Ressaca pós-rali de Páscoa: Ibovespa fica no zero a zero em dia morno, mas já o dólar…
O principal índice da bolsa brasileira teve um leve recuo de 0,02%. Já os sinais de aquecimento da economia americana levaram o dólar a ter mais um dia de queda firme

O dia da ressaca costuma ser aquele em que menos é mais e que qualquer movimentação brusca é acompanhada de muito mais cautela do que o normal. Assim como na vida, às vezes o mercado financeiro também opta por movimentos mais contidos após momentos de euforia.
A volta do feriado de Páscoa foi de recorde em Nova York e uma alta de quase 2% do Ibovespa, repercutindo as “velhas” novidades da última sexta-feira. Mas hoje o dia não deu muito material ao mercado, então o caminho seguido foi o da correção - e cada ativo teve um comportamento distinto.
Assim como as bolsas americanas, o Ibovespa ficou nem lá, nem cá, fechando o dia em leve queda, com recuo de 0,02%, aos 117.498 pontos. Lá fora, o S&P 500 interrompeu uma sequência de três altas com um recuo de 0,10%, o Dow Jones caiu 0,29% e o Nasdaq teve uma queda mais modesta de 0,05%.
O dólar à vista, por sua vez, seguiu refletindo um otimismo do mercado com o aquecimento da economia americana, principalmente diante da possibilidade de ainda mais estímulos na principal economia do mundo. Enquanto a bolsa ficou no zero a zero, a divisa recuou 1,41%, a R$ 5,5994.
Como fator local para este desempenho, podemos citar a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a trajetória da taxa Selic. Ele indicou que uma alta mais rápida dos juros não necessariamente significa um valor mais baixo no fim do ciclo.
O Orçamento, que segue emperrado, continuou em destaque. De hora em hora, declarações aqui e acolá apontam para negociações e acenos para ajustar o texto aprovado, mas, de concreto, nada se tem. Essa é a visão do mercado, mesmo após a participação de Campos Neto e do ministro da Economia Paulo Guedes em eventos distintos na tarde de hoje.
Leia Também
Campos Neto, aliás, voltou a citar a pressão fiscal que esses ruídos causam no mercado. E, de fato, eles mais uma vez fizeram preço. Ainda que, nos Estados Unidos, os Treasuries tenham tido mais um dia de alívio, aqui a tendência que prevaleceu foi a de alta. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/2022: de 4,60% para 4,64%
- Janeiro/2023: de 6,53% para 6,59%
- Janeiro/2025: de 8,16% para 8,23%
- Janeiro/2027: de 8,78% para 8,85%
O jogo segue o mesmo
Em dia de agenda fraca, Brasília seguiu em foco, principalmente com relação ao Orçamento de 2021, mas as coisas ficaram só na expectativa.
O Congresso Nacional e a equipe econômica ainda parecem longe de um acordo, como o mostrado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em participação em evento ontem.
O Projeto de Lei Orçamentária conta com dispositivos que abrem espaço para pedaladas fiscais - mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já afirmou que não abriria um processo de impeachment por essa razão, motivo que levou a presidente Dilma Rousseff a ser destituída. A opção mais viável é que o presidente Jair Bolsonaro vete os pontos polêmicos do texto.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a mostrar descontentamento com a situação. Em evento promovido pelo Itaú, Campos Neto afirmou que as polêmicas que vêm causando ruídos no mercado precisam ser melhor comunicadas por governo e Congresso. No fim de semana, o presidente do BC já havia falado da pressão fiscal causada pela situação.
Falando em Brasília, a corrida eleitoral também volta ao radar, com a última pesquisa XP/Ipespe mostrando que a avaliação "ótima ou boa" para a gestão do presidente Jair Bolsonaro se manteve em 24%, mas que a avaliação "ruim ou péssimo" subiu para 48%.
Também de acordo com a pesquisa, a desaprovação do presidente subiu de 56% para 60% desde 12 de março. O ex-presidente Lula, agora elegível, aparece como tecnicamente empatado com Bolsonaro. Lula tem 29% das intenções de voto, em comparação a 28% do atual presidente.
A situação da pandemia também segue alarmante, e o governo federal faz acenos para a aquisição de novas doses de vacina. O ritmo de vacinação tem crescido nos últimos dias, mas é difícil saber se será sustentável no curto e médio prazo. Na tarde de hoje, Bolsonaro conversou com o presidente russo Vladimir Putin sobre a possibilidade de aquisição da Sputnik V, que ainda não foi liberada pela Anvisa.
Abrindo caminho
No exterior, o complicado novo pacote de estímulos do presidente americano Joe Biden recebeu um impulso inesperado. A Conselheira Independente do Senado, Elizabeth MacDonough, teve decisão favorável para aprovação de uma legislação adicional que facilite a implementação de novos impostos - o que deve financiar os US$ 2 trilhões destinados ao pacote de infraestrutura.
Os índices em Wall Street fecharam no vermelho, mas a ampliação da vacinação no país tem sustentado a perspectiva de recuperação em uma escala global. Essa visão ajudou o dólar a aliviar a pressão na sessão de hoje.
O rali das bolsas americanas ontem teve efeito limitado na Ásia, onde os negócios não tiveram uma direção definida. O medo de uma nova onda de coronavírus na região gera apreensão entre os investidores.
Hoje foi a vez dos índices europeus voltarem do feriado em alta, com as principais bolsas do continente fechando no azul, repercutindo os indicadores econômicos de EUA e China, que reforçaram as expectativas de que os efeitos da pandemia estão sendo superados.
Sobe e desce
Com o mercado de olho na oferta de ações da Caixa Seguridade e na abertura da curva de juros, os papéis da SulAmérica se destacaram nesta terça-feira (06). Além disso, CSN e Usiminas mais uma vez acompanharam a alta dos preços do aço no mercado chinês. Confira as principais altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 34,92 | 4,27% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 26,92 | 3,90% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 39,17 | 3,62% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 17,65 | 3,46% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 29,60 | 3,35% |
Entre as maiores quedas do dia, tivemos as ações do Bradesco. O setor bancário foi pressionado pelas declarações do presidente do Banco Central sobre a trajetória da taxa Selic e também pela indefinição em torno do Orçamento, o que eleva o risco fiscal. O dia também foi de correção, após alta expressiva de muitos papéis na sessão de ontem. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BBDC3 | Bradesco ON | R$ 22,50 | -2,00% |
BRDT3 | BR Distribuidora ON | R$ 22,33 | -1,63% |
BBDC4 | Bradesco PN | R$ 25,60 | -1,58% |
CSAN3 | Cosan ON | R$ 91,07 | -1,51% |
HYPE3 | Hypera ON | R$ 32,63 | -1,48% |
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Não foi só a queda do preço do petróleo que fez a Petrobras (PETR4) tombar ontem na bolsa; saiba o que mais pode ter contribuído
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria pedido à estatal para rever novamente o preço do diesel, segundo notícias que circularam nesta segunda-feira (7)
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump
Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg
China não deixa barato: Xi Jinping interrompe feriado para anunciar retaliação a tarifas de Trump — e mercados derretem em resposta
O Ministério das Finanças da China disse nesta sexta-feira (4) que irá impor uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Brava (BRAV3) despenca 10% em meio à guerra comercial de Trump e Goldman Sachs rebaixa as ações — mas não é a única a perder o brilho na visão do bancão
Ações das petroleiras caem em bloco nesta quinta-feira (3) com impacto do tarifaço de Donald Trump. Goldman Sachs também muda recomendação de outra empresa do segmento e indica que é hora de proteção
Embraer (EMBR3) tem começo de ano lento, mas analistas seguem animados com a ação em 2025 — mesmo com as tarifas de Trump
A fabricante de aeronaves entregou 30 aviões no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi 20% superior ao registrado no mesmo período do ano passado
Oportunidades em meio ao caos: XP revela 6 ações brasileiras para lucrar com as novas tarifas de Trump
A recomendação para a carteira é aumentar o foco em empresas com produção nos EUA, com proteção contra a inflação e exportadoras; veja os papéis escolhidos pelos analistas
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra