Ibovespa acelera queda e dólar vai a R$ 5,30 com economia americana aquecida
O vencimento de opções de ações na B3 deve trazer volatilidade ao mercado nesta sexta-feira (21), em uma semana marcada pelos altos e baixos

Depois do ‘soluço’ no meio da semana, o mercado internacional parece realmente disposto a deixar para trás as preocupações com a inflação, mas novos dados da economia americana podem atrapalhar.
Nos Estados Unidos, os dados seguem vindo acima do esperado, impulsionando as bolsas em Wall Street. Nova York reduziu o movimento de alta e o dólar se fortaleceu frente a outras moedas com a confirmação de uma economia mais forte. Os Treasuries voltaram a subir e agora o Nasdaq oscile entre perdas e ganhos.
No Brasil, o Ibovespa sofre para conseguir acompanhar o ritmo. Com o minério de ferro tendo mais um dia de queda expressiva, as empresas ligadas às commodities metálicas são penalizadas mais uma vez. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,56%, aos 122.011 pontos. Com dados reforçando a recuperação da economia americana, o dólar à vista avança 1,28%, a R$ 5,3447.
As leituras positivas para a economia americana também influenciam o retorno dos títulos do Tesouro americano, que passaram a subir. Por aqui, o mercado de juros segue a mesma tendência. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,99% para 5,00%
- Janeiro/2023: de 6,75% para 6,80%
- Janeiro/2025: de 8,23% para 8,27%
- Janeiro/2027: de 8,82% para 8,86%
Aquecimento confirmado
Ontem, os pedidos de auxílio desemprego dos Estados Unidos patrocinaram parte da recuperação das bolsas internacionais. O país viu o número cair 34 mil, para 444 mil pedidos, enquanto a expectativa do mercado era de 452 mil solicitações, de acordo com o The Wall Street Journal.
Já o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) subiu a 68,1 em maio - o maior nível da série histórica iniciada em 2009. O dado é um dos melhores termômetros da atividade econômica e uma marca acima de 50 representa expansão.
Leia Também
O PMI industrial foi de 60,5 para 61,5 e o de serviços atingiu um novo recorde ao passar de 64,7 para 70,1, bem acima dos 64,3 esperados.
Que semana, capitão
O grande evento da semana e que acabou pesando nos mercados foi sem dúvidas a divulgação da ata do Fed. Os investidores esperavam atentos, buscando uma confirmação sobre a mudança da política monetária do BC dos Estados Unidos. Os temores envolvendo a alta da inflação, desemprego e superaquecimento da economia têm colocado pressão sobre os índices internacionais.
No dia da divulgação, a ata - que de concreto trouxe poucas mudanças - acabou pegando alguns de surpresa: a instituição manteve sua política monetária e não sinalizou uma alteração nos juros no curto prazo, mas mostrou que alguns dirigentes gostariam de começar a rever a política de compras de ativos da instituição. O que você precisa saber sobre a inflação americana e como ela afeta seus investimentos você confere clicando aqui.
No cenário interno, os depoimentos do ex-chanceler, Ernesto Araújo, e do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também aumentaram a pressão da semana. As oitivas foram consideradas positivas para o Palácio do Planalto, tendo em vista que os dois ex-integrantes do governo buscaram blindar o presidente da República, Jair Bolsonaro, em suas respostas.
Entretanto, os depoimentos têm deixado o clima de Brasília tenso. Analistas de política acreditam que o governo pode ter dificuldades em aprovar reformas e outras propostas nesse cenário.
Sobe e desce
A BRF lidera as altas do dia com informações de que uma possível fusão com a Marfrig estaria em estudo. Segundo o Brazil Journal, esses rumores não procedem, mas a companhia segue em alta firme. Confira os principais destaques do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
BRFS3 | BRF ON | R$ 24,57 | 6,09% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 51,23 | 2,50% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 16,55 | 2,48% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 40,93 | 1,79% |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 41,56 | 1,05% |
Na ponta contrário, temos um recuo em bloco do setor de construção. O temor do mercado é que a inflação sentida na cadeia produtiva não consiga ser repassada aos consumidores. Veja as maiores quedas desta sexta-feira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CYRE3 | Cyrela ON | R$ 22,06 | -4,91% |
MRVE3 | MRV ON | R$ 17,08 | -3,94% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 30,10 | -3,93% |
JHSF3 | JHSF ON | R$ 7,32 | -3,81% |
EZTC3 | EZTEC ON | R$ 29,93 | -3,14% |
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
Carrefour Brasil (CRFB3): controladora oferece prêmio mais alto em tentativa de emplacar o fechamento de capital; ações disparam 10%
Depois de pressão dos minoritários e movimentações importantes nos bastidores, a matriz francesa elevou a oferta. Ações disparam na bolsa
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa
O mais importante é que, se você ainda não tem ações brasileiras na carteira, esse me parece um momento oportuno para começar a fazer isso
Ações para se proteger da inflação: XP monta carteira de baixo risco para navegar no momento de preços e juros altos
A chamada “cesta defensiva” tem dez empresas, entre bancos, seguradoras, companhias de energia e outros setores classificados pela qualidade e baixo risco
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) perdem juntas R$ 26 bilhões em valor de mercado e a culpa é de Trump
Enquanto a petroleira sofreu com a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional, a mineradora sentiu os efeitos da queda dos preços do minério de ferro
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
Obrigado, Trump! Dólar vai à mínima e cai a R$ 5,59 após tarifaço e com recessão dos EUA no horizonte
A moeda norte-americana perdeu força no mundo inteiro nesta quinta-feira (3) à medida que os investidores recalculam rotas após Dia da Libertação
O Dia depois da Libertação: bolsas globais reagem em queda generalizada às tarifas de Trump; nos EUA, Apple tomba mais de 9%
O Dia depois da Libertação não parece estar indo como Trump imaginou: Wall Street reage em queda forte e Ibovespa tem leve alta
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Tarifas de Trump levam caos a Nova York: no mercado futuro, Dow Jones perde mais de 1 mil pontos, S&P 500 cai mais de 3% e Nasdaq recua 4,5%; ouro dispara
Nas negociações regulares, as principais índices de Wall Street terminaram o dia com ganhos na expectativa de que o presidente norte-americano anunciasse um plano mais brando de tarifas
Rodolfo Amstalden: Nos tempos modernos, existe ERP (prêmio de risco) de qualidade no Brasil?
As ações domésticas pagam um prêmio suficiente para remunerar o risco adicional em relação à renda fixa?
Efeito Trump? Dólar fica em segundo plano e investidores buscam outras moedas para investir; euro e libra são preferência
Pessimismo em relação à moeda norte-americana toma conta do mercado à medida que as tarifas de Trump se tornam realidade
Assembleia do GPA (PCAR3) ganha apoio de peso e ações sobem 25%: Casino e Iabrudi sinalizam que também querem mudanças no conselho
Juntos, os acionistas somam quase 30% de participação no grupo e são importantes para aprovar ou recusar as propostas feitas pelo fundo controlado por Tanure
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Brasil não aguarda tarifas de Trump de braços cruzados: o último passo do Congresso antes do Dia da Libertação dos EUA
Enquanto o Ibovespa andou com as próprias pernas, o Congresso preparava um projeto de lei para se defender de tarifas recíprocas
Natura &Co é avaliada em mais de R$ 15 bilhões, em mais um passo no processo de reestruturação — ações caem 27% no ano
No processo de simplificação corporativa após massacre na bolsa, Natura &Co divulgou a avaliação do patrimônio líquido da empresa
Adeus, Ibovespa: as ações que se despedem do índice em maio e quem entra no lugar, segundo a primeira prévia divulgada pela B3
A nova carteira passa a valer a partir do dia 5 de maio e ainda deve passar por duas atualizações preliminares
Trump preocupa mais do que fiscal no Brasil: Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus, escolhe suas ações vitoriosas em meio aos riscos
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, fala sobre a alta surpreendente do Ibovespa no primeiro trimestre e quais são os riscos que podem frear a bolsa brasileira
Dólar dispara com novas ameaças comerciais de Trump: veja como buscar lucros de até dólar +10% ao ano nesse cenário
O tarifaço promovido por Donald Trump, presidente dos EUA, levou o dólar a R$ 5,76 na última semana – mas há como buscar lucros nesse cenário; veja como