Xadrez político em Brasília deve segurar apetite de risco da bolsa brasileira mais uma vez
Além de Brasília, o investidor deve ficar de olho no exterior, que segue positivo antes da decisão de política monetária do BCE

Os fãs de O Gambito da Rainha devem se lembrar de algumas cenas em que um competidor enfrenta vários adversários ao mesmo tempo. Mais do que uma demonstração de como é guardar inúmeras possibilidades de jogada na cabeça, é preciso uma estratégia diferente para enfrentar cada oponente.
No início do jogo, mais precisamente na segunda-feira (19), o avanço da variante delta impôs seu medo nos mercados e fez as bolsas pelo mundo jogarem na defensiva. O mal estar durou até o pregão de terça-feira (20), com os índices sendo pressionados para o vermelho.
Mas a virada de jogo com o sentimento global em relação à pandemia está deixando os investidores com maior apetite de risco. Os balanços das empresas seguem movimentando os negócios e a agenda do dia conta com importantes indicadores.
O primeiro deles deve sair na Europa, com a decisão do Banco Central Europeu (BCE), sobre a decisão da política monetária para a região da Zona do Euro. Essa deve ser uma das primeiras decisões de ajuste do BCE ao novo cenário econômico, o que está injetando ânimo nos investidores.
Em seguida, o departamento de trabalho dos EUA deve divulgar novos números sobre pedidos de auxílio-desemprego no país. Além disso, devem ser divulgados ainda hoje dados do índice de atividade nacional norte-americano de junho.
O jogo de ontem
Apesar de Brasília pesar no índice, o Ibovespa conseguiu avançar 0,42%, aos 125.929 pontos. Já o dólar à vista voltou a ser negociado abaixo de R$ 5,20. A temporada de balanços aqui e no exterior aponta para uma recuperação das empresas, o que coloca ainda mais ânimo nos negócios.
Leia Também
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
As commodities, como petróleo e minério de ferro, também estão animando os negócios na bolsa brasileira. Empresas do setor estão sendo beneficiadas com a retomada dos preços e perspectivas positivas para a demanda global nos próximos meses.
Por volta das 7h, o barril de petróleo Brent para o mês de setembro avançava 0,86%, a US$ 72,85, depois de a commodity cair cerca de 7% no início da semana.
Confira o que mais está movimentando os mercados nesta quinta-feira (22):
O tabuleiro de Brasília
O cenário doméstico deve seguir um roteiro conhecido. O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, deve ser substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) nos próximos dias.
Ramos deve ser realocado para Secretaria-Geral da Presidência, atualmente ocupada por Onyx Lorenzoni, que passa para a pasta do Trabalho, desfeita e recriada pelo presidente Jair Bolsonaro.
O xadrez político com os cargos se deve, principalmente, ao desgaste do presidente da República com as Casas legislativas. Para conter opositores, Bolsonaro deve blindar seu governo com políticos do chamado “Centrão” por meio de cargos em ministérios e pastas.
Mas o investidor não deve ficar de olho no xadrez político em si, mas nas consequências econômicas desses fatos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, está com a agenda cheia no dia de hoje, tendo que lidar com os desdobramentos da reforma do Imposto de Renda.
Com um Congresso mais receptivo às propostas da equipe econômica do governo, é possível que as reformas saiam ainda este ano, tendo em vista que a eleição de 2022 deve diminuir as atividades das Casas.
Bolsas pelo mundo
A melhora do sentimento global em relação à variante delta e a retomada da economia impulsionou o pregão na Ásia. Os principais índices da região fecharam em alta generalizada, seguindo Europa e Nova York. Não houve bolsa no Japão em virtude do feriado do Dia da Marinha.
E o Velho Continente também se beneficia desse bom humor, com as bolsas subindo nesta manhã. A região está tomada por um apetite de risco antes da decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a política de juros, que deve trazer a primeira revisão estratégica da taxa.
Por fim, os futuros de Nova York também operam em alta com a melhora do sentimento global, muito diferente da abertura de segunda-feira (19), quando o medo de que a variante delta pudesse fechar novamente as atividades.
Agenda do dia
- Zona do Euro: BCE divulga decisão de política monetária (8h45)
- Estados Unidos: Departamento de trabalho divulga pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Índice de atividade nacional de junho (9h30)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, se reune com Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, e o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) em evento da Febraban sobre reforma tributária (13h)
- Ministério da Economia: Pasta apresenta Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 3º Bimestre de 2021m com coletiva especial do Secretário da Fazenda, Bruno Funchal (15h)
- G20: Grupo realiza reunião ministerial climática
Empresas e balanços
- Estados Unidos: Balanço da AT&T (8h)
- Estados Unidos: Balanço da Intel (após o fechamento)
- Estados Unidos: Balanço do Twitter (após o fechamento)
- Estados Unidos: Balanço da American Airlines (sem horário
- Petrobras divulga relatório de produção e vendas do segundo trimestre (após fechamento)
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso
O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump
Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão
Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção
Obrigado, Trump! Dólar vai à mínima e cai a R$ 5,59 após tarifaço e com recessão dos EUA no horizonte
A moeda norte-americana perdeu força no mundo inteiro nesta quinta-feira (3) à medida que os investidores recalculam rotas após Dia da Libertação
Embraer (EMBR3) tem começo de ano lento, mas analistas seguem animados com a ação em 2025 — mesmo com as tarifas de Trump
A fabricante de aeronaves entregou 30 aviões no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado
Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump
A recomendação para a carteira é aumentar o foco em empresas com produção nos EUA, com proteção contra a inflação e exportadoras; veja os papéis escolhidos pelos analistas
O Dia depois da Libertação: bolsas globais reagem em queda generalizada às tarifas de Trump; nos EUA, Apple tomba mais de 9%
O Dia depois da Libertação não parece estar indo como Trump imaginou: Wall Street reage em queda forte e Ibovespa tem leve alta
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Efeito Trump? Dólar fica em segundo plano e investidores buscam outras moedas para investir; euro e libra são preferência
Pessimismo em relação à moeda norte-americana toma conta do mercado à medida que as tarifas de Trump se tornam realidade
Cogna (COGN3) mostra ao investidor que terminou o dever de casa, retoma dividendos e passa a operar sem guidance
Em meio à pandemia, em 2020, empresa anunciou guidances audaciosos para 2024 – que o mercado não comprou muito bem. Agora, chegam os resultados
Lucro do Banco Master, alvo de compra do BRB, dobra e passa de R$ 1 bilhão em 2024
O banco de Daniel Vorcaro divulgou os resultados após o término do prazo oficial para a apresentação de balanços e em meio a um negócio polêmico com o BRB
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Dólar dispara com novas ameaças comerciais de Trump: veja como buscar lucros de até dólar +10% ao ano nesse cenário
O tarifaço promovido por Donald Trump, presidente dos EUA, levou o dólar a R$ 5,76 na última semana – mas há como buscar lucros nesse cenário; veja como