Rodolfo Amstalden: Ibovespa precisa testar os 100 mil pontos para almejar um futuro a 200 mil
Fomos todos rebaixados enquanto compradores de Brasil, mas temos a chance de arrumar a casa, voltando mais preparados para jogar a Série A

Calendários não devem ser interpretados de maneira literal. Na prática, não é nada fácil descobrir quando um ano dá adeus e o outro dá boas-vindas. Mas desconfio que estejamos próximos dessa fronteira mágica.
A temporada de resultados do 3T21 acabou. As empresas listadas estão fechando seus exercícios de orçamento para 2022 e, logo em seguida, definirão os bônus de 2021.
Os trabalhadores estão ansiosos para receber seus PLRs e décimo terceiro.
Domingo é dia de prévias do PSDB, whatever that means.
Dentro de alguns meses, conheceremos o ministro da Fazenda do Lula.
Casca grossa
Não sei se o ano que vem será um ano bom ou ruim para quem investe em ativos de risco. Mas sei que será bem diferente dos últimos dois anos; um período devidamente vacinado, em sentido amplo.
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Criamos casca grossa no inimaginável biênio 2020-21. E agora, logo ali na esquina, 2022 é o ano que começa antes do Réveillon, o ano em que vai ter Carnaval, vai ter eleição, vai ter Copa.
Mesmo as justas críticas à conjuntura atual — inflação, desemprego, farra fiscal — vêm acompanhadas de uma certa esperança. É improvável que as coisas possam piorar mais, e até possível que venham a melhorar.
Eu sou daqueles que acreditam que o Ibovespa precisa testar o suporte dos 100 mil pontos para almejar um futuro a 200 mil pontos.
Ou, como diria meu amigo Gabriel, o Botafogo de agora é mil vezes melhor que o Botafogo do início de 2020. Fomos todos rebaixados enquanto compradores de Brasil. Porém, temos a chance de arrumar a casa, voltando mais preparados para jogar a Série A.
Ficar vendido em um ano diferente pode custar caro demais.
O que significa custar caro demais?
Year-to-date, o Ibovespa cai -13%.
Nos últimos 20 anos, as cinco maiores altas anuais do índice foram de +33%, +39%, +44%, +83% e +97%.
Todas elas ocorreram em anos bastante atípicos, por vezes ditados pela política, como o 2003 em que Lula tomou posse (+97%) e o 2016 do impeachment de Dilma (+39%).
Não há garantia de causalidade aí, mas também não há garantia de casualidade.
Para minha sorte, eu não compro nada com garantia estendida.
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