Ibovespa ganha força e sobe quase 2% na cola de Nova York
O noticiário corporativo intenso também movimenta as negociações. Na ponta positiva Hapvida e Intermédica se destacam. Já o GPA recua mais de 70% após a estreia do Assí na bolsa

O Ibovespa começa o primeiro pregão de março em alta firme, surfando o bom humor que chega de fora e revertendo parte da queda brusca que o índice sofreu na semana passada.
Por volta das 16h55 o Ibovespa subia 1,98 %, aos 112.209 pontos e o dólar à vista recuava 0,23% a R$ 5,5931. Na mínima, a moeda americana voltou a marcar R$ 5,55.
Com uma agenda de divulgações pesada nos próximos dias, o mercado fica de olho no avanço dos debates sobre a volta do auxílio emergencial, o avanço da pandemia no Brasil e a PEC emergencial, que vem sendo desidratada ao longo das últimas semanas.
No exterior, a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 bilhão na Câmara dos Representantes na última sexta-feira (26) e dados macroeconômicos melhores do que o esperado animam os investidores nesta manhã. No entanto, as sucessivas interferências nas estatais listadas na bolsa e uma nova baixa na equipe econômica de Paulo Guedes limitam o potencial de alta do Ibovespa.
Enquanto a bolsa brasileira avança, o mercado de juros reflete a cautela local e tem mais um dia de alta. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 3,74% para 3,80%
- Janeiro/2023: de 5,59% para 5,68%
- Janeiro/2025: de 7,23% para 7,35%
- Janeiro/2027: de 7,84% para 7,96%
Ventos favoráveis
Destaque das últimas semanas, os títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) apresentam mais um dia de alta. Eles chegaram a cair no início das negociações, mas retomaram a trajetória positiva logo em seguida. A leitura é de que os pacotes de estímulos aprovados devem pressionar a inflação, fazendo com que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) altere sua política de juros antes do esperado.
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Para Carlos Heitor Campani, professor de finanças do Coppead/UFRJ, a percepção de risco do calote americano ficou mais baixa ainda, também motivado pelo pacote de estímulos, e o avanço da vacinação, com mais um imunizante aprovado, devem trazer uma melhora para a economia americana.
Os títulos de longo prazo se valorizam com o aumento dos juros futuros dos EUA, o que torna esse tipo de investimento muito atraente para os investidores de todo o mundo. Assim, os recursos que antes iam para ativos de maior risco, como as bolsas, passam a ir para os de menor risco, como esses títulos.
Mas, hoje, o foco é nos aspectos positivos da aprovação do pacote de estímulos fiscais de US$ 1,9 trilhão pela Câmara norte-americana. A proposta vai para o Senado americano e deve sofrer alterações na cláusula de aumento do salário mínimo.
Essa medida será necessária para ter a aprovação dos senadores republicanos, que são metade do total da Casa. Segundo a proposta original, o salário mínimo sairia de US$ 7,25 por hora para US$ 15 por hora.
O mercado também recebe positivamente a notícia de aprovação da vacina da Johnson & Johnson contra a covid-19, a única até agora com uma dose única.
Refletindo esse cenário, as bolsas da Ásia fecharam em alta expressiva, ainda que o índice de atividade industrial chinês tenha caído ao menor nível dos últimos nove meses. Na Europa, o dia é de ganhos, impulsionado pelo bom desempenho do PMI da Zona do Euro.
As bolsas americanas buscam reverter as quedas dos últimos dias e avançam mais de 2%. Agora pela manhã, o índice de gerentes de compras do país (PMI) veio acima das expectativas dos analistas, subindo 60,7 em janeiro. A projeção era de uma alta de 58,9.
Ventos contrários
A temporada de balanços do varejo desta semana deve animar os investidores, com lucro e revisão de prejuízos de gigantes como Via Varejo, B2W e Magazine Luiza trazendo otimismo para o setor.
Entretanto, os debates sobre a PEC emergencial e a volta do auxílio podem não corroborar com esse otimismo e trazer instabilidade para a bolsa. O projeto de lei deve ser votado na quarta-feira (3), mas vem sofrendo sucessivos desgastes no meio do caminho, assim como a agenda liberal sendo pouco a pouco deixada de lado.
O texto deve passar hoje pela Câmara, sem a parte de desvinculação de gastos mínimos, o que foi motivo de atrito com os deputados na semana passada. O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) já se declarou a favor da desvinculação total dos gastos.
Uma nova baixa na equipe de Paulo Guedes também aumenta a tensão no mercado doméstico. Na manhã desta segunda-feira, o secretário de coordenação e governança das empresas estatais (Sest) do Ministério da Economia, Amaro Gomes, pediu para deixar o cargo. Segundo o Broadcast, Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização, Amaro Gomes recebeu uma proposta do setor privado, o que não deve ter relação com o atraso na agenda de privatizações do ministério.
Mas a saída ocorre em um momento pouco oportuno para a agenda liberal, tendo em vista que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já afirmou que quer “colocar o dedo” em mais estatais. O secretário adjunto, Ricardo Faria, deve assumir o lugar de Amaro. Há pouco, o Ministério da Economia confirmou a saída do secretário, que será substituído pelo secretário-adjunto Ricardo Faria.
Sobe e desce
Depois de anunciar um acordo para a combinação dos negócios, as operadoras de saúde Hapvida e Notre Dame Intermédica são os grandes destaques positivos do dia.
Com a operação, a nova empresa dará origem à maior operadora de saúde do país e uma das maiores operadoras verticalizadas do mundo.
As companhias ainda devem votar em Assembleia a proposta. Inicialmente, cada acionista da Notre Dame receberá 5,2490 ações ordinárias da Hapvida por papel da empresa, além do valor de R$ 6,45. Na nova companhia, acionistas da Hapvida passariam a deter 53,6% do capital social, enquanto os da Intermédica terão 46,4%. O valor total estimado da operação é de R$ 116 milhões. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 16,74 | 8,00% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 92,60 | 6,78% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 31,18 | 5,80% |
VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 12,48 | 5,14% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 27,07 | 4,84% |
O Grupo Pão de Açúcar assume disparado o ranking de piores desempenhos do dia, após a separação do braço de atacado, o Assaí, e sua estreia na bolsa.
Enquanto as ações do Assaí disparam 400%, as da varejista recuam mais de 70%. Confira também as principais quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PCAR3 | GPA ON | R$ 22,40 | -67,20% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 28,65 | -4,88% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,48 | -3,33% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 11,67 | -2,42% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 36,00 | -2,17% |
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Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
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