🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Os recentes choques ESG no mundo

Grandes empresas de petróleo são cada vez mais pressionadas pelos próprios acionistas a adotar uma melhor abordagem ambiental em seus negócios

1 de junho de 2021
6:44
Imagem: Shuttertstock

Nos últimos dias do mês de maio, os mercados globais foram acometidos por forte volatilidade derivada, principalmente, de eventos corporativos relacionados ao setor de óleo e gás.

De modo mais específico, podemos argumentar que três fatos relevantes envolvendo duas empresas do grupo chamado de “Big Oil” – o equivalente ao termo Big Tech, mas para o setor de petróleo.

Curiosamente, o trio de eventos tratavam de uma coisinha que tem brilhado muito os olhos dos investidores: ESG. ESG é a sigla em inglês para “meio ambiente” (“E” de “environment”), “social” (“S” de “social”) e “governança” (“G” de “governance”).

O tema tem ganhado relevância internacional, enquanto o mundo gradativamente se preocupa mais e mais com questões sociais.

Assim, chegamos à questão que desejo trazer aos leitores.

Na semana passada, o setor de petróleo sofreu um combo de derrotas sem precedentes, quando investidores usaram os votos dos acionistas e dos tribunais para pressionar uma abordagem mais alinhada às preocupações ambientais.

Leia Também

O que aconteceu?

1)   O caso Shell: usando o Acordo de Paris

O primeiro impacto aconteceu na Holanda, onde um tribunal decidiu que a Royal Dutch Shell (isso mesmo, a Shell) deveria trabalhar muito mais rápido do que o planejado e o efetivamente executado para reduzir suas emissões de carbono em um caso movido pela “Friends of the Earth”, uma rede internacional de organizações ambientais presente em 74 países.

Com isso, a empresa foi obrigada a reduzir suas emissões de carbono e carbono equivalente em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2019, mais que o dobro do que projetou originalmente – a meta inclui as emissões criadas quando os consumidores usam o petróleo, a gasolina e o gás natural que a Shell produz.

Ainda que a Shell apele da decisão, o movimento chamou muita atenção, estabelecendo precedentes que podem eventualmente forçar outras empresas de petróleo e mineração a mudar seus modelos de negócios mais rápido do que o programado.

Ponto de atenção para o Brasil, recheado de insegurança jurídica e de empresas ligadas ao mercado das commodities.

Pela primeira vez, um tribunal se valeu das metas estabelecidas no Acordo Climático de Paris e aplicou-as a uma empresa. A Shell tinha como meta uma redução de 20% na intensidade do carbono até 2030 e 45% até 2035. 

Agora, ela deve se mover mais rápido do que o antecipado, uma vez que o tribunal acredita que as consequências das mudanças climáticas são mais importantes do que os interesses da Shell.

2)   O caso Exxon: o Davi e Golias dos mercados

Em um segundo momento, a atenção se voltou para a reunião anual de acionistas da Exxon Mobil, onde um pequeno fundo de hedge corajoso chamado “Engine Nº 1” lutou para destituir quatro membros do conselho da companhia.

Curiosamente, o Engine Nº 1 detém apenas 0,02% das ações da Exxon e existe há apenas seis meses – em dezembro, o Engine Nº 1 comprou aproximadamente US$ 40 milhões em ações da Exxon.

A Exxon, por sua vez, era a empresa mais valiosa do mundo até 2013, tendo gerado em vendas mais de US$ 179 bilhões em 2020 (um ano de baixa).

A ideia da Engine era defender sua hipótese de que a crise climática representa uma ameaça existencial para a Exxon, a qual a empresa não levou a sério o suficiente nos anos recentes.

Para isso, o fundo enviou uma carta ao conselho pedindo para que este investisse em energia limpa e se comprometesse a zerar as emissões de carbono da Exxon até 2050. 

A resposta foi um contundente não.

Para o azar da direção da Exxon, outros acionistas concordaram e o movimento tomou proporções muito superiores aos 0,02% de participação do fundo.

O que se seguiu foi uma briga em que ambos os lados gastaram milhões para convencer os acionistas a votarem em seus conselheiros indicados.

Segundo a argumentação do fundo, a recusa em aceitar que a demanda de combustível fóssil possa diminuir nas próximas décadas levou ao fracasso da gestão atual em dar os primeiros passos em direção a um negócio mais limpo e sustentável de longo prazo.

Isso porque, ao contrário da Shell e da BP, a Exxon não prometeu abandonar o petróleo e o gás, argumentando que continuarão a ser fundamentais. Agora, a companhia pode não ter mais escolha.

Além disso, a Exxon teria tradicionalmente recrutado membros do conselho que não têm experiência específica no setor de energia, enquanto os nomes apresentados pela Engine detinham expertise significativa em energia renovável, tecnologia e infraestrutura.

No final, os acionistas tinham motivos para ficar bravos: a pandemia bateu na demanda por petróleo e a Exxon registrou um prejuízo de US$ 22 bilhões no ano passado, seu primeiro prejuízo anual como uma empresa pública.

Adicionalmente, depois de quase um século no Dow Jones, a Exxon foi retirada do índice em agosto.

Diante disso, com apoio de outros acionistas (inclusive da BlackRock, o maior gestor de ativos do mundo), apesar das probabilidades pouco assimétricas, a Engine Nº 1 conquistou pelo menos dois dos quatro assentos no conselho na votação dos acionistas, triunfando na luta contra a atual direção da Exxon.

Isso pode significar mudanças monumentais para o maior produtor de petróleo dos Estados Unidos.

Considerando a direção estratégica da Exxon e com o impacto previsto em seu desempenho financeiro e competitividade de longo prazo, o conselho se beneficiará com a adição de diversas experiências em energia para aumentar os conjuntos de habilidades existentes.

Neste momento, o business poderá abrir as portas de maneira mais assertiva para os novos tempos, criando um precedente importante que poderá ser verificado novamente em outras empresas de petróleo.

3)   O caso Chevron: a maioria da votação

Por fim, chegamos ao caso da Chevron, no qual investidores aumentaram ainda mais a pressão ESG, votando a favor (61%) de uma proposta dos acionistas pedindo à empresa que corte as emissões geradas pelo uso de seus produtos de energia (do uso final de seus combustíveis).

O movimento acompanha uma outra derrota recente da companhia, que perdeu uma votação não vinculativa pedindo um relatório sobre o impacto comercial de atingir emissões líquidas zero até 2050. As decisões sinalizam urgência para as mudanças a serem tomadas.

Nos próximos anos, devemos ver cada vez mais iniciativas como essa, provenientes de acionistas, como foi a questão envolvendo a Exxon.

A busca incessante pela neutralidade de carbono será pretexto para que as companhias com alta taxa de emissão revisem com frequência suas expectativas futuras de dispersão de gases poluentes.

Para onde estamos indo?

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, há cerca de 40% de chance de a temperatura média global anual atingir temporariamente os críticos 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais em pelo menos um dos próximos cinco anos.

Sob o acordo climático de Paris, os países se comprometeram a reduzir sua produção de carbono e deter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius até o final do século para evitar os piores impactos das mudanças climáticas – e, se possível, abaixo de 1,5 graus Celsius. .

O caminho a ser seguido a partir de agora parece cada vez mais alinhado com o racional da Casa Branca, que conduziu recentemente um evento importante sobre a mudança climática, no qual diversos países se comprometeram com a redução da emissão de gases efeito estufa. 

Mais de 110 países prometeram neutralidade em carbono até 2050. O Japão e o Reino Unido, adicionalmente, disseram que podem começar a proibir as vendas de novos carros a gás em 2030.

Enquanto grupos ambientais e investidores ativistas aumentaram a pressão nos últimos anos para lidar com as preocupações sobre as mudanças climáticas e os combustíveis fósseis, algumas dessas derrotas históricas estão sendo vistas como um divisor de águas que mudará o cenário de petróleo e gás.

Naturalmente, acionistas, gigantes do investimento e legisladores estão cada vez mais levantando suas vozes sobre um futuro sustentável, enquanto alguns até veem a transição como uma forma de garantir lucros futuros, dadas as tendências em mudança e um mundo ESG.

Diante disso, as gigantes do petróleo estão enfrentando uma pressão cada vez maior de governos e investidores para reduzir as emissões e abraçar as energias renováveis.

A BlackRock, cúmplice da Engine Nº 1 no caso da Exxon, assinou uma promessa apoiando as emissões líquidas de carbono zero até 2050 ou antes.

Combinados, os choques enviam uma mensagem muito forte a outras empresas de combustíveis fósseis.

Os investidores continuarão a pressionar empresas de energia e commodities, pedindo por mudanças e usando suas novas estratégias testadas nas batalhas recentes do final de maio: os ataques por meio dos tribunais e as resoluções dos acionistas.

Em outras palavras, se as empresas de petróleo se recusarem a fazer uma transição verde por conta própria, os interesses externos garantirão que o façam.

Essa pressão de investidores e governos têm consequências reais. Cada vez mais o mundo dos investimentos será conduzido, em grande parte, por políticas de sustentabilidade.

Preocupados com isso, nós da Empiricus temos tentado trazer cada vez mais para nossos assinantes ideias de investimento que estejam blindadas de eventuais choques ESG como estes que apresentei.

Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, em sua série best-seller na casa, “Palavra do Estrategista”, estabelece suas principais ideias para os diferentes perfis de investidores.

Com uma abordagem moderna e fora do convencional, as ideias de Miranda já conciliam em sua essência as novas tendências do mundo dos investimentos, principalmente aqueles que desejam surfar tendências de longo prazo. Vale conferir.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MARKET MAKERS

Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir

1 de setembro de 2022 - 14:09

Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge

1 de setembro de 2022 - 13:27

Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação

1 de setembro de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje

1 de setembro de 2022 - 8:22

O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu

ESTRADA DO FUTURO

A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje

1 de setembro de 2022 - 5:48

Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia

31 de agosto de 2022 - 19:20

A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca.  Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela.  Uma dupla […]

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação

31 de agosto de 2022 - 8:10

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje

31 de agosto de 2022 - 8:08

Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street

o melhor do seu dinheiro

Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia

30 de agosto de 2022 - 19:20

As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma.  O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]

A BOLSA COMO ELA É

Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?

30 de agosto de 2022 - 11:50

É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado

MARKET MAKERS

Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas

30 de agosto de 2022 - 9:17

Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação

30 de agosto de 2022 - 8:15

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje

30 de agosto de 2022 - 8:08

A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

30 de agosto de 2022 - 6:22

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

SEU DINHEIRO NA SUA NOITE

Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia

29 de agosto de 2022 - 19:17

Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora

EXILE ON WALL STREET

Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana

29 de agosto de 2022 - 11:25

Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora

CAÇADOR DE TENDÊNCIAS

Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação

29 de agosto de 2022 - 8:25

Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes

O melhor do Seu Dinheiro

Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje

29 de agosto de 2022 - 8:24

Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis

Trilhas de carreira

Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe

28 de agosto de 2022 - 7:32

Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia

26 de agosto de 2022 - 18:13

Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar