🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Estamos no meio de uma segunda bolha das ações de tecnologia?

Tech é quase sinônimo de bolha, e bolha é quase sinônimo de estouro. Não vejo a menor possibilidade de uma bolha que atinja apenas as techs. Se estourar, puxa todos os ramos de atividade em sua cola

21 de abril de 2021
6:37 - atualizado às 10:10
homem tenta furar bolha financeira
Bolha financeira - Imagem: Shutterstock

Os profissionais do mercado financeiro costumam chamar de “bolha” uma subida aparentemente exagerada das cotações de determinado ativo ou setor de atividade que poderá (eu escrevi “poderá”, pois nem sempre acontece) terminar numa tragédia.

Esse suposto revés aconteceria de repente, justamente quando os especuladores estariam mais entusiasmados com a perspectiva de fazer fortuna rapidamente e pondo todo seu patrimônio em jogo na parada.

Bolha é coisa antiga. Em meu livro Os mercadores da noite, por exemplo, relato três: tulipomania, Compagnie d’Occident e The South Company.

Eis como narro esses episódios:

Desde o século XVI, quando mercadores de Veneza, Florença e Gênova criaram os primeiros negócios futuros de bens e moedas, de tempos em tempos os mercados eram assolados por grandes febres especulativas.

O primeiro desses surtos cíclicos ocorreu na década de 1630, quando toda a população da Holanda dedicou-se a especular com… tulipas. Tulipas! Em 1636, um único bulbo de tulipa chegou a valer o equivalente a uma carruagem, devidamente acompanhada de sua parelha de cavalos. Diversas bolsas de valores foram instituídas para negociar bulbos e tulipas. No auge da especulação, um exemplar mais caro chegou a trocar de mãos por 3 mil florins, correspondentes, hoje, a mais de 20 mil dólares.

Leia Também

O desastre veio em 1637. A fúria especulativa transformou-se em pânico quando, subitamente, os homens se deram conta de que eram apenas… tulipas!

Menos de 100 anos depois, mais precisamente na década de 1710, agora tendo Paris como cenário, um escocês, de nome John Law, para uns gênio das finanças, para outros espertalhão, falsário e, até mesmo, assassino – batera-se em duelo, de maneira não muito leal, em Londres, em 1694 −, estabeleceu a Compagnie d’Occident. Esta foi agraciada pela coroa francesa com os direitos de exploração de ouro no território da Louisiana, na época pertencente à França.

Law ofertou ações da nova companhia ao público. A aceitação foi fantástica, embora não houvesse nenhum indício da existência de ouro na Louisiana. Uma investigação mais apurada mostraria que a Compagnie d’Occident nem mesmo chegou a iniciar uma prospecção. Mas isso era um detalhe irrelevante para os especuladores parisienses. Lançaram-se ávidos à compra e venda dos novos papéis, no velho mercado de valores da Rue Quincampoix.

Em 1720, o mercado vacilou. Um príncipe, De Conti, suscitara algumas dúvidas sobre a existência daquele ouro. John Law respondeu aos rumores contratando centenas de mendigos nas ruas de Paris. Equipou-os de pás e picaretas. Fê-los marchar pela cidade, como se dirigissem à Louisiana. Mas, quando, algumas semanas depois, os especuladores viram os pedintes de volta, em seus pontos tradicionais, perderam as esperanças. O mercado desabou, lançando na miséria milhares de investidores.

Enquanto em Paris as pessoas se lançavam em busca de fortuna fácil, em Londres não se fazia por menos. A South Sea Company, fundada por Robert Harley, conde de Oxford, vendia ações ao público, acenando-lhe com a possibilidade de lucros gigantescos, a serem obtidos na exploração das riquezas da costa ocidental da América do Sul. Relegava-se a um segundo plano o fato de que a Coroa de Espanha, soberana das terras em questão, autorizara a South Company a fazer uma única viagem anual à região.

A febre tomou conta dos investidores ingleses. Entre janeiro de 1720 e o fim do verão daquele ano, quando sobreveio o crash, as ações da South Company pularam de 128 libras para mil."

Nenhuma bolha especulativa impactou tanto a humanidade como um todo como a ocorrida nos Esfuziantes Anos Vinte (The Roaring Twenties) quando, em 29 de outubro de 1929, data mais conhecida como Terça-feira Negra (Black Tuesday), o sonho de que os Estados Unidos estavam erigindo uma sociedade onde todos seriam ricos virou papel picado no pregão da New York Stock Exchange.

Não é exagero dizer que dali surgiu a Grande Depressão e, em consequência desta, a Segunda Guerra Mundial.

Se as fortunas perdidas podem ser medidas em bilhões de dólares daquela época, o saldo de mortos (contando a guerra) somou aproximadamente 75 milhões, entre militares e civis.

Bolha "made in Brasil"

Entre 1968 e 1971 tivemos no Brasil uma bolha diferente.

Embora quase toda a classe média e alta tivesse se envolvido no mercado de ações, e os prejuízos dos investidores fossem tremendos, essa perda se deu aos pouquinhos.

Ao invés de estourar, a bolha de 1971 sofreu apenas um furinho. Por ele, o dinheiro foi escapando, aos poucos, ao longo de uma década. Mas muita gente jamais voltou a comprar ações depois daquela experiência.

Em 19 de outubro de 1987, data carimbada como Black Monday (eles gostam desses títulos politicamente incorretos; o que é que eu posso fazer?), aconteceu justamente o contrário.

Naquela segunda-feira, a Bolsa de Valores de Nova York abriu em breakaway down gap, o Dow Jones e o S&P500 perdendo um terço de seu valor, com o estouro da bolha criando uma das maiores oportunidades de compra de ações de todos os tempos.

O mesmo não se pode dizer da crise do subprime, uma bolha no mercado americano de imóveis.

Nessa ocasião, hipotecas hipervalorizadas provocaram uma crise que fez as bolsas mundiais caírem ao longo de dois anos (2007 e 2008).

Uma segunda bolha de tecnologia?

Agora comenta-se a respeito da possibilidade de ocorrer um segundo episódio de ruptura de bolha no mercado de ações de empresas de tecnologia.

O primeiro aconteceu a partir de 1996, quando uma febre fez que com os especuladores comprassem techs a torto e a direito na bolsa Nasdaq.

Com medo de que aquela alta desmedida contaminasse os demais setores da economia, o então chairman do FED, Alan Greenspan, durante uma palestra no American Enterprise Institute, disse (se referindo às ações de tecnologia) que o mercado estava vivendo uma exuberância irracional (irrational exuberance).

As ações de fato levaram um tombo, mas que foi contido naquele setor específico (techs), não se espraiando para as demais bolsas de ações.

Tech é quase sinônimo de bolha, e bolha é quase sinônimo de estouro.

É difícil acontecer uma bolha nas utilities (concessionárias de serviço público), nas empresas automobilísticas, nas companhias aéreas, etc.

Com dois ou três mil dólares, um jovem pode criar, na oficina do quintal da casa de seu pai, um programa de informática que irá revolucionar o mercado.

Estou me referindo a uma ferramenta de busca mais rápida, um programa, supercriptografado, de intercâmbio de nudes entre namorados nesta época de pandemia e distanciamento, um site de empregos em regime de home work, etc., etc.

É nesse meio criativo que surgirão os novos Bill Gates, Steve Jobs, Jeff Bezos, etc.

Hoje em dia, Google é sinônimo de site de busca.

As pessoas dizem:

Vê aí no Google quanto terminou o jogo da Champions.”

Ou seja, Google virou substantivo como Gillette, Jeep, Xerox, Band-Aid e outras marcas.

Antes do Google, eu fazia buscas no Alta Vista e no Yahoo.

Quem é muito jovem, nem se lembra do navegador Netscape, que todo mundo usava há tempos atrás.

E o I seek you, mais conhecido por sua abreviação, ICQ? E o My space?

E do Napster? Pirata, mas era lá que se ouvia música. Até que surgiu o Spotify.

Twitter. Quem poderia imaginar sua importância? Sem contar outras celebridades, e só para ficar em dois exemplos, foi através do Twitter que políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro puderam ignorar a imprensa tradicional. Passaram a falar diretamente com seus seguidores.

Quer fazer um novo amigo? Procure o Tinder.

Em 1996, quando estourou a primeira bolha das ponto.com, empresas como a Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Tesla, Facebook, PayPal, Netflix, etc., não eram a potência que são hoje.

Não vejo a menor possibilidade de uma bolha que atinja apenas as techs. Se estourar, puxa todos os ramos de atividade em sua cola.

Claro que existe a hipótese do FOMC – Federal Open Market Committee (Comitê Federal de Mercado Aberto), começar a elevar a taxa básica (está entre 0,00% e 0,25%) para matar, no nascedouro, um novo ciclo inflacionário que começa a se desenhar.

No entanto, acredito que, se o fizer, será através de movimentos suaves, espaçados, cirúrgicos (soft landing). Sem provocar um estouro. Isso para quem acha que estamos vivendo uma bolha.

Mas suponhamos que eu esteja errado. Uma bolha está para explodir a qualquer momento e não estou percebendo.

Aproveitem a oportunidade porque o mundo agora é das techs. Quem puder comprar esses papéis baratinhos, que o faça imediatamente.

Nós não estamos mais na época de especulação com tulipas, Compagnie d’Occident e The South Company.

Por favor, durmam sem mais essa preocupação.

Leia também

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

FACA NA TECNOLOGIA

O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim

21 de novembro de 2024 - 12:48

Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos

BOM, PORÉM…

Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar  no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço

21 de novembro de 2024 - 11:22

Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual

RELATÓRIO DO BC

Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal

21 de novembro de 2024 - 11:10

Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional

19 de novembro de 2024 - 7:02

É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos

O CÉU É O LIMITE?

Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil

18 de novembro de 2024 - 17:16

Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

DO ROXO AO VERMELHO

Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street 

15 de novembro de 2024 - 18:01

O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário

OS PLANOS DO BB

Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025 

15 de novembro de 2024 - 17:02

Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem

15 de novembro de 2024 - 16:16

Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro

BOLSA NA SEMANA

Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa  na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?

15 de novembro de 2024 - 13:21

A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar