Tchau, Orçamento. Olá, reformas! Bolsa sobe com fim do imbróglio em Brasília, mas não apaga perdas da semana
Em semana mais curta, o destaque ficou com o fim da novela do Orçamento e a participação de Bolsonaro na Cúpula do Clima. A cautela reinou e o Ibovespa acabou ficando com o saldo negativo na semana
Feliz 2021! Foram precisos cinco meses, mas o Brasil finalmente tem um orçamento para o ano que se aproxima da metade, em mais um exemplo de como “a semana que vem” de fato um dia chega.
Não era bem o que o mercado ou a equipe econômica queriam, mas foi o que deu para negociar. Depois de tensos meses e muitas contas, os investidores só queriam ver um texto que não tivesse o risco de incorrer em problemas jurídicos ou aprofundar a crise política em Brasília aprovado.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou o texto com vetos parciais, como já era esperado, no limite do prazo final. Ponto sensível da discussão, o orçamento preserva R$ 35,5 bilhões em emendas parlamentares. Para chegarmos até aqui, foi preciso um acordo entre Executivo e Legislativo para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 e deixar que R$ 125 bilhões fiquem fora do teto de gastos.
Depois de alguns dias no vermelho, a canetada final trouxe alívio ao Ibovespa, que ainda ganhou um fôlego extra do desempenho positivo das bolsas em Nova York. Menos pelo conteúdo do que foi aprovado e mais porque agora o mercado já está de olho no próximo obstáculo que deve ser superado — as reformas estruturantes que podem aliviar o cenário fiscal e acelerar o crescimento do país.
Hoje o índice teve uma alta de 0,97%, aos 120.530 pontos, mas não foi o suficiente para apagar as perdas da semana, com a bolsa recuando 0,47% no período.
O cenário fiscal segue pressionado, mas o alívio também atingiu o câmbio e o mercado de juros futuros. O dólar à vista passou por uma correção técnica hoje e subiu 0,78%, a R$ 5,4973, mas o saldo na semana foi negativo. De olho no orçamento, mas também na injeção de dólares promovida pelo governo americano, a moeda recuou 1,57% no período.
Leia Também
Hoje os DIs mostraram uma queda mais tímida, mas nos últimos cinco dias o recuo foi de mais de 6%, principalmente nos de prazos mais longos. Confira as taxas de fechamento do dia:
- Janeiro/2022: de 4,62% para 4,61%
- Janeiro/2023: estável em 6,19%
- Janeiro/2025: de 7,72% para 7,69
- Janeiro/2027: de 8,37% para 8,36%
A mordida do Tio Sam
Hoje as bolsas americanas ajudaram a embalar o Ibovespa, repercutindo os sinais de que a economia americana se recupera da crise. Nos Estados Unidos, a vacinação já está liberada para todos os adultos maiores de 16 anos e o mercado de trabalho caminha para os níveis pré-pandêmicos. Assim, o Nasdaq subiu 1,44%, o S&P 500 teve alta de 1,09% e o Dow Jones avançou 0,67%.
Mas ontem a história foi bem diferente. Os planos do governo Joe Biden para os impostos não agradaram e o mau humor em Wall Street acabou contaminando os negócios também por aqui. As discussões em torno do tema devem ficar no radar do mercado nos próximos meses.
Para financiar os pacotes de estímulos e investimentos em educação infantil, o governo democrata propôs um aumento do imposto sobre ganho de capital - de 20% para 43% e na alíquota do imposto de renda - para 39,6%. O alvo são os americanos com grande poder aquisitivo e que ganham cerca de US$ 1 milhão por ano. Em seus discursos recentes, Biden faz questão de deixar claro que cidadãos que recebem até US$ 400 mil anualmente não devem passar a pagar mais impostos.
Os impostos corporativos também estão na mira do democrata. Essa ideia já havia sido anunciada em conjunto com o pacote de US$ 2 trilhões para financiar obras de infraestrutura nos próximos 10 anos. Na próxima semana, Biden deve apresentar um pacote de US$ 1 trilhão para socorrer as famílias americanas mais vulneráveis, com novos pagamentos mensais.
Não convence, mas também não estraga
Com diversos setores da sociedade pressionando pela saída do controverso ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a participação do Brasil na Cúpula do Clima foi monitorada de perto por todo o mundo e era uma das grandes expectativas para a semana, além da sanção do orçamento.
A nossa imagem no que diz respeito à preservação ambiental não está das melhores lá fora e coube ao presidente Jair Bolsonaro tentar reverter a situação e limpar a barra com líderes mundiais e possíveis investidores.
Bolsonaro optou por um discurso que foi considerado neutro e sem novidades pelos analistas, com acenos para medidas de combate aos efeitos do aquecimento global, redução de emissão de gases até 2050, aumento do repasse de recursos e o fim do desmatamento ilegal. Mas tudo de forma genérica. De concreto mesmo o que se sabe é que o presidente descumpriu a sua promessa um dia depois do encontro e cortou recursos para a área.
Durante o curto pronunciamento, Bolsonaro também falou em cobrança de "juro e remuneração pelos nossos serviços ambientais" e pediu ajuda internacional para financiar novas medidas. Depois das palavras, o mercado espera agora as ações.
Sob nova direção
Outra trama muito monitorada pelo mercado também teve o seu desfecho nesta semana.
O indicado do governo ao comando da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, finalmente assumiu a chefia da companhia. Na cerimônia de posse, Silva e Luna tentou conquistar o mercado pregando um tom conciliador e acenando para a agenda liberal como forma de dissipar o mal estar causado pela interferência estatal na petroleira.
No discurso, o novo CEO falou sobre um dos maiores temores dos investidores: a política de preços. Aspecto central da insatisfação de Bolsonaro com Castello Branco, o mercado teme que a Petrobras deixe de lado a sua atuação pró-mercado e ceda às investidas do presidente. Segundo Silva e Luna, reduzir a volatilidade dos preços é sim uma meta, mas isso deve ocorrer sem que a empresa (uma das principais críticas de Bolsonaro) sem abrir mão da política de paridade internacional.
O mercado gostou e as ações da Petrobras chegaram a saltar mais de 7% em reação ao discurso.
Dias de luta, dias de glória
Na semana passada, os papéis das Lojas Renner avançaram 12% e ficaram com um dos principais desempenhos do Ibovespa. Nesta semana, a companhia recuou 12% e ficou com o pior desempenho do principal índice da B3.
No começo da semana, a companhia anunciou uma nova oferta de ações que deve movimentar mais de R$ 6 bilhões, valor acima do estimado pelo mercado. O objetivo é utilizar os recursos para aquisições, mas, nos últimos dias, o possível alvo da Renner não agradou - a empresa de moda online Dafiti, avaliada em cerca de R$ 10 bilhões. Confira os piores desempenhos da semana:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 40,90 | -12,79% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 29,70 | -7,65% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 91,93 | -6,33% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 3,96 | -5,49% |
ENEV3 | Eneva ON | R$ 15,77 | -5,34% |
Confira também os ativos que mais se valorizaram:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
GOLL4 | Gol PN | R$ 24,02 | 5,54% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 20,40 | 5,37% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 52,62 | 5,28% |
BRDT3 | BR Distribuidora ON | R$ 22,71 | 5,14% |
CMIG4 | Cemig PN | R$ 13,50 | 4,65% |
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos
Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?
Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações