De estar perto de você, e entrar numa

Você sabe, as Finanças Comportamentais se encarregaram de macular o efeito manada como um dos grandes vícios do mercado.
Ao votarmos com a maioria (votos de compra ou de venda), abdicamos do exercício particular da razão, terceirizamos decisões que deveriam partir do nosso âmago, da diferença inaceitável entre preço de mercado e valor intrínseco.
Se você pensar, até que faz sentido evitar a manada, fazer as próprias contas e andar com o próprio cérebro. É bom para o moral, egotrip.
Como obter retornos acima da média se o investidor age SEMPRE conforme a média?
Não deveríamos ficar ricos comprando ao som dos canhões e vendendo ao som dos violinos? Não é assim que aprendemos na escola?
No entanto, a crítica comportamental — embora corretamente aplicada a situações de exceção — acaba assumindo uma interpretação geral igualmente nociva.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Suponha que, assim como eu, você é um filhote de zebra que aprendeu desde cedo a escrever newsletters, mas nunca viu uma leoa na vida.
De repente, você ouve um barulho ensurdecedor, olha para trás, e se depara com um bicho esquisito se aproximando, bem menor que você, com os dentes de fora. Seria um sorriso amigo?
Todas as outras zebras estão correndo como se não houvesse amanhã.
O que você faz nessa situação?
1) Dispara junto com a manada.
Ou
2) Adota uma atitude hipster, andando na Rua dos Pinheiros em direção à leoa, visando a investigar se ela é uma grande oportunidade de value investing.
Quatro bilhões de anos depois do surgimento da vida no planeta Terra, só estamos conversando sobre efeito manada porque ele nos trouxe até aqui.
Eu tenho minha própria heurística em relação à aplicação prática dessa "anomalia comportamental", responsável pela sobrevivência e evolução do Homo sapiens nos últimos 300 mil anos.
Quando se está começando, vá com a manada.
Depois de mais velho, cogite ir com suas próprias ideias.
Essa heurística vale também para contextos específicos de mercado, em que a juventude e a maturidade representam, respectivamente, o início e o meio de um drawdown.
No estouro da manada da Covid-19, o melhor que tínhamos a fazer era também sair correndo, desesperados.
Depois, com calma, deveríamos pensar em olhar para trás, checar se a leoa ainda estava lá, se corríamos à toa.
Agora ela não está mais lá. Já encheu a barriga e foi fazer a digestão numa caminhada pós-almoço.
A uma distância segura, gosto de ver essa leoa caminhando sob o sol.
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante
Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes
Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso
O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.
Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º
Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação
Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump
Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa
Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio
Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias
Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808
A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.
Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek
Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente
Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar
Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal
Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou
Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo
A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal
Tony Volpon: O improvável milagre do pouso suave americano
Powell vendeu ao mercado um belo sonho de um pouso suave perfeito. Temos que estar cientes que é isso que os mercados hoje precificam, sem muito espaço para errar.