Fed mantém juros, mas mercados azedam após dirigentes defenderem alta de taxas em 2023
Fed voltou a afirmar compromisso com as metas, mas aquecimento da economia e inflação acelerada preocupam o mercado
Iniciando oficialmente a “Super Quarta”, que ainda contará com a decisão do Copom após o fechamento do mercado, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) manteve inalterada a sua taxa básica de juros, entre 0% e 0,25% ao ano, em mais uma decisão unânime nesta quarta-feira (16).
Contudo, as novas projeções da instituição revelam que a maior parte de seus dirigentes espera uma alta nas taxas de juros em 2023.
Em coletiva de imprensa após o comunicado, o presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a falar em um “apoio poderoso” do banco central dos EUA à economia.
O dirigente admitiu que, com os preços acima das expectativas nos últimos meses, a inflação poderá ficar "maior e mais persistente" do que o previsto pela instituição.
Mercados reagem mal
Apesar da decisão em linha com o esperado pelo mercado, a leitura de cenário não agradou. Em Nova York, as bolsas aprofundaram a queda logo após o anúncio e as declarações de Powell pioraram ainda mais a situação.
Por volta das 15h53, o Nasdaq recuava 0,92%, o S&P 500 tinha queda de 0,85% e o Dow Jones caia 0,95%
Leia Também
O Ibovespa também reagiu mal ao anúncio e acompanhou Nova York, renovando a mínima do dia. O principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 1,34%, aos 128.345 pontos.
Com os indicativos, o dólar, que havia ficado abaixo dos R$ 5 pela primeira vez em um ano, inverteu o sinal e voltou aos R$ 5,08.
Entenda a decisão
Repetindo o discurso que tem sido aplicado exaustivamente nos últimos meses, o Fed afirmou que a entidade seguirá aplicando todas as ferramentas disponíveis para apoiar a recuperação da economia até que sejam atingidos o pleno emprego e a estabilização dos preços.
O Fed também garantiu a manutenção da compra de pelo menos US$ 80 bilhões de Treasuries por mês e Powell reforçou que o apoio econômico seguirá pelo "tempo necessário na recuperação".
"A trajetória da economia dependerá significativamente do curso do vírus, incluindo o progresso da vacinação", declarou a instituição em comunicado, acrescentando que os "riscos para as perspectivas econômicas permanecem".
Confira a entrevista coletiva completa de Jerome Powell, presidente do Fed
A instituição destacou que o avanço da política de vacinação nos Estados Unidos, aliado ao suporte dado para a economia, tem impactado positivamente os indicadores de atividade, levando a uma melhora da economia e do mercado de trabalho do país e que a inflação segue refletindo 'em sua maioria' aspectos transitórios.
Contudo, apesar da tentativa de tranquilizar os mercados, Powell reconheceu que a inflação cresceu "de modo notável" nos últimos meses.
A autoridade monetária está sob pressão, com os indicadores de preços cada vez mais fortes, alimentando os temores de que uma elevação dos juros ocorra antes de 2023.
No entanto, outros setores da economia americana seguem mostrando fraqueza, o que permite que o Fed siga com sua política monetária altamente acomodatícia. O presidente da instituição destacou, inclusive, que "as condições para alta nos juros estão muito distantes".
O que o futuro reserva?
Junto com o comunicado, o Fed divulgou também as projeções de seus dirigentes para os próximos anos. O gráfico de pontos da instituição revelou que a maior parte deles espera uma alta nas taxas de juros em 2023.
Nove das 18 autoridades monetárias estimam que os percentuais subam entre 0,5% e 1,25% no período. O número daqueles que projetam que a taxa permanecerá na faixa atual, de 0% a 0,25%, durante os próximos dois anos, caiu de 11 para cinco.
Já a previsão para o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu para 3,4%, contra projeção anterior de 2,4%. Contudo, na estimativa de longo prazo, o índice manteve-se em 2%.
Confira as projeções:
*Conteúdo em atualização
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira