🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Qual tipo de ação é melhor para os próximos meses: a de valor ou a de crescimento?

Pandemia beneficiou nomes em crescimento, especialmente no campo da tecnologia, mas momento é de reavaliar escolhas, diante de novas decisões sobre juros e mudanças nas expectativas de inflação

23 de março de 2021
6:07 - atualizado às 21:57
Estrada duas opções divisão
Imagem: Shutterstock

Não se falou sobre outra coisa nos últimos dias que não as decisões de política monetária ao redor do mundo, com os brasileiros dando uma atenção especial para duas reuniões de autoridades monetárias: a do Fed (EUA) e a do Bacen (Brasil).

Enquanto a americana veio em linha com o esperado, a brasileira surpreendeu na margem, uma vez que a maior parte das projeções apontavam para uma alta da taxa de juros de 50 pontos-base, frente a realidade de 0,75 ponto percentual de elevação.

Naturalmente, ambas as decisões são amparadas sob ao menos uma premissa muito clara: a de manutenção do poder de compra da moeda — isto é, a preservação da estabilidade dos preços.

Por isso, a elevação das expectativas de inflação nas últimas semanas foi importante para que se formasse uma tensão maior sobre as decisões de política monetária.

Grosso modo, os bancos centrais colocaram as taxas de juros lá embaixo para estimular a economia depois da pandemia. Como resultado disso e da retomada econômica que se projeta agora, somada aos pacotes de estímulos ao redor do mundo, os investidores começaram a temer uma inflação maior do que o esperado anteriormente.

Se fosse o caso, as taxas de juros precisariam ser elevadas mais rápido do que o pressuposto, provocando uma alteração geral de expectativas e afetando os valuations dos ativos de risco.

Leia Também

O Fed, por sua vez, entende que a inflação de agora não é estrutural (sustentada) — e por isso seria apenas temporária. Por isso, os estímulos monetários poderiam ser colocados por mais tempo, de modo a almejar um desemprego mais baixo antes de começar a suspender as medidas.

Abaixo, as projeções para a taxa de juros do Fed.

Note como a autoridade monetária ancorou as expectativas de juros baixos até 2023 (“forward guidance”).

Mas o mercado não é bobo.

Ele calcula uma média ponderada do que o BC americano fala e do que pode acontecer se o plano de Powell, presidente do Fed, der errado.

Acima, os pontos verdes são os juros medidos pela mediana das expectativas, ancoradas pelo banco central. Os pontos cinzas, por outro lado, mostram a presença de agentes que entendem que o BC subirá a taxa de juros antes do pressuposto.

Essa incerteza machuca os mercados, principalmente ações de crescimento. Tanto que temos observado uma rotação setorial em direção a segmentos mais ligados à economia cíclica e tradicional, as famosas teses de valor.

O dinheiro sai de crescimento (tecnologia) e vai para valor (cíclicos e tradicionais), cujos fluxos de caixa estariam mais no presente do que no futuro (menos incerteza e menos desconto dos fluxos).

Agora, precisamos pensar se essa tendência é momentânea, como diz o Fed, ou estrutural.

Pacote de ajuda provoca (muita) inflação?

Vamos então avaliar um dos maiores influenciadores da alta das expectativas de inflação: o pacote estímulo de Biden. Neste caso, há quem argumente que o impacto inflacionário dos cheques de estímulo dos EUA é exagerado. Mesmo que as restrições sociais diminuam totalmente, como aconteceu no Texas e na Austrália, é improvável que os controles de estímulo desencadeiam um tsunami de demanda como se prevê agora.

A propensão a consumir a partir da renda adicional é relativamente alta, com estimativas de até 50%. Ainda assim, a propensão a consumir de riqueza adicional é pequena, com estimativas internacionais em torno de 5%.

Isso levanta a questão: as famílias dos EUA consideram os cheques de estímulo como renda ou riqueza adicional?

A resposta depende do nível de renda da família.

Famílias de baixa renda, que suportaram o peso da perda de empregos e licenças, sofreram grandes quedas em sua renda em relação ao consumo. Consequentemente, eles consideram os cheques de estímulo como uma renda adicional.

Mas na medida em que a renda adicional está apenas (parcialmente) substituindo a renda perdida, ela não aumentará seu consumo em comparação com o que teria sido sem a renda perdida.

Assim, pode-se verificar que os estímulos não são tão inflacionários assim.

Acima, podemos ver que os cheques de estímulos enviados às famílias não tiveram um impacto significativo no consumo ou na inflação. Ele serviu mais de sustentação para a demanda do que como um adicional de grande potencial de consumo.

O mesmo racional pode ser replicado para o Brasil, com o auxílio emergencial - em menor proporção, claro. Logo, tem-se que a inflação americana pode ser sim temporária, o que tornaria a política do Fed adequada para o momento.

Os ruídos de curto prazo, porém, permanecem, dando espaço para que teses de valor outperformarem teses de crescimento.

Soma-se à dinâmica o medo de que haja uma bolha na Bolsa americana, que acredito ser infundado. De qualquer forma, trouxe um gráfico do Goldman Sachs que mostra as bolhas financeiras mais famosas em torno de seu pico e o S&P 500 atual.

Não acredito na tese que haja uma bolha, até mesmo porque o momento atual é muito diferente, principalmente por conta do patamar da taxa de juros. Por isso, resta a dúvida, onde alocar os recursos?

Qual tese devemos comprar?

Veja, entendo que as ações de valor deverão liderar o mercado de ações em alta nos próximos 12 meses, o que não significa que não goste de tecnologia, mas que apenas enxergo espaço para valor nos portfólios, até como método de reduzir a volatilidade dos portfólios - hoje, quanto mais crescimento, mais ruído sobre a carteira.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

No ano passado, a pandemia beneficiou nomes em crescimento, especialmente no campo da tecnologia. O fim das medidas de bloqueio, por sua vez, favorece os nomes de valor.

Não apenas o valor ainda é excepcionalmente barato em relação ao crescimento, como podemos observar no segundo gráfico abaixo (da direita), mas os setores de valor tradicionais, como bancos e empresas de energia, testemunharão revisões de seus resultados mais fortes do que as ações de tecnologia desde o início do ano (primeiro gráfico, da esquerda).

Assim, entendo que caiba posições de valor em detrimento de tecnologia no momento atual, ainda que a carteira deva guardar posicionamento nas teses estruturais de crescimento para o longo prazo. No curto, porém, a janela atual beneficia teses de valor. Isso deverá se manter até que as expectativas para os juros americanos se alinhem.

Para que saibamos quando a hora certa de capturar os dois movimentos, o de curto e o de longo prazo, nada mais importante do que estar bem assessorado.

Diante dessa imperativa necessidade, Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, desenvolveu um projeto que representa a essência da Empiricus: nosso grande projeto de formação de investidores, com muito de Taleb, Buffett, Graham, Munger, Howard Marks, George Soros, Ray Dalio e tudo aquilo que Felipe aprendeu com sua própria prática em 22 anos, reforçado de condições mais do que especiais em nossas assinaturas.

Por mera observação empírica de sete anos, sabemos o impacto que este projeto pode causar na vida das pessoas. Por isso, para saber como surfar o ciclo atual, vale muito conferir o programa que chamamos de Investidor Definitivo. Com ele, o investidor estará mais do que preparado para desenvolver estratégias vencedores e equilibradas para os diferentes cenários.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A nova corrida do ouro? Cotação dispara em meio a busca por proteção e passa de US$ 2.900, mas pode subir mais

11 de fevereiro de 2025 - 6:04

Fortalecimento da cotação do ouro é acentuado por incertezas sobre a política tarifária de Trump e pela persistente tensão geopolítica

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Trump restabelece a política externa do ‘grande porrete’ nos EUA, mas deixa de lado uma parte importante dessa doutrina

4 de fevereiro de 2025 - 7:01

Mercado financeiro segue atento à escalada tarifária de Donald Trump e ao potencial inflacionário da guerra comercial do novo presidente dos EUA

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Donald Trump está de volta com promessa de novidades para a economia e para o mercado — e isso abre oportunidades temáticas de investimentos

21 de janeiro de 2025 - 6:48

Trump assina dezenas de ordens executivas em esforço para ‘frear o declínio americano e inaugurar a Era de Ouro da América’.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O porrete monetário, sozinho, não será suficiente: é necessário um esforço fiscal urgente

17 de dezembro de 2024 - 6:28

Crescente desconfiança sobre a sustentabilidade fiscal agrava desequilíbrios macroeconômicos e alimentam ainda mais o pessimismo

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força

10 de dezembro de 2024 - 7:08

Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode

3 de dezembro de 2024 - 7:01

Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um nome agrada o mercado: como a escolha de Trump para o Tesouro afeta o humor dos investidores

26 de novembro de 2024 - 7:01

Escolhido por Trump para chefiar o Tesouro dos EUA, Scott Bessent associa ortodoxia, previsibilidade e consistência na condução da economia

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado

12 de novembro de 2024 - 7:01

Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua

5 de novembro de 2024 - 7:11

Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros

29 de outubro de 2024 - 6:43

Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ouro a US$ 3.000? Como os crescentes déficits dos EUA podem levar o metal precioso a níveis ainda mais altos que os recordes recentes

22 de outubro de 2024 - 7:01

Com a credibilidade do dólar questionada em meio a uma gestão fiscal deficitária, investidores e governos buscam alternativas mais seguras para suas reservas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

China anuncia medidas de estímulo em diversas frentes e ações locais disparam — mas esse rali tem fundamento?

1 de outubro de 2024 - 6:14

Um rali baseado em estímulos parece estar em andamento na China, mas seu sucesso vai depender da rápida implementação das medidas

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros nos EUA não resolve tudo na bolsa: bomba fiscal põe em risco fim de ano do mercado de ações no Brasil

24 de setembro de 2024 - 6:17

Da mesma forma, o aumento dos juros por aqui é insuficiente sem um compromisso firme do governo com a responsabilidade fiscal

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Fed corta os juros? Copom eleva a Selic? Saiba o que esperar de mais uma Super Quarta dos bancos centrais

17 de setembro de 2024 - 7:01

Enquanto o Fed se prepara para iniciar um processo de alívio monetário, Brasil flerta com juros ainda mais altos nos próximos meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

‘It’s time!’: O tão aguardado dia do debate da eleição americana entre Donald Trump e Kamala Harris finalmente chegou

10 de setembro de 2024 - 6:16

Antes da saída de Biden, muitos consideravam Kamala Harris uma candidata menos competitiva frente a Trump, mas, desde então, Harris surpreendeu com um desempenho significativamente melhor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Ibovespa experimentou novos recordes em agosto — e uma combinação de acontecimentos pode ajudar a bolsa a subir ainda mais

3 de setembro de 2024 - 7:01

Enquanto o ambiente externo segue favorável aos ativos de risco, a economia brasileira tem se mostrado mais resistente que o esperado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Ibovespa acaba de estabelecer um novo recorde — e isto é o que precisa acontecer para a bolsa alçar voos ainda mais altos

20 de agosto de 2024 - 6:19

Correções são esperadas, mas a perspectiva para o Ibovespa permanece otimista, com potencial para ultrapassar os 140 mil pontos em breve

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O que precisa acontecer para o dólar parar de subir — e diminuir a pressão sobre a inflação e os juros

13 de agosto de 2024 - 7:01

O aguardado início de um ciclo de corte de juros pelo Fed tende a mudar a dinâmica das ações e do dólar nos mercados globais

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um susto nos mercados globais: existe razão para tanta histeria?

6 de agosto de 2024 - 7:02

Ibovespa teve desempenho melhor que o de outros índices de ações em meio ao susto nos mercados — e ainda pode se beneficiar da queda nos juros, pelo menos em tese

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Uma rotação setorial está em andamento — e ela conversa com o ‘Trump Trade’

23 de julho de 2024 - 6:37

Rotação setorial coincide com esgotamento da valorização das ‘big techs’ em Wall Street e inflação desacelerando nos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar