Ibovespa opera em alta, ignorando tensão do cenário doméstico e indo na contramão de NY
A semana começa com cautela no exterior e Brasília pode acabar com alegria do investidor

A semana começa com questões delicadas ainda sem uma solução. É o caso do Orçamento de 2021, cujo desfecho é esperado para essa semana e o controle da pandemia do coronavírus, que parece empacado diante das medidas ineficientes adotadas pelos estados e a falta de novas doses do imunizante contra a doença.
Mesmo com um cenário doméstico pesado e com Nova York jogando contra, o Ibovespa opera em alta desde o começo da sessão. Segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o mercado busca "razões micro" para se manter neste movimento e resta ao dólar e juros refletirem a cautela com o cenário político.
Por volta das 16h, o principal índice da bolsa brasileira operava com um avanço de 0,76%, aos 118.509 pontos. Bruno Madruga, head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos, ressalta o bom desempenho de alguns setores de grande peso para o índice e que ajudam o Ibovespa a ir na contramão dos mercados internacionais. É o caso do setor financeiro - que se recupera do tombo registrado na semana passada -, e o setor de commodities, com a valorização de Petrobras e Vale, que seguem a alta do petróleo e do minério de ferro.
O dólar à vista chegou a abrir o dia em queda, mas a mudança de direção dos juros dos Treasuries, nos Estados Unidos, pesou. Agora, a moeda americana opera em alta de 1,01%, a R$ 5,7308. Os principais contratos de DI também apresentaram um alívio durante a manhã, mas também inverteu o sinal. Confira:
- Janeiro/2022: de 4,72% para 4,72%
- Janeiro/2023: de 6,55% para 6,58%
- Janeiro/2025: de 8,28% para 8,30%
- Janeiro/2027: de 8,93% para 8,93%
Lá fora, temos um cenário de bolsas negativas em Wall Street, em um movimento de realização de lucros após os recordes da semana passada.Na Europa, as principais bolsas fecharam em queda, mesmo com dados melhores do que o esperado das vendas no varejo da zona do euro.
Durante o fim de semana, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, voltou a falar e disse que não há chances de um aumento de juros ainda este ano, dissolvendo parte dos temores do mercado.
Leia Também
Por aqui, o foco dos investidores deve seguir sendo Brasília ao longo da semana. O Orçamento para 2021 ainda não foi aprovado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que recebeu a orientação da equipe econômica de Paulo Guedes de vetar alguns pontos do projeto para evitar um possível crime de responsabilidade. Na semana passada, a leitura de que o parecer do texto abria caminho para uma aprovação sem vetos azedou o humor dos mercados.
Temos também o avanço da “CPI da Covid”, que busca apurar possíveis omissões e irregularidades durante a pandemia, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e cuja votação está marcada para esta quarta-feira (12). Bolsonaro disse no final de semana que espera a ampliação das investigações para estados e municípios, para evitar um “relatório sacana” com o governo federal.
A CPI visa apurar possíveis omissões e irregularidades durante a pandemia de covid-19 ao longo do ano de 2020. Enquanto isso, o Brasil vive os piores momentos da pandemia, com uma média de mortes acima de três mil por dia e com a vacinação a passos lentos em todo país.
Sobe e desce
Descontadas desde a estreia do seu braço de atacarejo na bolsa, as ações do Grupo Pão de Açúcar ficam com a principal alta do dia.
As ações da Eneva também se destacam após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a venda da participação da companhia na termelétrica São Marcos para a Golar Power. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PCAR3 | GPA ON | R$ 36,67 | 8,81% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 46,67 | 7,61% |
ENEV3 | Eneva ON | R$ 18,13 | 5,04% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 11,26 | 4,16% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 32,18 | 2,65% |
Já na ponta contrária, as ações da Eletrobras se destacam em queda, mesmo após ter sido incluída no Plano Nacional de Desestatização. Segundo o analista técnico da Ativa Investimentos, além de um recuo saudável após as altas recentes, a companhia também pode ter o seu processo de privatização travado diante da CPI da Covid.
O setor aéreo é um dos principais destaques negativos, após as empresas do segmento avançarem na semana passada, mesmo diante dos problemas relacionados à pandemia. Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 34,69 | -3,53% |
ELET3 | Eletrobras ON | R$ 34,50 | -2,68% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 38,52 | -2,11% |
BRML3 | BR Malls ON | R$ 9,76 | -1,81% |
EZTC3 | EZTEC ON | R$ 32,95 | -1,61% |
Mercados disparam e dólar cai a R$ 5,84 com anúncio de Trump: presidente irá pausar por 90 dias tarifas de países que não retaliaram
Em sua conta na Truth Social, o presidente também anunciou que irá aumentar as tarifas contra China para 125%
Brava Energia (BRAV3) e petroleiras tombam em bloco na B3, mas analistas veem duas ações atraentes para investir agora
O empurrão nas ações de petroleiras segue o agravamento da guerra comercial mundial, com retaliações da China e Europa às tarifas de Donald Trump
Outro dia de pânico: dólar passa dos R$ 6 com escalada da guerra comercial entre EUA e China
Com temor de recessão global, petróleo desaba e ações da Europa caem 4%
Sem pílula de veneno: Casas Bahia (BHIA3) derruba barreira contra ofertas hostis; decisão segue recuo de Michael Klein na disputa por cadeira no conselho
Entre as medidas que seriam discutidas em AGE, que foi cancelada pela varejista, estava uma potencial alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill; entenda
“Trump vai demorar um pouco mais para entrar em pânico”, prevê gestor — mas isso não é motivo para se desiludir com a bolsa brasileira agora
Para André Lion, sócio e gestor da estratégia de renda variável da Ibiuna Investimentos, não é porque as bolsas globais caíram que Trump voltará atrás na guerra comercial
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Wall Street sobe forte com negociações sobre tarifas de Trump no radar; Ibovespa tenta retornar aos 127 mil pontos
A recuperação das bolsas internacionais acompanha o início de conversas entre o presidente norte-americano e os países alvos do tarifaço
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Após o ‘dia D’ das tarifas de Trump, ativo que rende dólar +10% pode proteger o patrimônio e gerar lucros ‘gordos’ em moeda forte
Investidores podem acessar ativo exclusivo para buscar rentabilidade de até dólar +10% ao ano
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Com eleições de 2026 no radar, governo Lula melhora avaliação positiva, mas popularidade do presidente segue baixa
O governo vem investindo pesado para aumentar a popularidade. A aposta para virar o jogo está focada principalmente na área econômica, porém a gestão de Lula tem outra carta na manga: Donald Trump
Ibovespa acumula queda de mais de 3% em meio à guerra comercial de Trump; veja as ações que escaparam da derrocada da bolsa
A agenda esvaziada abriu espaço para o Ibovespa acompanhar o declínio dos ativos internacionais, mas teve quem conseguiu escapar
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
As únicas ações que se salvaram do banho de sangue no Ibovespa hoje — e o que está por trás disso
O que está por trás das únicas altas no Ibovespa hoje? Carrefour sobe mais de 10%, na liderança do índice
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano