciais, a paralisia decorre tanto da falta de ratificação de alguns acordos pelo Congresso como da falta de atualização e de ampliação daqueles vigentes.
Entre os tratados pendentes no Congresso Nacional estão o Acordo de Livre Comércio com o Chile, concluído em 2018, já promulgado pelo parceiro, e os acordos sobre compras públicas e facilitação de comércio entre os países do Mercosul. Em contrapartida, países sul-americanos concluíram acordos com os Estados Unidos, União Europeia, Coreia do Sul e, no caso do Chile e do Peru, também com a China.
A CNI pede a continuidade da agenda de reformas econômicas no Brasil e a ampliação de preferências tarifárias e da abrangência temática dos acordos comerciais do país com os vizinhos sul-americanos.
A entidade também cobra medidas de apoio oficial às exportações, como a restituição de créditos de tributos sobre mercadorias exportadas, a modernização de acordos tributários e a reforma da lei de preços de transferência (preços cobrados entre importações e exportações de empresas do mesmo grupo).
Camil anuncia compra de duas empresas de arroz no Paraguai; veja o que BTG Pactual e Itaú BBA dizem sobre a decisão
Empresa dá passo para expansão no mercado exportador de arroz, mas não divulgou os detalhes financeiros da transação
Paulo Guedes tem um sopro de esperança para o Brasil
Ex-ministro da Economia explica por que acredita que o mundo vai voltar os olhos para o país
Vem, dólar: Brasil teve recorde de empresas exportadoras em 2023, segundo levantamento
Ao todo, quase 30 mil empresas venderam para o exterior no ano passado; as regiões Norte e Centro-Oeste foram os destaques
Por que as ações da Gerdau (GGBR4) sobem na B3 apesar do lucro menor no 4T23?
Resultados da Gerdau (GGBR4) tiveram impactos da importação de aço na China e crise inflacionária na Argentina, mas vieram dentro do esperado
Dependência da China e de trio de commodities na balança comercial marcam recorde de exportações do Brasil
China recebeu em 2023 quase um terço dos produtos embarcados do Brasil para o exterior e impulsionou superávit comercial
Fundo Verde volta a apostar contra o dólar e explica o fator que contribui para o real forte — mas nem todos perceberam
Apesar da visão estrutural mais favorável ao real contra o dólar, o Verde decidiu reduzir a posição em bolsa após a alta recente
Marfrig (MRFG3) anuncia novo programa de recompra de ações e novidades sobre a dívida da empresa
O valor aproximado da recompra de ações da Marfrig equivale a R$ 260 milhões, segundo as cotações de fechamento do pregão da última segunda-feira (20)
Aumento das exportações da China com preços menores aumentam tensão de guerra comercial com grandes economias
Pequim afirma que a investigação é um “ato protecionista descarado” que vai perturbar a cadeia global de abastecimento de automóveis
Exportações do agronegócio alcançam marca inédita em maio, com soja em destaque; confira os números
Com o recorde alcançado em maio, a participação do agronegócio nas exportações totais brasileiras alcançou 50,8%; soja bate recorde
Juíza anula nomeação de ex-senador petista para cargo em agência do governo por não saber falar inglês
A juíza substituta da 5.ª Seção Judiciária do Distrito Federal concedeu um prazo para Jorge Viana apresentar um diploma de proficiência em inglês
Após 100 dias, picanha de Lula fica mais barata — mas a China e a Páscoa ajudaram
Enquanto a inflação oficial do Brasil teve alta de 0,71% em março, o grupo Alimentação e Bebidas saiu de um aumento de 0,16% em fevereiro para uma elevação de 0,05%
Shein e Shopee ficarão para trás? AliExpress quer ampliar presença no interior do Brasil — e exportar produtos para a China
Jack Ma, fundador da Alibaba e AliExpress, quer se colocar como ponte para produtos brasileiros valorizados no maior mercado asiático chegarem às casas dos chineses
PRIO, 3R Petroleum ou PetroReconcavo: qual petroleira vai sentir mais a taxação das exportações de petróleo
No curto prazo, a PRIO é mais prejudicada porque destina 100% da produção de petróleo para fora do país, mas se o imposto permanecer todas devem sofrer
O que é o mal da vaca louca? Veja 5 perguntas e respostas sobre a doença que suspendeu a exportação de carne brasileira
Governo confirmou um caso do mal da vaca louca em um animal no município de Marabá, no Pará. Saiba mais sobre a doença e as formas de transmissão
Uma aposta levou sozinha o prêmio de quase R$ 65 milhões do último sorteio da Mega Sena. Será que foi você? Confira
Segundo a Caixa, o próximo sorteio da Mega Sena acontece no dia 12 de novembro e quem acertar pode levar cerca de R$ 3 milhões para casa
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
Ex-chanceler Jeremy Hunt sucederá Kwasi Kwarteng enquanto Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos — mudanças acontecem no prazo final que o BC deu aos fundos para reorganizarem a casa
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha
Os investidores aguardam ainda hoje a participação de Pualo Guedes em evento do FMI e do Banco Mundial
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação antes da inflação dos EUA; Ibovespa acompanha eleições hoje
Paulo Guedes e Roberto Campos Neto participam da reunião entre ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 hoje
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem mais de 1% com medo da recessão global enquanto Ibovespa aguarda inflação
Recessão deve ser tema do encontro de hoje dos representantes do FMI com os dirigentes do Banco Mundial
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam payroll e Ibovespa mira dados do varejo hoje
Os investidores locais ainda aguardam a participação de Roberto Campos Neto em evento fechado à imprensa pela manhã