5 perguntas sobre a intervenção na Petrobras e os preços dos combustíveis
Por que o presidente não pode defender o interesse da população e outras perguntas sobre a interferência na Petrobras
Depois de diversas ameaças, aconteceu o que o mercado mais temia. A volta da interferência do governo federal na Petrobras (PETR4) trouxe lembranças recentes e amargas e provocou um choque nos mercados.
As ações da estatal amargaram um tombo de 20% na segunda-feira (22) e diversos analistas passaram a recomendar a venda das ações da empresa, ainda que tenham recuperado parte das perdas na sessão de terça-feira (23).
A troca do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna fez o investidor cair no fato. As ações recuaram, especulações surgiram e Paulo Guedes teve de engolir em seco, totalmente contra a sua política liberal de não interferência nas estatais.
Mas algumas dúvidas surgiram na mente de muita gente: se o presidente só está tentando manter os preços acessíveis, por que isso seria ruim? Se a empresa é estatal, ela não deveria defender os interesses do Estado? E uma série de outras questões.
Por isso, nós listamos aqui cinco perguntas sobre a interferência na Petrobras, com as respectivas respostas dos especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.
1 - Por que a Petrobras precisa seguir a cotação internacional do petróleo?
Se a Petrobras é uma empresa que extrai e refina o petróleo, ela poderia colocar o preço que bem entende nos combustíveis que saem de suas refinarias, certo? Errado.
Leia Também
Por maior que seja nossa estatal, ela não é dona do mercado, como comenta o diretor financeiro da plataforma Comdinheiro, Filipe Ferreira. “Não é uma relação direta. A Petrobras extrai um tipo de petróleo e vende outro tipo, ou seja, nem sempre o petróleo que ela extrai é o mesmo que faz a gasolina”, diz.
A Petrobras não é obrigada a seguir os preços do barril de petróleo. Entretanto, perde dinheiro se o preço dos combustíveis que saem das refinarias não considerar o custo da principal matéria-prima. O que nos leva à pergunta seguinte:
2 - Se a Petrobras junta produção e refino do petróleo, por que a empresa não pode controlar os preços, vendendo combustível mais barato no mercado interno?
Parece uma conclusão simples, mas quando uma refinaria da Petrobras compra petróleo dela mesma mais barato, o negócio de extração sai prejudicado, o que no fim do dia dá na mesma. “É um prejuízo para a mesma empresa. Não passa de um jogo de palavras”, afirma Ferreira.
De um jeito ou de outro, portanto, a empresa perde ao não considerar o preço internacional do petróleo na política de preços dos combustíveis.
Para Carlos Heitor Campani, professor de finanças do Coppead/UFRJ, uma alternativa para a Petrobras seria fazer um hedge de preços internacionais para reduzir as oscilações do preço do barril e do dólar.
O hedge é um mecanismo utilizado para conter as oscilações dos preços das commodities no mercado internacional, dando maior previsibilidade na produção e venda. Por meio de contratos futuros, os produtores estabelecem um preço fixo para os compradores, que só sentem as oscilações de preço ao final de um certo período.
“É um controle de preços? Sim, mas de uma maneira mais segura para o mercado e para a saúde financeira da empresa", diz.
O controle de preços artificial, praticado quando há um subsídio do preço final da gasolina ou do diesel, traz outros desdobramentos, sobre os quais falaremos agora.
3 - Por que interferir nos preços é uma atitude mal vista pelos investidores?
A interferência gera incertezas, e as incertezas são precificadas pelo mercado. “Quanto maior o risco, mais o investidor quer de retorno”, diz Compani.
Se o Estado interfere na estatal de maneira a melhorar sua saúde financeira e garantir uma maior sustentabilidade dos negócios, evidentemente que o mercado verá isso de maneira positiva.
Mas o que acaba acontecendo na maioria das vezes é uma interferência que visa agradar os consumidores (e eleitores), nem que seja ao preço de uma piora na situação financeira da estatal.
4 - Por que a Petrobras não deve ser usada para o brasileiro ter um combustível mais barato?
Para responder esta pergunta, o professor e coordenador do curso de administração do Ibmec SP, Cristiano Corrêa, lança outra, no mínimo, curiosa.
“Para que o governo quer uma estatal? Se ela servir como forma de ativo, precisa dar lucro. Se for para beneficiar a população, ela pode dar prejuízo, sim”, diz. Ele usa como exemplo a estatal venezuelana PDVSA, que consegue vender a gasolina na bomba a menos de US$ 1,00 o litro.
Para esse caso, o objetivo da empresa é cumprido, que é levar combustível barato para a população. Mas no caso de uma estatal como a Petrobras, que tem capital aberto e com ações na bolsa, espera-se que a empresa tenha uma administração que trabalhe para todos os acionistas, incluindo a União e os minoritários.
Uma Petrobras menos lucrativa também é ruim para o país no longo prazo, já que a companhia contará com menos recursos para financiar seus investimentos, incluindo a exploração do petróleo do pré-sal, gerando menos riqueza.
A PDVSA enfrenta exatamente esse dilema. Embora a Venezuela tenha uma das maiores reservas de petróleo provadas do mundo, o país registrou no ano passado o menor nível de produção desde 1945, de acordo com informação da Bloomberg.
Para manter os investimentos e os níveis de produção, a Petrobras teria dois caminhos. O primeiro seria tomar dívida no mercado, estratégia adotada no passado recente e que quase quebrou a companhia.
A segunda opção seria usar dinheiro público para capitalizar a estatal. “Recursos de saúde e educação”, lembra o diretor da Comdinheiro. Como não podem ocorrer gastos sem contrapartida devido às regras fiscais, novos impostos teriam de ser implementados. Novamente, uma medida impopular.
5 - Quais as consequências do controle de preços?
“Mas o presidente quer defender a população, evitar a greve, deixar a gasolina mais barata! Por que isso seria ruim?” Você já deve ter ouvido essa pergunta alguma vez, e a resposta está em uma velha conhecida e persona non grata dos brasileiros: a inflação.
Uma frase comum no mercado é “não existe almoço grátis”. Seja por meio de subsídios ou manipulação de preços na compra e venda do barril, a conta uma hora chega. E geralmente vem acompanhada de juros.
Se a empresa passa a segurar o repasse do aumento das cotações do petróleo vendendo um combustível com preço abaixo do mercado, a inflação fica represada em um primeiro momento. Mas nenhuma companhia é capaz de segurar os reajustes para sempre.
Foi o que aconteceu por exemplo a partir de 2015, quando aconteceu um fenômeno oposto ao atual: os preços dos combustíveis subiram e pressionaram a inflação enquanto no exterior o petróleo operava em queda e o país entrava em uma das piores recessões da história.
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Petrobras (PETR4) antecipa plano de investimentos de US$ 111 bilhões com ‘flexibilidade’ para até US$ 10 bilhões em dividendos extraordinários
A projeção de proventos ordinários prevê uma faixa que começa em US$ 45 bilhões; além disso, haverá “flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões”
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão
A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então