Ibovespa reduz queda com recuperação de siderúrgicas, mas ações da Petrobras mantêm tombo de 20%
Interferência do governo na presidência da Petrobras arrasta ações da petroleira e de outras estatais, levando o Ibovespa a cair cerca de 4%
O Ibovespa começou o dia em queda de mais de 4%, puxado pelas ações de estatais, após o governo ter indicado o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da Petrobras na última sexta à noite (19).
A medida é entendida pelo mercado como uma intervenção governamental na petroleira, com a intenção de interferir na política de preços, o que seria danoso aos acionistas da companhia.
Às 17h, o Ibovespa caía 4,16%, aos 113.499,66 pontos, depois de passar quase toda a manhã na faixa dos 112 mil pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a cair 5,73%, para 111.650,26 pontos.
O índice reduziu as perdas depois que as ações das siderúrgicas se recuperaram e passaram a subir. No mesmo horário, os papéis da CSN (CSNA3) avançavam 2,21%, enquanto as da Usiminas (USIM5) tinham alta de 1,07%. Hoje o minério de ferro subiu 1,39% no porto chinês de Qingdao.
As ações da Petrobras, porém, mantêm a sangria. Os papéis ordinários (PETR3) desabavam 19,37% no mesmo horário, enquanto as preferenciais (PETR4) tombavam 19,80%, as duas maiores quedas do Ibovespa no dia.
A terceira maior baixa fica por conta dos papéis do Banco do Brasil (BBAS3) que despencavam 11,19% no mesmo horário. O mercado volta a temer pela permanência do atual presidente do banco, André Brandão, cuja saída chegou a ser aventada, recentemente, após duras críticas de Bolsonaro à política de redução de custos da companhia.
Leia Também
As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) recuavam 3,13%, e as preferenciais (ELET6) caíam 2,29%. A elétrica também reduziu perdas, tendo chegado a cair cerca de 10% mais cedo. Aqui, o temor do mercado é que a privatização da companhia suba no telhado, além de uma intervenção no setor elétrico, conforme ameaçou Bolsonaro no fim de semana.
Já o dólar à vista fechou em alta de 1,27% a R$ 5,4539. Depois de subir mais de 2% mais cedo, batendo R$ 5,53 na máxima, o Banco Central atuou no mercado de câmbio, a fim de dar alívio à flutuação da moeda americana.
Os juros futuros fecharam em alta em todos os vencimentos com a pressão do dólar e o aumento do risco-país. Veja o desempenho dos principais contratos:
- Janeiro/2022: de 3,44% para 3,53% (+2,62%)
- Janeiro/2023: de 5,13% para 5,325% (+3,80%)
- Janeiro/2025: de 6,69% para 6,92% (+3,44%)
- Janeiro/2027: de 7,33% para 7,57% (+3,27%)
A faceta mais intervencionista em estatais revelada pelo governo brasileiro levou o CDS de 5 anos do Brasil (Credit Default Swap, ativo cuja cotação funciona como medida do risco-país) a atingir 188 pontos, nível mais alto desde novembro.
Os juros e o câmbio passaram a precificar este cenário de maior risco Brasil e duas elevações de 0,50 ponto percentual na taxa Selic já nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a serem realizadas em março e maio.
Lá fora, as bolsas americanas operam com sinais mistos. Há pouco, o Dow Jones subia 0,34%, enquanto o S&P 500 caía 0,46% e o Nasdaq recuava 1,89%. As bolsas europeias, por sua vez, fecharam em queda.
Corretoras recomendam venda de Petrobras e outras estatais
Temendo o uso da Petrobras para medidas populistas pelo presidente Jair Bolsonaro, analistas de diversas instituições financeiras mudaram a recomendação das ações da Petrobras para venda desde o fim de semana, reduzindo também o preço-alvo dos papéis.
Eles temem que, além de uma interferência na política de preços potencialmente danosa para a companhia, a provável troca de presidente também prejudique a política de venda de ativos e desalavancagem da companhia.
A Petrobras tem planos de vender refinarias para focar ainda mais na exploração do pré-sal, mas essa estratégia pode ser alterada, uma vez que a posse das refinarias é essencial para que a companhia consiga manter uma política de preços mais "social" e descolada da cotação internacional do petróleo.
Além disso, a forma como foi feita a indicação do governo aponta para um grave problema de governança na companhia.
O risco de contaminação da "guinada intervencionista" do governo para outras estatais levou analistas a também rebaixarem a recomendação para ações de companhias como Eletrobras e Banco do Brasil.
Apenas a faísca perto de um barril de pólvora
As ações da Petrobras já vinham sendo afetadas por um conflito aberto entre o presidente Jair Bolsonaro e o atual presidente, Roberto Castello Branco.
A política de preços da estatal vinha seguindo as cotações do mercado internacional, o que já resultou em quatro reajustes dos preços dos combustíveis nas refinarias apenas neste ano.
O último reajuste, anunciado na quinta-feira (18), foi a gota d'água para o presidente, que vem tentando acomodar as demandas feitas por uma de suas importantes bases de apoio, os caminhoneiros. Eles se queixam dos altos preços do diesel e mais de uma vez já ameaçaram entrar em greve.
Na sua tradicional live de quinta-feira, Bolsonaro reclamou do novo reajuste dos combustíveis e fez uma ameaça velada a Castello Branco, dizendo que a fala do CEO da Petrobras sobre a companhia "não ter nada a ver com os caminhoneiros" teria consequências. No dia seguinte, as ações da estatal recuaram em torno de 7%.
Na sexta à noite, Bolsonaro anunciou nas redes sociais que o governo estava indicando o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da Petrobras, o que foi entendido pelo mercado como uma interferência do governo na cúpula da companhia.
O mandato de Castello Branco à frente da companhia termina em março, mas sua recondução para o cargo por mais dois anos já era esperada. Com a indicação de Silva e Luna, seu nome deverá passar por votação do conselho, uma vez que o governo não tem poder de simplesmente mudar o CEO da Petrobras. Mas como a maioria dos 11 membros do conselho são indicados do governo, é provável que a mudança seja aprovada.
O mercado entendeu o movimento como uma tentativa de Bolsonaro de interferir na política de preços da estatal. O presidente diz que só quer maior transparência e previsibilidade para os preços, mas o histórico de interferências governamentais na precificação da companhia deixou marcas.
Na própria sexta-feira, os recibos de ações (ADR) da Petrobras negociados na bolsa de Nova York chegaram a recuar 9% na mínima no after hours, uma espécie de prorrogação do pregão regular. Hoje, antes da abertura do mercado, as ADRs chegaram a recuar 17%, e o EWZ, ETF que representa as ações brasileiras, chegou a cair 5%.
No fim de semana, Bolsonaro atacou novamente Castello Branco, disse que mais mudanças virão por aí e indicou que, como governante, precisa trocar peças que não estão dando certo. O presidente ainda disse que "Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também."
Com a perspectiva de que o governo possa fazer interferências em outras estatais, como Banco do Brasil e Eletrobras, e ainda mexer no setor elétrico, as ações dessas companhias recuam forte nesta segunda-feira, como num grande efeito contágio, mostrando que a interferência na Petrobras foi apenas a faísca a acender um grande rastro de pólvora.
Lojas Americanas e B2W avançam com notícia de fusão
Dentre as poucas altas do Ibovespa nesta segunda-feira destacam-se as ações das Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3), que anunciaram, também na última sexta-feira, que estudam uma fusão das suas operações.
Às 17h, os papéis preferenciais das Americanas disparavam 18,76%, maior alta do Ibovespa no dia. Já as ações da B2W subiam 2,91%. Fora do Ibovespa, as ações ordinárias das Lojas Americanas (LAME3) disparavam 38,83% no mesmo horário.
Outra ação que figura entre as maiores altas do dia é a da Embraer (EMBR3), que às 17h avançava 8,78%. Os papéis são impulsionados pela notícia, divulgada na última sexta-feira, de que a companhia confirmou que de fato está discutindo a venda de aeronaves para a Lufthansa, negociação que já havia sido antecipada na quarta-feira (17) pelo CEO da aérea alemã.
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Petrobras (PETR4) antecipa plano de investimentos de US$ 111 bilhões com ‘flexibilidade’ para até US$ 10 bilhões em dividendos extraordinários
A projeção de proventos ordinários prevê uma faixa que começa em US$ 45 bilhões; além disso, haverá “flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões”
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira
Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais