Como fica a pauta ESG em meio à necessidade de energia barata e acessível? Veja análise
De um lado, a agenda de descarbonização e energia limpa do ESG. Do outro, a necessidade de energia barata e acessível
Se você está buscando uma carreira dinâmica, a atividade de analista pode ser um prato cheio. Aqui flutuamos do microeconômico para o macroeconômico, do Brasil para os EUA e entre classes de ativos em uma frequência ímpar.
Com todos esses insights colhidos, forma-se uma linha de pensamento e uma estratégia de alocação que são frequentemente revisitadas, ou seja, o exercício de “quebrar a cabeça” é constante.
Em nossas andanças modernas — que estão sendo realizadas online — faz parte do dia a dia conversar com os stakeholders de um determinado ativo analisado.
Gestores, fornecedores, clientes, administradores, concorrentes e especialistas de setores são alguns dos executivos que nos nutrem de informação e subsidiam nosso cérebro para a tomada de decisão.
Na última semana, conversamos com um grande especialista do setor de energia do país. Mais do que nos informar sobre o que de fato está acontecendo e as proporções que a crise hídrica pode tomar, pensamos prospectivamente.
Como evitar que o fantasma do apagão de 2001 apareça novamente? Dada a relevância do tema, decidi compartilhar alguns insights neste Day One.
Leia Também
A polarização do mercado financeiro, criptomoedas fecham semana no vermelho e outros destaques
Além do yin-yang: Vale a pena deixar os fundos para investir em renda fixa?
Energia elétrica no Brasil
Como já é sabido, a matriz elétrica do Brasil é composta predominantemente por fontes renováveis, em especial a hídrica. Para efeito de comparação, em 2018, 83% da energia elétrica gerada era proveniente de fontes renováveis, enquanto estas representam apenas 25% da matriz elétrica mundial.
Com dimensões continentais, diversos biomas, características climáticas diferentes e uma matriz predominantemente composta por usinas hidrelétricas, foi identificada a necessidade da criação de um sistema de produção e transmissão de energia elétrica que fosse interligado, garantindo a transferência de energia entre as regiões e permitindo o atendimento de grande parte do mercado consumidor nacional.
Grosso modo, se uma determinada região encontra-se com reservatórios abaixo de níveis aceitáveis, a energia poderá ser suprida por outra região onde a incidência de chuva está abundante e cujos reservatórios estão mais cheios. Essa é base do Sistema Interligado Nacional (SIN), que foi criado no final do século passado e representou um importante avanço no setor.
Essa evolução, essencial para aumentar a confiabilidade do sistema, não foi suficiente para nos salvar do apagão de 2001, em virtude da falta de investimentos nos mais diversos subsegmentos do setor elétrico e da escassez de chuva no período.
Baixo investimento
Vários anos depois, o problema de baixo investimento no setor foi mantido. Para piorar, em 2012, fomos acometidos pela medida provisória 579, que, entre várias aberrações, empurrou a tarifa de energia para baixo em prol da tentativa de conter a inflação.
Para tentar suportar a redução de tarifa, os reservatórios das hidrelétricas foram abertos, promovendo um desbalanceamento de nossa matriz elétrica (privilegiando a geração hidrelétrica em relação às demais fontes de energia) e uma queda importante dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que ainda respondem por 70% do total de energia gerada atualmente.
Além do erro estratégico em si, o Brasil vive o seu período seco com menos chuvas desde 1930. O resumo da ópera é que a combinação desses dois fatores não permitiu a recomposição dos reservatórios das hidrelétricas a níveis “saudáveis”.
Por sorte (ou azar?), o país vive uma crise em que a falta de crescimento (e a baixa demanda incremental por energia) jogou o problema debaixo do tapete. Afinal, sem crescimento não há aumento substancial de demanda por energia.
A história começou a ganhar contornos mais dramáticos a partir do ano passado, quando a fase mais crítica da pandemia passou e ficou evidente que o país apresentaria crescimento robusto neste ano e, portanto, aumento importante no consumo de energia.
As projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já sinalizam que os reservatórios alcançarão em torno de 10% do volume máximo ao final de novembro, 5,5 pontos percentuais abaixo do cenário de racionamento do início do século.
Mesmo após anúncios dos reajustes tarifários, os riscos de blecautes (e, eventualmente, de apagão) estão em jogo.
Temos algumas cartas na mesa e, ao que parece, apenas um Royal Flush (junção de todos os fatores abaixo) seria possível para evitarmos o pior:
- Manutenção das usinas térmicas 100% operacionais até pelo menos o final do ano que vem;
- Importação de energia de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, que foi autorizada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), criado pelo Ministério de Minas e Energia para buscar soluções para o enfrentamento da crise hídrica;
- Importação de gás da Bolívia;
- Redução de demanda através do mercado livre;
- Redução voluntária no mercado cativo;
- Ocorrência de chuvas com maior intensidade que o previsto.
Conviveremos, portanto, com a escolha de Sofia. De um lado, a agenda de descarbonização e energia limpa. Do outro, a necessidade de energia barata e acessível para sustentar o crescimento e condições sanitárias adequadas, que passará pela redução da dependência hidrológica em nossa matriz elétrica.
É fato que a aplicação de práticas ESG como uma agenda de negócios será benéfica para os países e empresas que a empregarem. Seja pelo menor custo de dívida, maior acesso a capital, maior aceitação dos seus produtos ou inúmeros outros benefícios. Essa é uma agenda que não terá volta. Por outro lado, temos um risco iminente que precisa ser mitigado.
Na minha opinião, já passou da hora de investirmos em infraestrutura e melhor distribuirmos nossa matriz elétrica, com a maior participação de fontes térmicas, nuclear e outras que não são intermitentes.
Os leilões de capacidade em dezembro e as térmicas a serem construídas como contrapartida da privatização da Eletrobras são um bom caminho. Aliás, esse será um gatilho importante para a Eneva (ENEV3).
O verdadeiro ESG é muito mais que uma preocupação ambiental quanto à matriz utilizada, seja ela solar, eólica ou térmica. Abrange também fatores sociais e de governança, beneficiando todos os stakeholders. Afinal, não existe energia ruim. Ruim é não ter energia.
Precisamos falar sobre indicadores antecedentes: Saiba como analisar os índices antes de investir
Com o avanço da tecnologia, cada vez mais fundos de investimentos estão utilizando esses indicadores em seus modelos — e talvez a correlação esteja caindo
Rodolfo Amstalden: Encaro quase como um hedge
Tenho pensado cada vez mais na importância de buscar atividades que proporcionem feedbacks rápidos e causais. Elas nos ajudam a preservar um bom grau de sanidade
Day trade na B3: Oportunidade de lucro de mais de 4% com ações da AES Brasil (AESB3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da AES Brasil (AESB3). Saiba os detalhes
Setembro em tons de vermelho: Confira todas as notícias que pesam nos mercados e impactam seus investimentos hoje
O mês de setembro começa com uma imensa mancha de tinta vermelha sobre a tela das bolsas mundiais, sentindo o peso do Fed, da inflação recorde na zona do euro e do lockdown em Chengdu
A febre dos NFTs passou, mas esta empresa está ganhando dinheiro com eles até hoje
Saiba quem foram os vendedores de pás da corrida do ouro dos NFTs e o que isso nos ensina para as próximas ondas especulativas
Balanço de agosto, o Orçamento de 2023 e outros destaques do dia
A alta de 6,16% do Ibovespa em agosto afastou o rótulo de “mês do desgosto”, mas ainda assim deixou um sabor amargo na boca. Isso porque depois de disparar mais de 10% ainda na primeira quinzena, impulsionado pela volta do forte fluxo de capital estrangeiro, as últimas duas semanas foram comandadas pela cautela. Uma dupla […]
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 4% com ações da Marcopolo (POMO4); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Marcopolo (POMO4). Saiba mais detalhes
Tente outra vez: basta desejar profundo para ver a bolsa subir? Confira tudo o que mexe com os seus investimentos hoje
Em queda desde a sexta-feira, as bolsas de valores estrangeiras começaram o dia em busca de recuperação singela. Por aqui, investidores procuram justificativas para descolar o Ibovespa de Wall Street
Commodities derrubam Ibovespa, Itaú BBA rebaixa a Petrobras (PETR4) e as mudanças na WEG (WEGE3); confira os destaques do dia
As últimas levas de notícias que chegam de todas as partes do mundo parecem ter jogado os investidores dentro de um labirinto de difícil resolução em que apenas a cautela pode ser utilizada como arma. O emaranhado de corredores a serem percorridos não só são longos, como também parecem estar sempre mudando de posição — […]
Gringos estão de olho no Ibovespa, mas investidor local parece sem apetite pela bolsa brasileira. Qual é a melhor estratégia?
É preciso ir contra o consenso para gerar retornos acima da média, mesmo que isso signifique correr o risco de estar errado
Entenda por que você não deve acompanhar só quem possui teses de investimento iguais às suas
Parte fundamental do estudo de uma ação é entender não só a cabeça de quem tem uma tese que vá em linha com a sua, mas também a de quem pensa o contrário
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 11% com ações da Santos Brasil (STBP3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis da Santos Brasil (STBP3). Saiba os detalhes
Uma pausa para respirar: Confira todas as notícias que movimentam os mercados e impactam seus investimentos hoje
A saída da atual crise inflacionária norte-americana passa necessariamente por algum sacrifício. Hoje, porém, as bolsas fazem uma pausa para respirar
Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí
Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho
Ibovespa se descola da gringa, Itaú entra na disputa das vendas virtuais e a estratégia de Bolsonaro para os debates; confira os destaques do dia
Em Wall Street, o alerta do Federal Reserve de que o aperto monetário pode ser mais intenso do que o esperado penalizou as bolsas lá fora
Complacência: Entenda por que é melhor investir em ativos de risco brasileiros do que em bolsa norte-americana
Uma das facetas da complacência é a tendência a evitar conflitos e valorizar uma postura pacifista, num momento de remilitarização do mundo, o que pode ser enaltecido agora
Day trade na B3: Oportunidade de lucro acima de 5% com ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant – compra dos papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Veja os detalhes
Mercados, debate presidencial e um resultado inesperado: Confira todas as notícias que mexem com os seus investimentos hoje
Com a percepção de que o Fed optará pelo combate à inflação a todos os custos, os últimos dias de agosto não devem trazer alívio para os mercados financeiros. O Ibovespa ainda repercute o primeiro debate entre presidenciáveis
Por que saber demais pode tornar você um péssimo chefe
Apesar de desenvolvermos uma compreensão mais sofisticada da realidade como adultos, tendemos a cair em armadilhas com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir
Wall Street tomba com Powell, os melhores momentos de Lula e Bolsonaro no Jornal Nacional e outros destaques do dia
Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou o início da retirada dos estímulos monetários adotados na pandemia, durante o simpósio de Jackson Hole de 2021, o mercado financeiro global já se viu obrigado inúmeras vezes a recalcular a rota, e todas elas parecem levar a um destino ainda incerto, mas muito […]