Dados da inflação e PIB dos EUA devem movimentar os negócios e bolsas repercutem discurso de Biden
Dados da economia americana devem movimentar os negócios, e STF deve julgar medida favorável para tributação das empresas durante temporada de balanços

O dia será uma verdadeira sopa de letrinhas para o investidor. PCE e PIB nos EUA, e STF, no Brasil, são algumas delas para ficar de olho.
Está marcado para hoje a divulgação da inflação oficial dos Estados Unidos (PCE, na sigla em inglês), além do resultado do produto interno bruto (PIB) americano no primeiro trimestre. Ambos devem ser lançados no mesmo horário do número de pedidos de auxílio desemprego do país.
Esse panorama deve dar uma foto mais bem definida do caminho da retomada da economia norte-americana. E, consequentemente, do mundo.
Por falar no resto do planeta, as bolsas reagiram de maneira positiva ao discurso de Joe Biden. O presidente americano confirmou novos estímulos para famílias e fez um pronunciamento considerado positivo para o mercado, apesar do foco ser nas famílias menos abastadas. Especialistas consideram o plano um “investimento ambicioso que acontece uma vez a cada geração”.
Enquanto isso, o Brasil vive mais um dia com foco em Brasília, mas desta vez, no judiciário. O STF deve decidir sobre uma decisão que altera a cobrança de impostos. E que pode custar caro aos cofres públicos.
Por fim, os balanços das empresas aqui e nos Estados Unidos também devem dar um tempero aos negócios.
Leia Também
Confira esses e outros destaques para o dia de hoje:
STF fiscal
Está para ser votado hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) uma medida editada em 2017 que retira o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Se a Corte mantiver o mesmo entendimento de quatro anos atrás, as empresas que pagaram impostos com o ICMS incluso no cálculo do tributo federal poderão pedir uma devolução em créditos tributários.
Isso pode ser positivo para as empresas de capital aberto, mas um problema para o governo federal, que espera que a medida não seja usada de forma retroativa para anos anteriores. Com isso, o valor estimado a ser pago pela União seria de até R$ 229 bilhões, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.
Essa não é a pauta principal da Corte Suprema no dia de hoje e o debate pode se extender até semana que vem.
Foco nos EUA
O dia conta com uma agenda pesada nos Estados Unidos. Além de repercutir o discurso de Joe Biden na noite de ontem (28), os investidores devem ficar de olho nos dados da economia norte-americana.
“Foi a classe média, e não Wall Street, que construiu este país”, afirmou o presidente americano. De acordo com a Casa Branca, o plano trilionário de Joe Biden para auxílio das famílias mais pobres será pago com um aumento de impostos para os mais ricos. Esse discurso veio em linha com a política monetária do Fed, o BC americano, que deve manter sua meta de baixar o desemprego no país com mais estímulos à economia.
A manutenção da taxa de juros no patamar de 0% a 0,25% é uma boa notícia para os emergentes. No pregão de ontem, por exemplo, o real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar.
PCE e PIB
No dia das letrinhas, o investidor deve ficar de olho em dois indicadores principais. O PCE e o Núcleo do PCE (a inflação americana, na sigla em inglês) devem ser divulgados hoje. A expectativa é de que os últimos auxílios do governo para famílias mais pobres, de US$ 1.400, devem pressionar a inflação americana.
Com a chegada do novo pacote e a manutenção da taxa de juros lá embaixo pelo Federal Reserve, os investidores temem uma disparada da inflação. Esse dado deve movimentar os mercados hoje e ser acompanhado de perto.
Também está na agenda a divulgação do PIB do primeiro trimestre dos EUA. Ele pode ajudar a afinar Wall Street, mostrando uma retomada da economia norte-americana. De acordo com as projeções do Broadcast, a produção do país deve avançar 6,5%, puxada, principalmente, pelo consumo.
De olho nos balanços
E a temporada de divulgação dos dados operacionais do primeiro trimestre continua:
- No Brasil, a CSN Mineração teve lucro líquido de R$ 2,363 bilhões, quase seis vezes maior do que no mesmo período do ano passado. A alta nos preços do minério de ferro ajudou a dar um empurrãozinho no resultado da empresa.
- Lá fora, a Apple registrou uma alta anual de 54% e resultado recorde para o segundo trimestre fiscal. De acordo com um comunicado da Apple, as receitas com serviços e com as vendas de computadores Mac atingiram o maior nível histórico.
- O Facebook também não ficou para trás e atingiu lucro líquido de US$ 9,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 94% ante igual período do ano passado.
E fique de olho: Lojas Americanas e B2W fecham acordo para fusão e pretendem listagem nos EUA. Isso deve criar um rival de peso paga a Magazine Luiza, o que deve ser acompanhado de perto pelos investidores.
Bolsas pelo mundo
Os principais índices asiáticos fecharam em alta na manhã desta quinta-feira. A coletiva de Joe Biden na noite de ontem animou os negócios, além do Federal Reserve, que deu uma forcinha com a manutenção de sua política monetária.
Na mesma direção, as bolsas europeias também seguem em alta nesta manhã. A manutenção dos estímulos do Fed e o plano de Biden para a economia devem manter os negócios animados hoje.
Por fim, os futuros de Wall Street operam com ganhos. O movimento é de recuperação após a cautela pré-Fed. Na direção oposta, os Treasuries sobem após a manutenção da política monetária .
Agenda do dia
Confira os principais eventos e indicadores para esta quinta-feira (29):
- FGV: IGP-M de abril (8h)
- Congresso Nacional: CPI da Covid se reúne para decidir plano de trabalho da comissão (9h)
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio desemprego (9h30)
- Estados Unidos: Primeira leitura do PIB, PCE e núcleo do PCE, a inflação americana, para o primeiro trimestre (9h30)
- Banco Central: Divulgação da nota de crédito, juro médio, inadimplência e endividamento das famílias (9h30)
- Governo Federal: Leilão da BR-153 na B3 (14h)
- Tesouro Nacional: Resultado primário de março (14h30)
- Tesouro Nacional: Secretário do Tesouro, Bruno Funchal, participa de coletiva sobre o resultado primário de março (15h)
Empresas
- Embraer divulga seus dados antes da abertura
- Gol divulga seus dados antes da abertura
- Mastercard divulga seus dados antes da abertura (nos EUA)
- McDonald’s divulga seus dados antes da abertura (nos EUA)
- Caterpillar divulga seus dados hoje (7h30, nos EUA)
- Fleury divulga seus dados após o fechamento do mercado
- Amazon divulga seus dados após o fechamento do mercado (nos EUA)
- Gilead divulga seus dados após o fechamento do mercado (nos EUA)
- Twitter divulga seus dados após o fechamento do mercado (nos EUA
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Ivan Sant’Anna: Trumponomics e o impacto de um erro colossal
Tal como sempre acontece, o mercado percebeu imediatamente o tamanho da sandice e reagiu na mesma proporção
Países do Golfo Pérsico têm vantagens para lidar com o tarifaço de Trump — mas cotação do petróleo em queda pode ser uma pedra no caminho
As relações calorosas com Trump não protegeram os países da região de entrar na mira do tarifaço, mas, em conjunto com o petróleo, fortalecem possíveis negociações
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Tarifaço de Trump é como uma “mini Covid” para o mercado, diz CIO da TAG; veja onde investir e como se proteger neste cenário
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio e CIO da TAG Investimentos, André Leite, fala sobre o impacto da guerra comercial nas empresas e como os próprios parlamentares do país tentam reverter a situação
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Olho por olho: como Trump escalou a guerra de tarifas com a China — e levou o troco de Xi Jinping
Os mais recentes capítulos dessa batalha são a tarifa total de 104% sobre produtos chineses importados pelos EUA e a resposta de Xi Jinping; o Seu Dinheiro conta como as duas maiores economias do mundo chegaram até aqui e o que pode acontecer agora
Amizade tem preço? Trump diz que arrecada US$ 2 bilhões por dia com tarifas, mas pode perder Elon Musk por isso
O bilionário não economizou críticas à política tarifária do presidente norte-americano — um teste de fogo para a sua influência na Casa Branca
Nem Elon Musk escapou da fúria de Donald Trump: dono da Tesla vê fortuna cair abaixo dos US$ 300 bilhões, o menor nível desde 2024
Desde o pico, o patrimônio de Elon Musk encolheu cerca de 31%, com uma perda de US$ 135 bilhões em poucos meses
Javier Milei no fogo cruzado: guerra entre China e EUA coloca US$ 38 bilhões da Argentina em risco
Enquanto o governo argentino busca um novo pacote de resgate de US$ 20 bilhões com o FMI, chineses e norte-americanos disputam a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões entre China e Argentina
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Evitando ‘gole amargo’, União Europeia pode isentar uísque e vinho de tarifas recíprocas aos EUA; entenda
Bloco econômico considera manter o uísque americano isento de tarifas recíprocas para proteger as indústrias locais
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Gol (GOLL4) firma acordo com a Boeing e destrava R$ 235 milhões para credores
A decisão é mais um passo no processo de reestruturação da companhia, conduzido pelo Chapter 11 do código de falências norte-americano