Após dados fracos de varejo e serviços, bancos projetam recuo de até 0,5% do PIB em 2022
Depois do Itaú, JP Morgan, Credit Suisse e Haitong também passaram a projetar retração econômica no ano que vem
Os bancos JP Morgan, Credit Suisse e Haitong reduziram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do País, depois da divulgação de números abaixo do esperado para os setores de varejo e de serviços em setembro. Antes deles, em outubro, o Itaú já havia reduzido de 5,3% para 5,0% a sua projeção de crescimento para o PIB de 2021, e indicado queda de 0,5% em 2022.
O Credit Suisse reduziu a sua projeção para o PIB deste ano, de 5% para 4,8%, e também passou a estimar retração de 0,5% no próximo ano - ante a projeção anterior de alta de 0,6%. Em relatório, o banco afirma que a atividade é prejudicada por fatores de curto prazo, como a escassez de insumos para a indústria, mas também por problemas persistentes.
"O atual alto nível de inflação provavelmente deve continuar elevado devido à alta inércia no País; o recente aperto de condições financeiras não deve recuar fortemente, dado que a taxa de juros vai crescer mais e o arcabouço fiscal foi recentemente enfraquecido", diz o relatório.
Já o Haitong reduziu suas projeções de 4,9% para 4,2%, neste ano, e de 0,5% para queda de 0,3% em 2022. Após a retração da produção industrial (-0,4%) e do setor de serviços (-0,6%) em setembro, o Haitong passou a ver contração do PIB já no terceiro trimestre deste ano (de 0,15% para -0,6%). Para o quarto trimestre, a projeção de crescimento foi reduzida de 0,3% para 0,1%. "Acreditamos que a chance de uma recessão técnica em 2021 é elevada", escreve o economista-chefe do banco, Marcos Ross.
Já o JP Morgan estima que o crescimento do PIB de 2021 será de 4,8%, e não mais de 5,0%. Para 2022, a estimativa de variação zero do PIB foi mantida.
Inflação e juros
O Haitong também elevou as suas estimativas para o IPCA de 2021 (de 9,20% para 10,40%) e de 2022 (de 5,0% para 5,20%), esta última já acima do teto da meta que deve ser alcançada pelo Banco Central (BC), de 5,0%.
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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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