Mudanças no texto da reforma do IR impulsionam Ibovespa em direção aos 128 mil pontos; dólar também sobe

A sombra do dragão da inflação volta a assustar os Estados Unidos nesta terça-feira (13), o que pressiona a alta do retorno dos títulos do Tesouro americano e deixa as bolsas em Wall Street no vermelho. 

A bolsa brasileira passou boa parte da manhã acompanhando os seus pares em Nova York, mas as primeiras notícias sobre as mudanças propostas pelo relator da reforma tributária na Câmara, Celso Sabino, ao texto apresentado pelo governo, deram forças para que o Ibovespa começasse a flertar com o campo positivo. 

Por volta das 16h15, o principal índice da B3 operava em leve alta de 0,55%, aos 128.301 pontos. O dólar à vista vive um dia de instabilidade. Depois de abrir a sessão em alta e aliviar o movimento com a entrada de fluxo de capital estrangeiro no país, a moeda americana passou a operar instável. Por volta do mesmo horário, a divisa tinha leve queda de 0,11%, a R$ 5,1686.

O mercado de juros futuros opera em alta nesta tarde em todos os principais vencimentos. Confira?

• Janeiro/22: de 5,81% para 5,83%
• Janeiro/23: de 7,32% para 7,39%
• Janeiro/25: de 8,37% para 8,45%
• Janeiro/27: de 8,77% para 8,87%

O dragão americano

Nem bem a temporada de balanços do primeiro trimestre terminou e ela já está de volta ditando o ritmo dos negócios, pelo menos no exterior. Os grandes bancos americanos abrem a bateria de resultados do segundo trimestre e os números estão carregados de expectativas. 

Mas a temporada de balanço começa eclipsada por outros números. O dia começou com dados de inflação mais altos do que o esperado, ressuscitando o temor de que o Federal Reserve deverá agir para segurar a elevação dos preços. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,9% em junho ante maio, elevando a taxa a 5,4% na comparação anual.Vale ressaltar que o CPI não é o índice de referência utilizado pelo BC americano.

O xadrez político

No Brasil, o noticiário corporativo está agitado e o cenário político interno segue conturbado, mas são os números divulgados agora pela manhã do setor de serviços que ficam em primeiro plano.

A elevação de 1,2% no volume de serviços prestados em maio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio dentro das estimativas. Na parte da tarde, as atenções devem se voltar para a equipe econômica e os ajustes feitos na proposta de reforma do Imposto de Renda. 

Mas o que realmente chama a atenção é a movimentação em Brasília. Quase um mês após a apresentação inicial, a reforma do Imposto de Renda segue indigesta e o mercado espera novidades. Em reunião com líderes da Câmara, o relator da proposta de reforma do Imposto de Renda, Celso Sabino (PSDB-PA), apresentou o novo parecer. 

Segundo informações apuradas pelo Broadcast, o deputado manteve a isenção para rendimentos de fundos imobiliários. Além disso, a alíquota do IRPJ deve ir de 15% para 2,5% até 2023, como forma de compensar a tributação de dividendos, mantida em 20%. 

As mudanças no texto foram feitas após acordos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para reduzir a resistência do setor privado. 

Vetou

A tão esperada Medida Provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras foi finalmente sancionada, mas a versão final pode não agradar o mercado. O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a MP com 14 vetos, incluindo o reaproveitamento de funcionários da companhia e a extinção de subsidiárias.

Sobe e desce

A Hypera Pharma lidera as altas do dia após fechar um acordo com a Sanofi para comprar um pacote de marcas por US$ 190 milhões. A empresa irá reforçar o seu portfólio com nomes populares como o Cepacol e o AAS.

A notícia de que os fundos imobiliários devem se manter isentos no imposto de renda animou as ações do setor imobiliário, principalmente as administradoras de shoppings centers. Confira as maiores altas do dia:

Confira também as maiores quedas:

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