2021, meio caminho andado: como chegamos até aqui?

And you may find yourself living in a shotgun shack
And you may find yourself in another part of the world
And you may find yourself behind the wheel of a large automobile
And you may find yourself in a beautiful house, with a beautiful wife
And you may ask yourself, ‘Well... how did I get here?’”
No início de “Once in a lifetime”, David Byrne, líder da banda oitentista Talking Heads, ilustra aquela situação em que acordamos um belo dia, olhamos à nossa volta e ficamos atônitos com a nossa própria vida, para o bem ou para o mal.Você pode se ver vivendo numa casa estilo “shotgun shack”, em outra parte do mundo, atrás do volante de um carro espaçoso, ou mesmo numa bela casa, com uma bela esposa, e se perguntar “bem… como foi que eu vim parar aqui?”
A pregação de Byrne deveria descrever talvez uma crise de meia-idade, mas devo admitir que já tive esse tipo de reflexão mais de uma vez depois dos 30. A vida às vezes nos surpreende de formas trágicas ou deliciosas, e algumas situações conseguem ser as duas coisas ao mesmo tempo.
O ano de 2021 já chegou à metade, acredite se puder. O dia de hoje marca o fim do mês - momento em que costumamos fazer o balanço dos investimentos, aqui no Seu Dinheiro - e também o fim do primeiro semestre daquele que deveria ser um ano de recuperação econômica pós-covid - e, de fato, está sendo. Mas não sem seus trancos e barrancos.
É com certa perplexidade que me dou conta de que já estamos no meio do ano. Para falar a verdade, para mim 2020 nem acabou, mas o tempo parece estar passando rápido demais. Igualmente intrigante é como as coisas caminharam até aqui, no que diz respeito aos investimentos.
Vimos o início da recuperação econômica no Brasil e no exterior - como esperado -, mas também um ritmo de vacinação abaixo do desejável, principalmente por aqui; fomos de um mundo de juros zerados para o medo da inflação, que vem surpreendendo para cima.
Leia Também
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Assistimos ao início da alta da Selic, à disparada dos preços das commodities e nos admiramos com o fato de a reforma tributária e a privatização da Eletrobras, antes tão desacreditadas, estarem caminhando - ainda que ambas longe do ideal.
Depois da saga da aprovação do Orçamento de 2021, as tensões de Brasília deixaram de preocupar os mercados locais, que levaram o Ibovespa acima dos 130 mil pontos pela primeira vez na história.
Mas tudo isso não poderia ter sido atingido sem emoção. Em meio a recordes de mortes por covid-19 e à ameaça das novas variantes do coronavírus, o Congresso instaurou uma CPI para investigar a atuação do governo Bolsonaro no combate à pandemia. E conforme a investigação se aproxima do Planalto, o mercado vai voltando a se preocupar com a agitação política.
Agora surgem focos de incêndio aqui e ali, burning down the house, como cantaria o frontman do Talking Heads, mas a bolsa se sagra, ainda assim, como um dos melhores investimentos do ano até agora. A bombeira Jasmine Olga conta como foi o dia, o mês e o semestre dos mercados nesta matéria.
EMPRESAS
• A abertura de capital da CSN Cimentos é uma das mais aguardadas do momento. Mas enquanto o sinal verde para sua estreia na B3 não vem, a empresa reforça suas estruturas. Hoje, anunciou uma aquisição bilionária que aumenta significativamente sua participação de mercado.
• A CCR terá que pagar uma soma de R$ 1,2 bilhão para o governo de São Paulo, mas isto não é uma má notícia para os acionistas da empresa. O Renato Carvalho explica por quê.
• A aviação encontra o mercado automotivo de luxo no novo jato fabricado pela Embraer em parceria com a Porsche. A fabricante brasileira entregou hoje a primeira aeronave da edição limitada Duet, desenvolvida em colaboração com a marca alemã.
• O fast fashion já é conhecido pelo padrão rápido de consumo, mas a C&A decidiu acelerar ainda mais a produção e criar coleções de roupas em até 24 horas. O objetivo é aproveitar o engajamento nas redes sociais, especialmente o de influenciadores digitais, para estimular a compra por impulso. Entenda.
• Uma parceria inédita entre a empresa de pagamentos NCR e a gestora New York Digital Investment Group (NYDIG) tornará realidade as operações com bitcoin em 650 bancos dos EUA. Cerca de 24 milhões de clientes poderão fazer transações com a criptomoeda direto do celular.
ECONOMIA
• Entre as mudanças propostas para o Imposto de Renda, o governo decidiu limitar o uso da declaração simplificada a quem ganha menos de R$ 40 mil por ano. Com isso, economistas estimam que cerca de 2 milhões de contribuintes pagarão mais impostos.
• Nós te contamos ontem que o Tesouro Nacional faria sua primeira captação externa em 2021. Com a melhora de indicadores da economia local, a operação atraiu uma procura robusta, de US$ 7,5 bilhões, pelos títulos.
• O presidente Jair Bolsonaro indicou hoje o atual superintendente-geral do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, para a presidência do órgão. O candidato, que conta com apoio dos aliados de Bolsonaro no chamado “Centrão”, ainda deve ser avaliado pelo Congresso.
• Conheça 5 empresas globais cujas ‘ações’ tem tudo para se valorizar com a retomada econômica da China e que você pode comprar na bolsa brasileira. Fizemos uma publicação especial dando os nomes no nosso Instagram. Você pode conferir e nos seguir lá clicando aqui.
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Bolão fatura sozinho a Mega-Sena, a resposta da XP às acusações de esquema de pirâmide e renda fixa mais rentável: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
Loterias da Caixa Econômica foram destaque no Seu Dinheiro, mas outros assuntos dividiram a atenção dos leitores; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia