Paulinho da Viola e as ondas do mercado

O mar aberto é imprevisível: as águas se agitam e se acalmam, os ventos sopram a favor e contra, as correntes ajudam e atrapalham. Quando você acha que entendeu a sucessão de eventos do oceano, ele te joga num redemoinho.
Um navegador experiente não tenta adivinhar a próxima ondulação; a única certeza é a de que o mar é traiçoeiro — portanto, acostume-se e adapte-se.
Fazer paralelos entre o mar e a bolsa de valores é um clichê difícil de resistir, ainda mais para um projeto frustrado de Hemingway como eu. Mas tentemos ir por um caminho um pouco diferente desta vez.
"A onda que me carrega / ela mesma é quem me traz", como canta Paulinho da Viola. O coronavírus perde força, a bolsa sobe; o coronavírus ganha força, a bolsa cai — o ciclo se repete, o mar te rodeia e você não sai do lugar.
Muitas vezes, o mercado financeiro navega sem um meio termo. Quando a maré é boa, ela é muito boa; quando a tempestade é feia, ela é muito feia — e hoje foi dia de ventos fortes e águas ferozes.
No Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, as bolsas tiveram perdas feias; no câmbio, o dólar subiu mais de 2% e foi aos R$ 5,25.
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"Meu velho um dia falou / com seu jeito de avisar: / olha, o mar não tem cabelos / que a gente possa agarrar", citando novamente Paulinho da Viola. Quando a onda vem com tudo, não há quem se segure.
A Jasmine Olga acompanhou o pregão tempestuoso desta segunda-feira. O medo do avanço da variante delta da Covid-19 na Europa e nos EUA trouxe cautela às negociações, mas outros fatores também ajudam a explicar o movimento. A análise completa está aqui.
Hoje foi dia de aversão ao risco. Afinal, como diria a música: dinheiro na mão é vendaval…
MERCADOS
• Hoje foi o dia da Americanas S.A, holding que reúne a B2W e parte dos ativos das Lojas Americanas, estrear na bolsa — e amargar uma queda feia. Saiba mais sobre a empresa e os motivos por trás do mau desempenho na matéria da Jasmine Olga.
• Quem também enfrentou um pregão difícil neste início de semana foi a Tegma, cujas ações despencaram após a recusa da proposta de fusão com a JSL. Entenda o caso.
• Os papéis de Sabesp, Copasa e Sanepar têm sido afetados pelas expectativas sobre eventuais privatizações. Porém, mesmo com o ceticismo sobre as vendas, o Bank of America analisou as três empresas e elegeu sua favorita no setor de saneamento. Veja qual é.
EMPRESAS
• Depois da onda de venda de ativos nos últimos meses, a Oi anunciou hoje que pretende triplicar sua receita com fibra ótica até 2024. Conheça os detalhes do plano estratégico da empresa que, apesar de ambicioso, não empolgou os investidores.
• A corrida espacial dos bilionários ganhará mais um capítulo nesta terça-feira (20), com a primeira viagem tripulada da Blue Origin, de Jeff Bezos. Apesar de ter saído atrás de Richard Branson, o fundador da Amazon promete voar mais alto que o rival.
ECONOMIA
• Segunda-feira é dia de descobrir o que o mercado financeiro espera dos principais indicadores econômicos brasileiros. E os especialistas consultados pelo BC voltaram a elevar a previsão para a inflação em 2021, desta vez para 6,31%. Veja também as projeções para o PIB, dólar e taxa Selic.
• Os entusiastas bem que tentam segurar a queda, mas o Bitcoin pode voltar aos US$ 27 mil e zerar os ganhos do ano nos próximos dias. Veja alguns dos motivos para a baixa da principal criptomoeda do mercado, que já recua mais de 8% nos últimos sete dias.
• A produção brasileira de petróleo caiu cerca de 1% no último mês: segundo a ANP, foram produzidos 2,903 milhões de barris por dia em junho. Já a produção na região do pré-sal subiu e equivale a 72,25% do volume total originado no país.
• As vendas do varejo brasileiro cresceram 10,1% no primeiro semestre de 2021. Essa é a maior expansão semestral do indicador, elaborado pelo Serasa Experian, desde 2010, mas ainda representa uma recuperação parcial da queda expressiva vista em 2020.
ESPECIAL SEU DINHEIRO
• Não é só o bitcoin: 6 criptomoedas promissoras para ficar de olho em 2021. Clique aqui para conferir.
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