Depois de desconto em IPO, Blau Farmacêutica estreia com leve alta na bolsa
A empresa movimentou R$ 1,26 bilhão em sua oferta de ações, mas, inicialmente, esperava captar mais.
A Blau Farmacêutica, que vem tentando abrir o seu capital na bolsa desde 2018, finalmente fez a sua estreia na B3.
Depois de precisar fazer alguns ajustes para que a sua oferta inicial de ações acontecesse, o primeiro dia como uma empresa listada foi de tranquilidade. Ao longo de todo o dia, as ações (BLAU3) oscilaram entre perdas e ganhos, mas fecharam em alta de 2,39%, a R$ 41,10.
A oferta, que movimentou R$ 1,26 bilhão e foi coordenada pelo Itaú BBA, Bradesco BBI, JP Morgan, Citi, XP e BTG Pactual, teve o piso da faixa indicativa reduzido em 10%, precificado a R$ 40,14. O preço inicialmente ia de R$ 44,60 a R$ 50,60. Em 2018, a Blau desistiu de seu IPO antes do fim do processo de bookbuilding, diante das indicações de que a faixa de preço pretendida não seria atingida.
Além de reduzir a captação em sua oferta primária, a Blau também cancelou a oferta secundária (com a venda de posição de acionistas), citando a volatilidade do mercado como a razão para a mudança de planos.
Os recursos captados serão investidos na expansão da capacidade produtiva e na verticalização da cadeia de insumos estratégicos, além de centros de coleta de plasma nos EUA. A empresa também deve pagar o valor restante da aquisição da Pharma Limirio (atualmente Blau Farmacêutica Goiás), realizar o pré-pagamento das debêntures de segunda, quarta e quinta emissões e investir em novas aquisições.
Histórico
A Blau foi fundada em 1987 pelo empresário Marcelo Hahn, que investiu US$ 20 mil para importar preservativos no auge da epidemia de HIV no país. A companhia ainda atua nesse ramo, com a marca Preserv, mas desde então expandiu seu portfólio e hoje atua com medicamentos de alta complexidade e hospitalares essenciais.
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A empresa, sediada em Cotia (SP) é especialista em produtos biotecnológicos e sintéticos para oncologia, nefrologia, hematologia e infectologia. A companhia fechou 2020 com um lucro líquido de R$ 254,3 milhões, alta de 27% em base anual. O lucro bruto avançou 29,2%, para R$ 556 milhões, com a margem bruta subindo de 44% para 47,04%.
Na mesma base de comparação, a dívida líquida da companhia cresceu quatro vezes, para R$ 475,6 milhões, puxada pelo avanço de 2,2 vezes das debêntures não circulantes, para R$ 626,3 milhões.
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