Fala de Powell tira força da recuperação dos mercados, mas Ibovespa segue em alta de 2%; dólar também avança

O primeiro ato da Super Quarta está encerrado e impulsiona as bolsas globais a seguirem o movimento de alívio visto com um futuro mais certo para a incorporadora chinesa Evergrande. 

Como já era esperado pelo mercado, o Federal Reserve manteve a sua taxa básica de juros inalterada na faixa de 0% e 0,25%, mas voltou a sinalizar que a redução do ritmo de compra de ativos deve se iniciar em breve, conforme já sinalizado por Jerome Powell, presidente da instituição. 

Enquanto o comunicado levou as bolsas globais às máximas, o pronunciamento de Powell, na sequência, arrefeceu o ânimo dos investidores. O chefe do BC americano voltou a falar sobre o impacto da variante delta na economia e a importância da vacinação para que as metas de inflação e mercado de trabalho sejam alcançados, mas durante a entrevista acabou transformando o ‘em breve’ do comunicado em um indicativo de que uma data talvez seja conhecida já na próxima reunião. 

No Brasil, também temos a repercussão positiva da possível solução para o impasse dos precatórios, anunciada ontem pelos líderes do Congresso. Depois de  ultrapassar os 113 mil pontos, o Ibovespa desacelerou, assim como as bolsas em Nova York. Por volta das 16h13, o principal índice da bolsa brasileira operava em alta de 2,18%, aos 112.655 pontos. 

O dólar à vista, que tem operado com grande instabilidade ao longo de todo o dia, passou a subir 0,36%, a R$ 5,3056. Confira como andam os principais contratos de DI:

• Janeiro de 2022: de 7,09% para 7,13%.
• Janeiro de 2023: de 8,90% para 8,82%
• Janeiro de 2025: de 9,96% para 9,83%
• Janeiro de 2027: de 10,37% para 10,23%

Super Quarta: segundo ato

Na Super Quarta ocorre a divulgação da política monetária de dois importantes Bancos Centrais. No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve decidir sobre a alta da Selic.

No exterior, o Federal Reserve, por meio do Fomc (o Copom dos EUA), anunciou sua decisão às 15h. Agora a expectativa é pelo comunicado do BC brasileiro, que será divulgado após o fechamento dos mercados. 

• Copom (divulgação às 18h30): A expectativa é de que o BC aumente a Selic em 100 pontos base, o que elevaria a taxa básica de juros de 5,25% para 6,25% ao ano. Mas existem estimativas de que o BC possa ser ainda mais agressivo, tendo em vista a inflação, que acumula alta de 9,68% nos últimos 12 meses. 

Evergrande no radar

Por ora, a gigante incorporadora chinesa Evergrande conseguiu afastar o temor de consequências mais graves para a grave crise de liquidez que atinge a companhia. Uma unidade da imobiliária afirmou que pagará os juros da dívida que vencem nesta quinta-feira (23), dando espaço e tempo para que a companhia encontre soluções mais duradouras para administrar a dívida de mais de US$ 300 bilhões. 

Além disso, o governo da China voltou a fazer uma injeção de capital no sistema financeiro de cerca de US$ 18,5 bilhões. A expectativa do mercado agora é que a companhia seja transformada em uma estatal e passe por uma reorganização.

Commodities que mexem com o Ibovespa

Depois de diversos pregões exercendo pressão negativa, as commodities voltam a ter um papel positivo importante para o Ibovespa. 

Com alívio de parte do temor em torno da Evergrande, o minério de ferro teve um dia de forte recuperação no porto de Qingdao, recuperando o patamar dos US$ 100 por tonelada ao subir 16,84%, a US$ 108,70. 

Mas não é só o minério de ferro que tem espaço para brilhar, o barril de petróleo também opera em alta, impulsionando companhias como Petrobras e PetroRio. 

Sobe e desce do Ibovespa

Puxadas pela recuperação do minério, as siderúrgicas apresentam alta expressiva nesta quarta-feira. Confira as principais altas do dia:

Confira também as maiores quedas:

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