Iguatemi, Nubank e as consolidações setoriais em meio à crise

Já tratamos nesta newsletter algumas vezes sobre como as crises consolidam mercados, na medida em que as empresas mais fortes e mais aptas acabam por adquirir ou derrotar suas concorrentes, num ambiente em que há cada vez menos espaço para todas elas.
Tal qual na filosofia do Humanitismo, proposta pelo personagem machadiano Quincas Borba, as batatas, nessas horas, ficam escassas para alimentar todas as tribos, e a vencedora leva todas - “winner takes all”, como se diz no jargão de mercado.
Hoje tivemos duas notícias bem interessantes envolvendo a consolidação de dois segmentos que vivem, cada um à sua maneira, seus momentos de crise e consolidação.
No campo das batatas financeiras, os outrora intocáveis bancões se veem agora obrigados a batalhar contra fintechs disruptivas em várias das suas áreas de atuação.
O que é uma crise, do ponto de vista dos grandes bancos, na verdade é um bem-vindo aumento da concorrência, do ponto de vista dos clientes. Mas é claro que, dentre as inúmeras startups financeiras que pipocaram nos últimos tempos, algumas já se destacam como consolidadoras de mercado e parecem cada dia mais ameaçadoras aos bancossauros rex.
O caso mais notável é o Nubank, que hoje anunciou dois aportes de peso em mais uma rodada de captação junto a investidores. O maior deles foi feito por ninguém menos que o megainvestidor Warren Buffett, por meio da sua holding Berkshire Hathaway. É isso mesmo, o “Oráculo de Omaha” vestiu roxo.
Leia Também
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
E por falar em lendas do mercado, o segundo aporte, liderado pela Sands Capital, contou com a participação do fundo Verde, de Luis Stuhlberger. Depois de todas as suas rodadas de investimento, o Nubank já é avaliado em US$ 30 bilhões, mais do que a XP e o Banco do Brasil, e quase o mesmo valor do Santander.
Já no campo das batatas dos shopping centers, a crise é um reflexo direto da pandemia de coronavírus. O segmento foi um dos que mais sofreu com as medidas de distanciamento social desde março do ano passado, junto com as varejistas e empresas aéreas, cujos movimentos de consolidação já foram abordados recentemente nesta newsletter.
Ontem à noite tivemos a notícia de que a Iguatemi e sua holding controladora Jereissati passarão por uma reestruturação societária que unirá sua base acionária. O objetivo é preparar a companhia resultante, a Iguatemi S.A., para aquisições. Como consequência, os papéis da Jereissati dispararam mais de 10% no pregão desta terça.
Em teleconferência com investidores e analistas realizada hoje, os executivos da Iguatemi esclareceram diversos pontos da reestruturação, inclusive as dúvidas acerca de uma possível perda de governança corporativa.
E segundo a vice-presidente financeira, Cristina Betts, a operação capacita a companhia para dobrar de tamanho - a intenção é crescer de maneira inorgânica de forma realmente relevante. Eu e a Jasmine Olga contamos todos os detalhes dessa história e sua repercussão nos mercados nesta matéria.
Em meio a discussões sobre vacinação, juros, inflação, conflitos geopolíticos e eleições 2022, o sócio e CIO da Empiricus, Felipe Miranda, destaca, na sua coluna de hoje, a importância de se olhar para os movimentos corporativos pontuais para se ganhar dinheiro no mercado, uma vez que para as grandes questões macro da humanidade, nem nós e nem mesmo os líderes mundiais têm todas as respostas.
Ele deixa a sua opinião sobre a reestruturação de Iguatemi e Jereissati e fala de outras possíveis reorganizações societárias à vista. Recomendo a leitura!
MERCADOS
• O mercado brasileiro, que vinha numa maratona frenética de recordes nos últimos dias, parou para tomar fôlego hoje. Com a Vale e o setor bancário puxando as perdas, o Ibovespa recuou de volta para os 129 mil pontos. Já o dólar até ameaçou uma subida, mas também esfriou e fechou a sessão próximo à estabilidade. Confira nossa cobertura de mercados.
• A CVC enfrentou, nos últimos anos, uma série de dificuldades financeiras que poderiam tê-la levado à falência. Mas a companhia renegociou dívidas e vem se reerguendo. Hoje, com a notícia de que estuda uma oferta de ações, seus papéis chegaram a disparar 9%.
EMPRESAS
• Após uma breve pausa nas compras, o Magazine Luiza voltou ao mercado e anunciou a aquisição de uma plataforma de processamento de cartões de crédito e débito na nuvem.
• Os “jabutis” da MP da Eletrobras, como ficaram conhecidos os custos embutidos por parlamentares no texto, irritaram o setor elétrico. Mas nem todos se incomodaram com as adições: hoje, o presidente da estatal e o secretário de Desestatização partiram em defesa da proposta.
• Conhecida pela venda de terrenos de luxo em condomínios fechados, a Alphaville apresentou uma série de resultados negativos nos últimos anos. Agora, a empresa repaginou os negócios e aposta no oferecimento de casas prontas à classe média alta para uma virada financeira.
ECONOMIA
• Diferente do que acontece nos filmes, descobrir o paradeiro de US$ 4,7 milhões em bitcoins pagos após um ataque hacker a um oleoduto nos EUA envolveu menos espionagem do que tecnologia. O Renan Sousa te conta como o FBI rastreou as moedas digitais nesta matéria.
• Mesmo após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se mostrar contrário à medida, o governo deverá prorrogar o auxílio emergencial por mais dois meses. Com isso, o lançamento de um programa social permanente, substituto do Bolsa Família, vai atrasar novamente.
Este artigo foi publicado primeiramente no "Seu Dinheiro na sua manhã". Para receber esse conteúdo no seu e-mail, cadastre-se gratuitamente neste link.
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia