O dilema do Astra 2005: Ainda vale a pena investir em Petrobras (PETR4) após a disparada das ações?
A companhia não está entre as queridinhas, atua em um setor que certamente não conta com uma legião de fãs e ainda pode a qualquer momento sofrer com interferências políticas. Vale o custo-benefício?

Desde muito pequeno, eu sou apaixonado por carros.
No meu aniversário, se você não quisesse errar no presente era só me dar um carrinho de presente, qualquer um servia.
Lembro até hoje que um dos meus passatempos preferidos quando tinha uns seis anos era tentar descobrir se a roda de determinado carro era daquele modelo mesmo ou tinha sido trocada pelo dono.
"Olha lá mãe, um Gol com roda de Santana" ou "pai, olha ali um (Opala) Diplomata com roda de Ômega".
Os anos foram passando mas a paixão não. Eu continuo acompanhando tudo o que consigo sobre os lançamentos, tendências do setor.
Mas é engraçado como, mesmo sendo vidrado em carros potentes e requintados, o veículo que escolhi pra mim não é apenas velho, como também barato e sem frescura alguma.
Leia Também
Se você ficou curioso, o primeiro (e último) carro que comprei na vida foi um Chevrolet Astra 2005 igual ao da foto abaixo.
Confortável, com mecânica resiliente, consumo e potência que não deixam a desejar e tudo isso por um preço muito (MUITO) menor do que qualquer modelo novo de entrada.
Ele pode não ter os mesmos penduricalhos dos carros glamourosos modernos, mas em termos de custo vs benefício, garanto é um concorrente difícil de ser batido.
Custo vs Benefício é o nome do jogo
Quando começamos a nos aventurar no mercado financeiro, parece que as únicas ações que valem a pena são aquelas queridinhas, que todos os gestores falam bem, que estampam as capas dos jornais com resultados imponentes.
Estou falando aqui de Localiza (RENT3), Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3) entre outras “famosinhas” da Bolsa.
Mas nem sempre as companhias mais cobiçadas são aquelas nas quais você obterá retornos satisfatórios.
Na Bolsa, tudo depende da relação entre custo e benefício.
As queridinhas dos investidores podem continuar trazendo retornos acima da média, mas elas custam caro. E por negociarem com múltiplos muito elevados, precisam constantemente superar expectativas já muito otimistas — o que às vezes pode se tornar uma tarefa muito difícil. Basta apenas um pequeno tropeço para as suas ações desmoronarem.
Qualquer semelhança com o que aconteceu com a Localiza (RENT3) não é mera coincidência. Para o mercado, depois de um 2T21 abaixo das expectativas, o preço (custo) das ações já não parece mais tão condizente com os retornos (benefícios) esperados, e RENT3 foi severamente punida.
Por outro lado, vimos o oposto acontecer com a Petrobras (PETR4) ontem – que chegou a subir 10% no meio do pregão e rendeu um grande ganho com opções na minha série Flash Trader, inclusive.
A companhia não está entre as queridinhas, atua em um setor que certamente não conta com uma legião de fãs e ainda pode a qualquer momento sofrer com interferências políticas em sua gestão.
No entanto, a PETR4 negocia por menos de 5 vezes preço/lucros e 4 vezes EV/Ebitda. Com múltiplos extremamente descontados, ainda que falte muito glamour e sobrem riscos, temos uma ótima relação de custo vs benefício, e isso significa que podemos conseguir extrair ótimos retornos de suas ações.
Confira também no nosso Instagram (aproveite para nos seguir lá):
A relação de custo vs benefício de Petrobras (PETR4)
Se você ainda se pergunta se, depois da alta de ontem, as ações da Petrobras continuam com uma relação de custo vs benefício atrativa, a resposta é “sim”.
Primeiro porque os múltiplos de PETR4 permanecem amassados. E segundo porque as condições operacionais e financeiras da companhia estão cada vez melhores.
A Petrobras apresentou crescimento relevante no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de todos os segmentos de atuação, com preços mais elevados de petróleo e derivados, aumento nas vendas e forte controle de gastos.
E se o desempenho operacional tem ajudado a gerar valor, a ótima gestão da dívida vai cumprir um papel decisivo no pagamento de dividendos para os acionistas a partir dos próximos trimestres.
Desde que parou de investir em projetos mirabolantes sem qualquer relação com a produção de petróleo e derivados, a Petrobras tem gerado uma quantidade brutal de caixa.
Nos últimos anos, a companhia tem aproveitado essa geração para reduzir suas dívidas. No entanto, agora que a alavancagem chegou a patamares saudáveis (1,5 vezes dívida líquida/Ebitda), ela poderá começar a pagar quantidades relevantes de dividendos.
Aliás, na divulgação de resultados do 2T21, a companhia já antecipou mais de R$ 30 bilhões de dividendos referentes ao ano de 2021, o que representa um dividend yield (retorno com dividendos) de quase 10% – uau!
E com a manutenção da disciplina financeira aliada ao foco cada vez maior na Exploração & Produção (E&P) do pré-sal (cujo custo marginal de extração é extremamente baixo), a tendência é vermos os dividendos permanecerem em patamares nos próximos anos também — não é à toa que PETR4 está na série Oportunidades de Uma Vida, junto com outras ações com excelente potencial de valorização e que têm superado com folga o desempenho do Ibovespa em 2021.
Vale a pena comprar ações da Raízen (RAIZ4? Confira a análise completa da Larissa Quaresma, colunista do Seu Dinheiro. E aproveite para se inscrever no nosso canal:
Mais uma vez: não estamos falando da companhia mais bonita, mais moderna, nem a mais glamurosa da Bolsa. Mas, pelos múltiplos atuais, com toda a evolução esperada para os próximos anos e elevados dividendos pingando na conta dos acionistas, temos uma relação de custo vs benefício que está entre as mais interessantes do mercado — quer dizer, ainda é uma relação pior que a do meu Astrinha, mas esse também não está à venda.
Um grande abraço e até a próxima!
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Trump preocupa mais do que fiscal no Brasil: Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus, escolhe suas ações vitoriosas em meio aos riscos
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, fala sobre a alta surpreendente do Ibovespa no primeiro trimestre e quais são os riscos que podem frear a bolsa brasileira
Dólar dispara com novas ameaças comerciais de Trump: veja como buscar lucros de até dólar +10% ao ano nesse cenário
O tarifaço promovido por Donald Trump, presidente dos EUA, levou o dólar a R$ 5,76 na última semana – mas há como buscar lucros nesse cenário; veja como
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Tarifaço de Trump aciona modo cautela e faz do ouro um dos melhores investimentos de março; IFIX e Ibovespa fecham o pódio
Mudanças nos Estados Unidos também impulsionam a renda variável brasileira, com estrangeiros voltando a olhar para os mercados emergentes em meio às incertezas na terra do Tio Sam
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje