O ouro mantém o brilho e ganha destaque como investimento
A valorização do ouro desde que passou a ser livremente negociado nos EUA, a partir de 1970 até hoje, foi de 5.300%, enquanto a bolsa americana subiu 2.500% além dos dividendos
O ouro sempre encantou o homem. Ele começou a ser usado em joias e artefatos no Leste Europeu há mais de 6 mil anos, em 4000 a.C.
Em 1500 a.C, por ser um elemento raro de se encontrar na natureza, porém de fácil maleabilidade e transporte, começou a ser utilizado como moeda pelo Império Egípcio, o “Shekel”, e rapidamente passou a ser adotada pelo Oriente Médio e Europa.
Por ser a primeira moeda reconhecida amplamente, proporcionou o crescimento exponencial da comercialização de produtos e, com isso, o desenvolvimento das civilizações.
Já na história recente, durante a Primeira Guerra Mundial, sob pressão para financiar os gastos bélicos, os bancos centrais passaram a imprimir papel moeda sem lastro do ouro.
Nas décadas seguintes, com o rápido desenvolvimento da sua economia, os Estados Unidos passaram a se destacar como nova potência no comercio global, com isso, os países foram substituindo o ouro pelo dólar nas negociações internacionais.
Um aspecto importante com o fim do uso do ouro como lastro para as moedas foi o surgimento de altas taxas de inflação, que devastaram algumas economias.
Leia Também
Sem o lastro, embora a impressão de papel moeda possa impulsionar a economia, quando feita de forma descontrolada e em excesso ela provoca pressão inflacionária. Temos um bom exemplo disso no Brasil na década de 1980.
Mais rentável que a bolsa
Como investimento para proteção de altas taxas de inflação e de desvalorizações de moedas, o ouro continuou a ser amplamente usado entre investidores e alguns bancos centrais que também procuram alternativas ao dólar.
Por exemplo: a valorização do ouro desde que passou a ser livremente negociado nos EUA, a partir de 1970 até hoje, foi de 5.300%, enquanto a bolsa americana valorizou 2.500% além dos dividendos.
Investidores especialistas indicam, inclusive, que o que ocorreu nas últimas décadas não foi apenas uma valorização da bolsa americana, mas também uma desvalorização do dólar e uma valorização dos ativos reais, tais como empresas, terrenos e do próprio ouro.
Ouro x bitcoin
Por fim, considero válida uma breve comparação entre o ouro e as moedas digitais como, por exemplo, o bitcoin. A criptomoeda é uma brilhante invenção com muitos méritos e deve aumentar sua influência como investimento e no comércio mundial. Contudo, estudos iniciais indicam que não deve ser considerado como um componente anticíclico na carteira.
Pelo contrário, o bom desempenho do bitcoin, até o momento, está mais relacionado às valorizações das startups de tecnologia do Silicon Valley, sem qualquer correlação anticíclica com macroeconomia ou geopolítica, conforme mencionado.
Em síntese, ao longo das últimas décadas o ouro deixou de ser lastro para as moedas de cada país, mas continuou a ser amplamente usado como alternativa de investimento por aqueles que tenham dúvidas quanto à estabilidade macroeconômica ou geopolítica mundial ou aqueles que querem diversificar o risco de suas carteiras e melhorar a relação risco e retorno.
Leia também:
- Aura Minerals quer dobrar produção até 2024 e ter você como sócio
- [Vídeo] Chama o Max: ouro e dividendos no mesmo investimento
- Aura Minerals registra produção recorde de ouro no 4º trimestre
O ouro no mundo pós-pandemia
O momento atual é de incertezas. Ainda que em menor velocidade no Brasil, as vacinas contra a covid mostram-se eficazes o que indica que a pandemia vai passar, porém os seus efeitos macroeconômicos ainda estão no início.
Ate o momento, foram injetados mais de US$ 20 trilhões de estímulos nas economias. Como referência, todo o ouro minerado até hoje cabe em duas piscinas olímpicas e vale pouco mais de US$ 10 trilhões, cerca da metade dos incentivos econômicos criados pelos países nos últimos 12 meses.
Recentemente, o governo dos EUA discute mais um pacote de US$ 2 trilhões em novos investimentos, em um cenário em que o endividamento americano atinge seu pico sem precedentes de 130% do Produto Interno Bruto (PIB) e um déficit de US$ 3 trilhões de dólares em 2020, três vezes maior do que 2019 e o maior desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Assim sendo, é muito difícil prever, hoje, qual será o caminho que a economia nos Estados Unidos tomará após a pandemia. Tudo pode voltar às altas taxas de crescimento conforme Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, recentemente comentou em sua carta aos acionistas.
Entretanto, uma severa piora de as contas públicas somada à pressão inflacionária não pode deixar de também ser considerada. Com isso, uma possível deterioração dos Estados Unidos terá efeitos sobre todo o mundo e, em especial, sobre o Brasil, que já se encontra bem fragilizado pela pandemia.
Conforme escreveu Ray Dalio, gestor fundador do maior hedge fund do mundo, “Cash is Trash.” Ele prevê a possibilidade de o dólar perder o valor com a inflação e ou sua desvalorização. Neste cenário de incertezas, a diversificação e a procura por ativos reais, entre eles o ouro, devem ser seriamente consideradas.
Outros artigos de CEOs:
Efeito borboleta: Investidores monitoram ata do Fed, falas de dirigentes e IPCA de setembro para antecipar rumos do Ibovespa e dos juros
Participantes do mercado esperam aceleração da inflação oficial no Brasil em meio a temores de ciclo de alta de juros ainda maior
Bitcoin (BTC) perde para o ouro em retorno ajustado ao risco em 2024 e testa sua tese de “ouro digital”
Segundo dados monitorados pelo Goldman Sachs, o bom desempenho do bitcoin em termos absolutos não é suficiente para compensar a volatilidade da criptomoeda
Uma semana de ouro: Depois de salto das bolsas da China, investidores miram dados de emprego nos EUA em dia de agenda fraca no Brasil
Ibovespa acumulou queda de pouco mais de 3% em setembro, mas agenda fraca por aqui tende a deixar a bolsa brasileira a reboque de Wall Street
Bitcoin e ouro lideram novamente o ranking dos melhores investimentos em setembro, enquanto Ibovespa volta a amargar perdas; veja o ranking
Nem mesmo o corte de juros nos EUA e os estímulos econômicos na China foram capazes de animar a bolsa brasileira; veja o ranking dos melhores e piores investimentos do mês
Ouro nas máximas históricas: tem espaço para mais? Goldman Sachs dá a resposta e diz até onde metal deve ir
“Nossos analistas veem uma alta potencial de cerca de 15% nos preços do ouro com o aumento das sanções norte-americanas, igual àquele visto desde 2021”, destaca o relatório
Aumento das tensões internacionais faz Goldman Sachs recomendar ouro, mesmo com o metal perto das máximas históricas
Há, contudo, um novo elemento que coloca ainda mais lenha na fogueira do rali do ouro, e ele vem da demanda — ou, melhor dizendo, a falta dela — da China
Ibovespa salta mais de 6% e é o melhor investimento de agosto; bitcoin (BTC) despenca 11% e fica na lanterna – veja ranking completo
Impulsionado principalmente pela perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos, o índice registrou o melhor desempenho mensal deste ano
Ouro fecha em alta e renova máxima histórica; tensões no Oriente Médio impulsionam o rali
Incertezas sobre o cessar-fogo entre Israel e Hamas são gatilho para alta do metal precioso
Wall Street no vermelho: o que fez o mercado sangrar, o dólar bater nos R$ 5,79 e Ibovespa cair mais de 1%
As commodities também não escaparam: os futuros do petróleo recuaram mais de 3% hoje e o ouro, que chegou a subir no início do dia, também sucumbiu às perdas generalizadas
É bronze! Ibovespa retorna ao pódio dos melhores investimentos em julho, acompanhado do ouro e do bitcoin; veja o ranking completo
Em clima Olímpico, bolsa brasileira segue em recuperação no mês; títulos públicos renascem, mas alguns ainda ocupam lanterna da lista
Aura Minerals (AURA33) quer ir às compras e anunciar aquisição até fim de 2025, afirma CEO — mas sem deixar dividendos de lado
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Rodrigo Barbosa revelou quais são os principais alvos para potenciais fusões e aquisições — e o que esperar do ouro daqui para frente
PIB americano alimenta apetite do mercado por risco; confira o que o dado provocou na cotação do ouro em Nova York
Valorização do iene e do franco suíço contribuíram para o desempenho do metal precioso
O que fez o ouro voltar a subir após sequência de quedas? Preço do metal fecha em alta pela primeira vez desde as máximas históricas
Os preços sobem de olho na política monetária dos EUA e na demanda global, que ainda parece contida na visão dos analistas
Felipe Miranda: Francis ou Francisco: dançando à beira do vulcão
Não há como subestimar o atentado contra Donald Trump. Quando Francisco Ferdinando foi assassinado, ninguém imaginou que caminharíamos para a Primeira Guerra Mundial
Bitcoin, ouro e dólar são os melhores investimentos do 1⁰ semestre; Ibovespa tem uma das maiores altas de junho, mas é um dos piores do ano
Com volatilidade nos juros futuros e na bolsa, primeira metade de 2024 foi de quem apostou nas proteções; bolsa conseguiu “se salvar” num mês de junho difícil, mas é o terceiro pior ativo do ano
Ouro nas alturas: Metal precioso já subiu 15% em 2024 e valorização abre oportunidade para se tornar sócio desta gigante da mineração
Segundo o BTG Pactual, este é o “tão esperado ponto ideal” para quem quer se tornar sócio desta mineradora canadense; descubra qual é o papel
Bitcoin, ouro e dólar têm as maiores altas de maio, e o Ibovespa têm o pior desempenho do mês; veja o ranking dos melhores investimentos
Incertezas sobre o corte nos juros americanos, fraco desempenho da China, queda do petróleo e risco fiscal pesaram sobre os ativos de risco no mês
Hedges clássicos: ouro e dólar foram os melhores investimentos de abril – ainda vale a pena entrar na festa?
Ouro e dólar ocuparam as duas primeiras posições no pódio dos investimentos em abril – saiba como e qual é a melhor estratégia para investir nesses ativos
Ouro e dólar foram os melhores investimentos de abril, que viu queda nas bolsas e títulos públicos; bitcoin recuou no mês do halving
Tensões geopolíticas e alta dos juros futuros, motivada por temores com a política monetária americana, derrubaram maior parte dos ativos de risco
Ouro a US$ 3 mil: por que o Citi enxerga disparada de 26% do metal precioso — e nem tudo tem a ver com as guerras
Para os especialistas do Citigroup, a commodity deve ser impulsionada pelo aumento da demanda dos investidores institucionais e dos bancos centrais