Sextou com categoria! Ibovespa deixa para trás os 125 mil pontos e atinge novo topo histórico; dólar encosta nos R$ 5,20
Com a bolsa brasileira nas máximas, o câmbio e a curva de juros também passaram por um alívio. Confira o caminho do Ibovespa até o recorde.
Nesta sexta-feira (28), o Ibovespa provou que, de fato, de grão em grão a galinha enche o papo.
Garantindo o sorriso do fim de semana, o principal índice da bolsa brasileira não só renovou o seu recorde intraday - que agora é de 125.697 pontos -, mas também registrou uma nova máxima histórica de fechamento ao subir 0,96%, aos 125.591 pontos, um avanço de 2,42% na semana. Isso tudo depois de abrir o dia no vermelho e custando a se libertar do patamar dos 120 mil pontos no começo do mês.
Os acionistas da Petrobras ainda possuem um motivo extra para sorrir. Foi a alta expressiva das ações da companhia (PETR3 subiu 5,47% e PETR4 avançou 4,60%) que garantiu sustentação suficiente para superar de vez o nível dos 125 mil pontos.
Alguns fatores ajudam a explicar os números. Um deles foi a melhora de recomendação para as ações da companhia feita pelo Credit Suisse e pelo JPMorgan, o que aumenta o fluxo comprador dos papéis. Outro ponto que pesou positivamente é o feriado que fechará as bolsas americanas na segunda-feira. Os investidores estrangeiros aproveitaram o dia para reforçar suas posições antes do dia de folga.
Mas a tendência central das últimas semanas foi mais uma vez mantida e quem comandou mesmo o rumo dos negócios foi o mercado internacional. Com uma série de números da economia americana dando um panorama mais amplo da atual situação, ficou claro para o mercado que o discurso do Federal Reserve, o banco central do país, faz sentido e que os juros devem permanecer baixos.
Sem uma Petrobras para dar um gás extra, as bolsas americanas tiveram uma alta mais moderada e reduziram o ritmo principalmente após a divulgação da proposta de Orçamento do governo Biden para 2022 O Nasdaq avançou 0,09%, o Dow Jones subiu 0,19% e o S&P 500 teve alta de 0,08%.
Leia Também
O apetite por risco também deixou a sua marca no câmbio. O dólar também reduziu a alta frente às moedas dos países desenvolvidos, o que abriu caminho para o Real ampliar a sua valorização. No fim do dia, a moeda americana caiu 0,82%, a R$ 5,2121. Na semana, o recuo foi de 2,64%.
Em resposta à aceleração do IGP-M, que veio acima do esperado pelos analistas, os contratos de DI dispararam na abertura, mas reduziram o ímpeto e passaram a recuar, renovando as mínimas durante a tarde ao acompanhar o câmbio e o movimento do mercado americano. O impacto altista ficou nos vencimentos mais curtos.
Para Alexandre Almeida, economista da CM Capital, o número “salgado” do indicador ao produtor já estava precificado. Licinio Neto, sócio-gestor da Ajax Capital, ressalta que o movimento de queda acentuada das últimas semanas está ligado ao excesso de “prêmio” na curva e que ainda há espaço para mais ajustes. Confira as taxas de fechamento do dia:
Janeiro/2022: de 4,99% para 5,03%
- Janeiro/2023: estável em 6,58%
- Janeiro/2025: de 7,89% para 7,79%
- Janeiro/2027: de 8,52% para 8,43%
Combustível para o recorde
A Petrobras foi essencial para o recorde e, para o analista de investimentos do Pagbank, Marcio Lórega, foram mais do que alguns relatórios de recomendação que desenharam o cenário.
Para ele, a possibilidade de novos estímulos em infraestrutura nos países ricos e os descontos recentes pelos quais passou a petroleira deram um impulso extra para o bom desempenho do dia. “O consumo por petróleo pode aumentar e sabemos que a Petrobras não performou tudo que poderia, tinha seus descontos e agora caminha em um movimento de melhora substancial”.
O assunto é o mesmo
Eu disse que de grão em grão a galinha enche o papo porque depois de uma intensa volatilidade nos últimos meses, as semanas andam transcorrendo sem grandes eventos, com todos de olho em somente um ponto: inflação.
Os últimos dias foram recheados dessa discussão e as coisas não devem parar por aqui. A semana foi marcada por uma verdadeira bateria de números de atividade, mercado de trabalho e inflação - tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. A preocupação dos investidores segue sendo a mesma dos últimos meses: quando chegará a hora do Federal Reserve tirar os juros da faixa dos 0% a 0,25% ao ano?
Se você acompanha o mercado financeiro mais de perto, sabe que os agentes do mercado estão longe de um consenso. Alguns dias a leitura é de que esse dia está perto, outros são mais céticos.
Depois do frenezi inicial, o mercado parece ter encontrado um tom mais comedido e os números ajudam a explicar isso. Embora os dados anunciados ao longo da semana - inflação ao consumidor, nível de atividade, confiança do consumidor, PIB, dados do mercado de trabalho, renda e consumo das famílias, entre outros - tenham vindo mistos, ele vai em direção ao que afirma o Fed. A economia está sim se recuperando e o impacto é sentido no preço, mas ainda há setores fragilizados, o que justifica os estímulos.
Ainda falando de mercado externo, o anúncio do Orçamento de 2022 dos Estados Unidos deu uma segurada nos negócios hoje. O governo Biden propôs gastos na ordem dos US$ 6 trilhões e prevê um déficit de US$ 1,8 trilhão em 2022, com a justificativa de que os gastos públicos serão reduzidos com o fortalecimento da economia. O número veio em linha com o esperado pelo mercado.
A inflação não esteve apenas nos holofotes internacionais. Aqui no Brasil também tivemos números importantes, que começam a balizar as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, teve a maior variação para o mês de maio desde 2016, mas o índice desacelerou com relação ao mês anterior, o que foi visto com bons olhos.
Já o IGP-M, aqui no Brasil, o indicador conhecido como a inflação do aluguel, teve uma forte aceleração de 4,10% em maio. A taxa é a maior desde o início do Plano Real, levando o indicador a avançar 37,04% em 12 meses.
Almeida, da CM Capital, aponta que embora o resultado já estivesse precificado pelo mercado, o número significa problemas já que mostra uma inflação represada ao produtor que ainda deve ser repassada ao consumidor. “Isso corrobora o cenário de preocupação inflacionária mostrado pelo Banco Central”.
Imutável
Outra coisa que não mudou foi o pano de fundo dos negócios brasileiros. Enquanto monitora a atividade (fique atento, na semana que vem temos divulgação do PIB do primeiro trimestre) e inflação, o mercado também segue mantendo um olho em Brasília e nas contas públicas.
Após dados melhores do que o esperado da conta corrente do Governo Central, muito se falou em uma melhora do aspecto fiscal, mas o economista da CM Capital não vê as coisas dessa forma. Para ele, o problema só irá se resolver quando de fato tivermos reformas aprovadas.
Nos últimos dias, muito se falou sobre a retomada das discussões das reformas tributárias e administrativa. De concreto, somente o fato de que elas ainda devem ser desidratadas para possibilitar a aprovação.
A pandemia também parece estar longe de ser um problema resolvido. Embora as declarações na CPI da Covid-19 não respinguem na Faria Lima, uma terceira onda de infecções pode voltar a fechar a economia e trazer uma prorrogação do auxílio emergencial de volta à pauta.
Sobe e desce
Na reta final do pregão, houve uma pressão negativa forte sobre o setor de energia, com a confirmação de um alerta de emergência hídrica para cinco estados. Embora o comunicado inclua o estado de São Paulo, a Sabesp ficou com o pior desempenho do dia após o governo de São Paulo confirmar que não deve seguir com a capitalização ou privatização da companhia até 2022.
Na semana, a Suzano acabou ficando com o pior desempenho, acompanhando a forte desvalorização do dólar na semana. Confira as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 61,59 | -5,03% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 25,80 | -4,20% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 40,02 | -3,71% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 32,70 | -3,45% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 26,37 | -3,12% |
Hoje quem dominou de ponta a ponta a sessão foi a Petrobras, mas na semana a Locaweb foi a que se deu melhor, surfando a recuperação do Nasdaq nos Estados Unidos. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 26,15 | 13,94% |
HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 33,38 | 13,85% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 66,59 | 11,69% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 33,09 | 10,04% |
PCAR3 | GPA ON | R$ 38,90 | 9,95% |
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão
A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Compre China na baixa: a recomendação controversa de um dos principais especialistas na segunda maior economia do mundo
A frustração do mercado com o pacote trilionário da semana passada abre uma janela e oportunidade para o investidor que sabe esperar, segundo a Gavekal Research
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Ações da Gerdau (GGBR4) e de sua controladora (GOAU4) saltam até 13% e lideram altas do Ibovespa na semana; Alpargatas (ALPA4) cai 9,5% após balanço
O balanço mais forte que o esperado da Gerdau provocou uma forte alta nos papéis, enquanto a Alpargatas recuou mesmo após reportar resultados positivos no trimestre