Bolsonaro e Fernández, presidente da Argentina, ‘duelam’ na abertura da cúpula do Mercosul
Com visões antagônicas sobre os principais pontos de impasse atuais do bloco, os dois defenderam suas posições nos discursos iniciais, alfinetando a outra parte
Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Alberto Fernández, "duelaram" nesta quinta-feira, 8, na abertura da cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que marca a passagem da presidência do bloco das mãos dos argentinos para os brasileiros.
Com visões antagônicas sobre os principais pontos de impasse atuais do bloco, os dois defenderam suas posições nos discursos iniciais, alfinetando a outra parte.
Fernández usou a palavra "consenso" várias vezes em sua fala, evocando que se trata da "espinha dorsal" do tratado de criação do Mercosul, que completou 30 anos em 2021.
O presidente brasileiro argumentou que usar como veto a regra que determina que as decisões do bloco devem ser consensuais terá efeito de consolidar um ceticismo quanto ao Mercosul.
Consenso versus veto
Pelas regras do Mercosul, mudanças no bloco só podem ser feitas se houver consenso entre os quatro membros. Para o Brasil, isso na prática funciona como um veto da Argentina, que é contrária às medidas de "modernização" defendidas pelo governo brasileiro e pelo Uruguai.
Bolsonaro deixou claro que a prioridade da presidência brasileira do bloco, que se estende pelos próximos seis meses, será perseguir a flexibilização de regras. Os governos dos quatro integrantes do bloco sul-americano, que tem ainda Paraguai e Uruguai, se revezam na presidência a cada seis meses.
Leia Também
Paulo Guedes tem um sopro de esperança para o Brasil
O clima de embate entre os dois presidentes demonstrado nesta quinta apenas enfatiza a falta de ânimo entre os membros do Mercosul, que vêm se desentendendo desde o início do ano.
Briga de todos os lados
Na quarta-feira, 7, durante reuniões preparatórias, o clima "azedou" depois que o Uruguai anunciou que partiria em busca de novos parceiros fora do bloco. Pelas regras do Mercosul, apenas são aprovadas tratativas comerciais bilaterais que não incluam a redução da tarifa externa comum (TEC), cobrada pelo bloco na importação de outros países.
A revisão da TEC é outro ponto que divide o grupo. O presidente argentino reforçou o pedido de que os países levem em consideração o impacto de uma mudança na tarifa para alguns setores produtivos, principalmente em um momento de crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus.
Bolsonaro reclamou dos últimos seis meses e disse que o período em que os argentinos ficaram na presidência do bloco "deixou de corresponder às expectativas e necessidade de modernização do Mercosul".
"Deveríamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizam nossos esforços recentes, na flexibilização de acordos com parceiros externos e na redução da tarifa externa comum, afirmou.
Ele deixou clara a posição do Brasil e disse querer avançar nesses dois temas até o fim do ano. "O Brasil tem pressa. Os ministros e negociadores do Mercosul estão cientes de nossa sede de resultados", afirmou.
"Precisamos lançar novas negociações e concluir os acordos comerciais pendentes, ao mesmo tempo que trabalhamos para reduzir tarifas e eliminar outros entraves ao fluxo comercial entre nós e o mundo em geral."
Ato falho
Bolsonaro abriu a transmissão com um ato falho falando da "pandemia brasileira", quando se referia à presidência brasileira do bloco. Em sua fala, o presidente disse que seu governo está empenhado em garantir "rápida recuperação da economia neste momento de imunização em massa".
"O Brasil não vai parar nos esforços para modernizar sua economia e sociedade. Queremos que nossos sócios sejam companheiro em caminhada para prosperidade comum", disse.
"O Mercosul nasceu de compromisso claro com a liberdade, democracia e abertura para o mundo serão esses os princípios orientadores da presidência brasileira ao longo desse semestre."
Na quarta, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota em que manifestou preocupação sobre as tensões entre os membros do Mercosul neste momento.
"A CNI lembra que a integração no Mercosul precisa de ajustes e aperfeiçoamentos, mas continua sendo a que mais proporciona resultados econômicos e sociais para o Brasil. Apesar do aperfeiçoamento necessário, o bloco registrou resultados expressivos nos últimos anos, entre eles a negociação do Acordo Mercosul-União Europeia e a celebração de acordos internos, como os de facilitação de comércio e compras governamentais, que estão pendentes de internalização pelos países para que possam surtir efeito", afirmou.
No fim do mês passado, um grupo de empresários de vários setores de atividade divulgou uma carta aberta pedindo a rápida ratificação do acordo para, entre outros pontos, auxiliar no processo de retomada econômica.
Para as companhias, deixar de levar o acordo adiante só fará com que o Mercosul busque outros parceiros comerciais com padrões menos exigentes, o que não contribuiria com as preocupações alegadas pelos opositores do tratado. Especificamente sobre o Brasil, o documento diz que se trata de um país "com quem cooperar no longo prazo, e não isolar".
Lula com Chuchu: Como Geraldo Alckmin ressuscitou para a política em uma improvável aliança com um de seus maiores rivais
Ao mesmo tempo em que deu sustentação à guinada de Lula ao centro, Geraldo Alckmin também precisou atenuar suas posições
Lula e Bolsonaro querem ‘mexer’ no salário líquido — veja se você faz parte do grupo de pessoas impactadas
Bolsonaro defende estratégia que apenas um grupo específico de pessoas poderá se beneficia; e Lula pretende adotar medidas para outras classes — saiba quais são
A alface venceu! Hortaliça dura mais que Liz Truss no governo britânico
Jornal britânico The Daily Star lançou live na qual questionou: ‘irá Liz Truss durar mais do que um maço de alface?’; a resposta você já sabe, mas a história por trás da história merece um capítulo à parte
Nova rodada do Ipec sai hoje: veja o calendário de pesquisas de intenção de voto em Lula e Bolsonaro previstas para esta semana
A maioria das pesquisas de intenção de voto mostra Lula um pouco à frente de Bolsonaro; em pelo menos uma delas, a margem é tão estreita que configura empate técnico
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
Ex-chanceler Jeremy Hunt sucederá Kwasi Kwarteng enquanto Liz Truss entrega os anéis para não perder os dedos — mudanças acontecem no prazo final que o BC deu aos fundos para reorganizarem a casa
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha
Os investidores aguardam ainda hoje a participação de Pualo Guedes em evento do FMI e do Banco Mundial
Bolsonaro promete manter Paulo Guedes no governo em eventual segundo mandato
Defesa de Paulo Guedes por Jair Bolsonaro foi feita durante entrevista gravada à TV Alterosa, de Minas Gerais
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação antes da inflação dos EUA; Ibovespa acompanha eleições hoje
Paulo Guedes e Roberto Campos Neto participam da reunião entre ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 hoje
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem mais de 1% com medo da recessão global enquanto Ibovespa aguarda inflação
Recessão deve ser tema do encontro de hoje dos representantes do FMI com os dirigentes do Banco Mundial
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais aguardam payroll e Ibovespa mira dados do varejo hoje
Os investidores locais ainda aguardam a participação de Roberto Campos Neto em evento fechado à imprensa pela manhã
Esquenta dos mercados: Eleições pressionam Ibovespa enquanto bolsas no exterior aguardam ata do BCE e dados de emprego nos EUA
Os investidores aguardam os números de emprego nos Estados Unidos antes do payroll de sexta-feira
Esquenta dos mercados: Ibovespa acompanha corrida eleitoral enquanto bolsas no exterior realizam lucro antes da reunião da Opep+
Os investidores aguardam os números de emprego nos Estados Unidos antes do payroll de sexta-feira
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais estendem rali de alívio e Ibovespa reage às eleições mais um dia
Os investidores acompanham as falas de representantes de Bancos Centrais hoje; Christine Lagarde e Janet Yellen, secretária de Tesouro dos EUA são destaque
Esquenta dos mercados: Ibovespa digere eleição e nova configuração do Congresso; bolsas no exterior recuam à espera dos dados da semana
Os dados de emprego dos Estados Unidos dominam a semana enquanto os investidores acompanham reunião da Opep+
Esquenta dos mercados: Ibovespa digere debate quente da Globo, mas deve embarcar na alta das bolsas internacionais hoje
O índice de inflação dos Estados Unidos é o número mais importante do dia e pode azedar a alta das bolsas nesta manhã
Esquenta dos mercados: Bolsas lá fora ampliam cautela enquanto Ibovespa aguarda debate e relatório da inflação do BC hoje
O medo do exterior pressiona as bolsas por mais um dia: a perspectiva de um aperto monetário maior e mais longo injeta aversão ao risco nos investidores
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem antes de falas de Jerome Powell e dirigentes do Fed; Ibovespa acompanha Campos Neto e Guedes hoje
Por aqui, a última rodada da pesquisa Genial/Quaest antes do primeiro turno das eleições presidenciais mostra chances de que Lula ganhe no primeiro turno
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam emplacar alta com busca por pechinchas; Ibovespa acompanha ata do Copom hoje
A prévia da inflação brasileira será divulgada na terça-feira e o IPCA-15 deve registrar deflação mais uma vez
Esquenta dos mercados: Semana das bolsas internacionais começa no vermelho com cautela global; Ibovespa acompanha reta final das eleições
A prévia da inflação brasileira será divulgada na terça-feira, enquanto o PCE, índice cheio dos EUA, é a bola da vez na sexta-feira
Esquenta dos mercados: Investidores recolhem os cacos da Super Quarta com bolsas internacionais em queda; Ibovespa reage ao Datafolha
Os investidores reagem hoje aos PMIs de grandes economias, como Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos