Cautela com novo ‘plano de voo’ do Copom contamina bolsa, e Ibovespa recua 0,05%; dólar também fecha em queda, a R$ 5,55
Impulsionado pelos balanços divulgados tanto aqui quanto no exterior, o índice bem que tentou se desvencilhar do cenário temeroso, mas não teve jeito

Na vida e no Ibovespa, criar expectativas para os acontecimentos é uma das características intrínsecas aos seres humanos. Estamos sempre conjecturando, seja com otimismo ou pessimismo, qual será o resultado de eventos no futuro.
No mercado financeiro — como não poderia deixar de ser, já que, apesar da frieza dos números, há muitos homens por trás das operações — as expectativas também afetam os ativos. Assim como no dia a dia, as projeções para os cenários guiam atitudes e pesam no presente.
E hoje a expectativa foi pelo resultado de um evento em particular, que ditou o tom no Ibovespa. Daqui a pouco, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anuncia a penúltima decisão do ano para taxa básica de juros brasileira — e o mercado aguarda ansiosamente pelo veredito.
Com a inflação pressionando, é certo que a Selic vai subir — o que traz incerteza é a magnitude desse aumento. O "plano de voo" original do Banco Central contratava uma elevação de 100 pontos-base nesta reunião, mas, após o rompimento do teto de gastos e a revisão das estimativas de crescimento do Brasil, os analistas passaram a apostar em uma alta mais agressiva, de 125 a 150 pontos-base.
Plantada na cabeça dos investidores desde o início da semana, a dúvida sobre quem vai acertar o novo rumo da Selic pesou sobre os mercados o dia inteiro. Marcada para hoje, a votação da PEC dos Precatórios, texto que sacramenta o furo na regra fiscal brasileira, também provocou apreensão.
Impulsionado pelos balanços divulgados tanto aqui quanto no exterior, o Ibovespa bem que tentou se desvencilhar do cenário temeroso e chegou a subir 1,7% durante a tarde. No final do dia, no entanto, a cautela pesou, e o principal índice acionário brasileiro encerrou o pregão em leve queda de 0,05%, a 106.363 pontos.
Leia Também
O dólar à vista também experimentou a volatilidade pré-Copom e foi a R$ 5,53 na mínima do dia, mas freou a queda mais brusca e terminou com um leve recuo de 0,33%, cotado em R$ 5,551.
Já os principais contratos de DI, que vinham subindo há nove sessões, registraram algum alívio hoje, mas a queda ainda é pequena na comparação com o avanço das taxas observadas neste mês. Confira o fechamento dos principais vencimentos:
- Janeiro de 2022: 8,42%
- Janeiro de 2023: 11,51%
- Janeiro de 2025: 11,81%
- Janeiro de 2027: 11,90%
No embalo dos balanços
Se o Ibovespa não conseguiu conter a queda, não foi por culpa das empresas que divulgaram seus resultados entre a noite de ontem e hoje. O Banco Inter (BIDI11), por exemplo, reverteu o prejuízo e teve lucro líquido de R$ 19,2 milhões no terceiro trimestre.
A novata da bolsa Getnet (GETT11) também registrou lucro líquido de R$ 94 milhões entre julho e setembro, alta de 115% em relação ao mesmo período de 2020. Já a Gerdau reportou salto de 610% no lucro, com R$ 5,58 bilhões no lucro e ainda anunciou o pagamento de R$ 2,7 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).
Por fim, o Santander Brasil (SANB11) também teve lucro de R$ 4,3 bilhões no terceiro trimestre, acima do esperado, e com retorno recorde. Confira o calendário completo da temporada de balanços.
Faltou fôlego no exterior
Lá fora, os balanços também seguem a todo vapor e estavam no foco dos investidores hoje. Um levantamento feito pelo Yahoo! Finance mostrou que cerca de 82% das empresas do S&P 500, por exemplo, reportaram lucros acima do esperado pelo mercado, o que é mais do que a média histórica de 66%.
O fôlego garantido pelos bons resultados, no entanto, foi contido pelas máximas históricas recentes dos principais índices norte-americanos. O Dow Jones terminou o dia com um recuo de 0,74% e o S&P 500 caiu 0,51%, enquanto o Nasdaq registrou uma leve alta de 0,02%.
Sobe e desce da bolsa
Confira quais foram as maiores altas do dia:
TICKER | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
COGN3 | Cogna ON | R$ 2,65 | 5,58% |
EZTEC3 | Eztec ON | R$ 19,56 | 4,99% |
MULT3 | Multiplan ON | R$ 18,09 | 4,57% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 22,98 | 4,17% |
IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 30,29 | 4,05% |
Veja também as maiores quedas do Ibovespa hoje:
TICKER | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 25,35 | -6,63% |
CASH3 | Méliuz ON | R$ 3,57 | -4,55% |
GET11 | Getnet units | R$ 4,98 | -4,41% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 48,38 | -4,10% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 19,02 | -3,60% |
Boletim Focus mantém projeção de Selic a 15% no fim de 2025 e EQI aponta caminho para buscar lucros de até 18% ao ano; entenda
Com a Selic projetada para 15% ao ano, investidores atentos enxergam oportunidade de buscar até 18% de rentabilidade líquida e isenta de Imposto de Renda
Tarifaço de Trump aciona modo cautela e faz do ouro um dos melhores investimentos de março; IFIX e Ibovespa fecham o pódio
Mudanças nos Estados Unidos também impulsionam a renda variável brasileira, com estrangeiros voltando a olhar para os mercados emergentes em meio às incertezas na terra do Tio Sam
Itaú BBA revela as ações com baixa volatilidade que superam o retorno do Ibovespa — e indica seis papéis favoritos
O levantamento revelou que, durante 13 anos, as carteiras que incluíam ações com baixa volatilidade superaram a rentabilidade do principal índice da bolsa brasileira
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda
Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Dólar atinge o menor patamar desde novembro de 2024: veja como buscar lucros com a oscilação da moeda
A recente queda do dólar pode abrir oportunidades estratégicas para investidores atentos; descubra uma forma inteligente de expor seu capital neste momento
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
É hora de comprar a líder do Ibovespa hoje: Vamos (VAMO3) dispara mais de 17% após dados do 4T24 e banco diz que ação está barata
A companhia apresentou os primeiros resultados trimestrais após a cisão dos negócios de locação e concessionária e apresenta lucro acima das projeções
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali