Dólar fica abaixo dos R$ 5,00 pela primeira vez em mais de um ano — e o empurrão veio dos BCs
O dólar à vista terminou o dia em R$ 4,96, ficando abaixo dos R$ 5,00 pela primeira vez desde 10 de junho de 2020. O Ibovespa caiu
Voltemos ao dia 10 de junho de 2020. Uma rápida consulta aos jornais do dia nos conta que a Assembleia do Rio autorizou o processo de impeachment de Wilson Witzel; que o governador do Pará, Helder Barbalho, foi alvo de uma operação da PF; e que o Brasil se aproximava de 40 mil mortes por causa da Covid-19.
10 de junho de 2020 também foi a última vez que o dólar à vista tinha encerrado abaixo dos R$ 5,00 — uma marca que durou até hoje. Nesta terça-feira (22), a moeda americana terminou em forte queda de 1,13%, a R$ 4,9661, encerrando a sequência que durou exatos 377 dias.
De lá para cá, muita coisa mudou: Witzel, de fato, foi afastado do cargo; a investigação sobre Barbalho não deu em nada; e o Brasil, infelizmente, já supera os 500 mil mortos pela Covid-19. E, para o câmbio, alguns fatores estão radicalmente diferentes — em especial, a postura dos Bancos Centrais.
Afinal, lá em junho do ano passado, a ordem dos BCs era nítida: baixar os juros e injetar liquidez, de modo a impedir uma paralisia completa da economia global. Só que agora, com parte do mundo já voltando ao normal, esse cenário de super estímulo traz alguns problemas.
Em especial, o da inflação: com tanto dinheiro disponível, a tendência é de alta nos preços — e as autoridades monetárias já começam a colocar as mangas de fora, de modo a conter o despertar do dragão.
Confira o post do Instagram no Seu Dinheiro e aproveite para nos seguir por lá:
Leia Também
O último capítulo dessa batalha se desenrolou hoje: no Brasil, a ata do Copom mostrou uma postura agressiva do BC no combate à inflação, deixando a porta aberta para uma alta de um ponto percentual na Selic já na reunião de agosto — a taxa, que estava em 2% ao ano no começo de 2021, já está em 4,25%.
Mas, nos Estados Unidos, o Federal Reserve ainda hesita em mexer na política estimulativa: por lá, a ideia é manter as coisas como estão até que a economia se recupere de forma mais robusta. A inflação mais alta, assim, fica em segundo plano.
Essa combinação de juros em alta por aqui e continuidade dos estímulos nos EUA deu forças ao real versus o dólar — mas não foi só isso que levou a moeda americana para baixo dos R$ 5,00.
Mudança de cenário
"Nesse ano e no ano que vem, ainda teremos muita liquidez", diz Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank. "Há uma conjunção de mercado bastante favorável".
O processo de alta de juros no Brasil — e a perspectiva de continuidade desse movimento de ajuste ao longo do ano — e a manutenção das taxas dos EUA em patamares quase nulos gera um cenário que atrai recursos estrangeiros ao país.
Para explicar melhor, pense no contexto do começo do ano. A Selic estava em 2% e os juros dos EUA entre 0% e 0,25%, uma diferença relativamente pequena. Nessas condições, havia pouco estímulo para que um investidor estrangeiro trouxesse seus recursos ao Brasil — o retorno era incompatível com o risco do país.
Mas, hoje, essa diferença cresceu: os juros aqui estão em 4,25% e, nos Estados Unidos, seguem na mesma. Ou seja, a relação entre risco e retorno está mais balanceada — e tende a ficar ainda mais favorável conforme a Selic for aumentando.
Há outros fatores que mudaram bastante ao longo do último ano. As commodities exportadas pelo Brasil, como minério de ferro, soja ou milho, passaram por um intenso processo de valorização, o que elevou os ganhos dolarizados das exportadoras. Captações de recursos lá fora também estão cada vez mais comuns entre as empresas.
Por fim, há a percepção de melhora da dinâmica da economia brasileira. As projeções para o PIB em 2021 passaram por revisões positivas, ao mesmo tempo que as preocupações fiscais diminuíram, ajudadas pelos resultados fortes de arrecadação do governo.
O humor do estrangeiro [em relação ao Brasil] mudou. O Real não é mais o pária das moedas
Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank
Ajuste nos juros
O posicionamento mais duro do Banco Central na ata da última reunião do Copom também provocou um forte movimento de ajuste no mercado de DIs. Com a possibilidade de uma alta de um ponto na Selic na reunião de agosto, o mercado já começa a considerar níveis mais altos para a taxa ao fim desse ano.
Como resultado, a ponta curta da curva de juros passou por uma abertura mais intensa; os vencimentos mais longos também subiram, mas em menor intensidade:
- Janeiro/22: de 5,61% para 5,73%;
- Janeiro/23: de 7,11% para 7,25%;
- Janeiro/24: de 7,81% para 7,87%;
- Janeiro/25: de 8,19% para 8,20%.
E a bolsa?
Com o dólar ficando abaixo de R$ 5,00 depois de tanto tempo, as movimentações da bolsa acabaram sendo ofuscadas. O dia foi negativo na B3, mas, ao fim do pregão, o resultado não foi tão ruim.
O Ibovespa terminou o dia em queda de 0,38%, aos 128.767,45 pontos, após chegar a bater os 127.802,73 pontos mais cedo (-1,13%). E boa parte do alívio na bolsa local ocorreu em paralelo à melhora de humor lá fora.
Nos Estados Unidos, as principais praças acionárias também começaram o dia no campo negativo. No entanto, com as sinalizações do Fed de que continuará com sua política estimulativa no curto prazo, os investidores respiraram aliviados: o Dow Jones fechou em alta de 0,20%, o S&P 500 subiu 0,51% e o Nasdaq avançou 0,79%.
Veja abaixo as cinco maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO |
PCAR3 | GPA ON | R$ 41,55 | 2,90% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 28,90 | 2,45% |
TOTS3 | Totvs ON | R$ 37,65 | 2,42% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 15,77 | 2,27% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 70,25 | 1,58% |
GPA ON (PCAR3) continuou subindo hoje, com o mercado reagindo às notícias de que o Casino estaria interessado em se desfazer de sua posição na empresa — na semana, os papéis já acumulam ganhos de mais de 11%. Já Totvs ON (TOTS3) foi ajudada pela visão positiva do Credit Suisse em relação à empresa.
Confira também as cinco maiores baixas do índice hoje:
CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO |
TIMS3 | Tim ON | R$ 12,05 | -3,96% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,76 | -3,09% |
CCRO3 | CCR ON | R$ 13,57 | -2,93% |
VIVT3 | Telefônica Brasil ON | R$ 43,90 | -2,75% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 12,77 | -2,74% |
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica