Investidores de debêntures da Rodovias do Tietê rejeitam venda da empresa para Latache
Venda para fundo foi rejeitada pelos debenturistas da concessionária, que possui pelo menos R$ 1,5 bilhão em dívidas, a maior parte na mão de pequenos investidores
Os investidores das debêntures da concessionária Rodovias do Tietê decidiram rejeitar a venda do controle da companhia, que está em recuperação judicial, para o fundo Latache. O aval dos credores é uma das condições para a conclusão do negócio.
Leia também:
- SD Premium: Conheça nossos conteúdos exclusivos grátis por 30 dias
- Fundo Latache vai ficar com 100% da Rodovias do Tietê
- Você perdeu dinheiro com as debêntures da Rodovias do Tietê?
- CVC fecha acordo de renegociação da dívida com credores de debêntures
Especializada em empresas em dificuldades financeiras, a Latache anunciou em junho a compra de 100% da Rodovias do Tietê dos atuais controladores — a portuguesa Lineas International e a AB Concessões (dos grupos Bertin e da italiana Atlantia).
A empresa é responsável pela concessão de 415 quilômetros de rodovias no interior de São Paulo e possui pelo menos R$ 1,5 bilhão em dívidas, a maior parte em debêntures incentivadas — que possuem isenção de imposto de renda sobre os rendimentos.
A estimativa é que esses papéis estejam hoje nas mãos de aproximadamente 17 mil pessoas físicas, atraídas pelo benefício fiscal das debêntures, que eram oferecidas em plataformas de investimento.
A decisão de rejeitar a venda da Rodovias do Tietê foi tomada por unanimidade em assembleia realizada ontem, que contou com a presença de 43,69% dos debenturistas.
A opção por barrar a transação foi tomada depois que os investidores não tiveram sucesso em obter da Latache cooperação para a busca de uma solução para a situação da companhia, me disse Roge Rosolini, sócio da Journey Capital.
Leia Também
A gestora é a maior credora individual da Rodovias do Tietê, com aproximadamente 14% da dívida, e possui um fundo que reúne 758 debenturistas.
Outro plano
Sem o aval dos investidores, o negócio com a Latache não tem como ir para frente, no entendimento de Rosolini. Agora, ele espera retomar a conversa com os atuais donos da concessionária para negociar a proposta de recuperação apresentada pelos debenturistas.
O plano prevê a conversão da dívida em ações da Rodovias do Tietê e a injeção de dinheiro novo para honrar as obrigações da companhia com a Artesp, a agência reguladora do setor de transportes no Estado de São Paulo.
Com isso, os investidores das debêntures passariam a ser os controladores da Rodovias do Tietê, que ficaria praticamente sem dívidas. “A empresa ficaria em uma situação financeira melhor do que a maioria das concessões”, afirma Rosolini.
Ainda não acabou
A rejeição dos debenturistas, contudo, não representa o fim da história para a Latache. No entendimento do fundo, a assembleia que barrou o negócio é ilegal, conforme eu apurei.
Seja como for, o fundo ainda precisa ser capaz de convencer os credores de que tem um plano viável para a Rodovias do Tietê e que atenda aos interesses dos investidores.
A Latache não depende do aval dos investidores na transação feita com um dos sócios, a Lineas International. Mas precisa obter a aprovação no caso dos outros 50% da companhia que pertencem ao consórcio formado por Bertin e Atlantia. Para os debenturistas, ambas as transações precisam passar pelos credores.
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Isentos de imposto de renda e mais rentáveis que o Tesouro IPCA+: as debêntures, CRIs e CRAs recomendadas pelo BB-BI para novembro
Em meio à alta da Selic e a desancoragem das expectativas de inflação, a casa segue priorizando emissores com características defensivas
Tudo incerto, nada resolvido: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho e dificultam a vida do Ibovespa em dia de agenda vazia
Fora alguns balanços e o Livro Bege do Fed, investidores terão poucas referências em dia de aversão ao risco lá fora
Sem IPOs, empresas apostam na renda fixa e captam valor recorde de R$ 542 bilhões no mercado de capitais neste ano; debêntures e FIDCs são destaques
Do total captado até setembro, a grande maioria veio da classe, cujo ativo de maior destaque são as debêntures, especialmente de infraestrutura
Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque de Wall Street, mas isso não espanta a possibilidade de fortes emoções na bolsa
Andamento da temporada de balanços nos EUA e perspectivas para o rumo dos juros pesam sobre as bolsas em Nova York
Renda fixa no exterior: DBOA11, ETF que investe em debêntures americanas conversíveis em ações, estreia na B3
Gestora Oryx Capital, responsável pelo novo fundo de índice, deseja focar em ETFs voltados para o mercado externo e mudar a forma como a distribuição desses produtos é remunerada no Brasil
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo
O que divide o brasileiro de verdade: Ibovespa reage a decisão de juros do BCE e dados dos EUA em dia de agenda fraca por aqui
Expectativa com o PIB da China e novas medidas contra crise imobiliária na segunda maior economia do mundo também mexem com mercados
Mais um passo para a ação da CVC (CVCB3) decolar? Acordo para alongar vencimentos e reduzir juros de debêntures é aprovado em assembleia
O entendimento com os debenturistas para o reperfilamento de dívidas havia sido alcançado há pouco mais de um mês; confira os detalhes
Sequoia (SEQL3) anuncia recuperação extrajudicial para renegociar dívidas de R$ 295 milhões, mas com bancos e debêntures de fora
O plano da Sequoia inclui a conversão e reperfilamento de créditos decorrentes de contratos com fornecedores, prestadores de serviços e locadores de armazéns
Não está fácil para a Kora Saúde (KRSA3): empresa anuncia reperfilamento de dívidas e convoca assembleia para debenturistas
Se você é titular de debêntures (títulos de dívida) emitidos pela Kora Saúde (KRSA3), fique ligado: companhia convocou assembleia geral para negociação de dívidas
Tesouro Direto, títulos isentos de IR e mais: as recomendações do Itaú BBA na renda fixa após a alta da Selic
Na visão dos analistas, a taxa básica de juros brasileira deve chegar aos 12% ao ano em 2025 e impulsionar a rentabilidade dos títulos pós-fixados
Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil
Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva
BB Investimentos indica 7 debêntures e outros títulos isentos de imposto de renda para investir em outubro
Instituição recomenda títulos incentivados para o público geral e público qualificado; veja a carteira completa
Bitcoin e ouro lideram novamente o ranking dos melhores investimentos em setembro, enquanto Ibovespa volta a amargar perdas; veja o ranking
Nem mesmo o corte de juros nos EUA e os estímulos econômicos na China foram capazes de animar a bolsa brasileira; veja o ranking dos melhores e piores investimentos do mês
Light (LIGT3) paga credores de debêntures de até R$ 30 mil — mas ainda há caminho a percorrer na recuperação judicial
O pagamento era um dos termos do plano de reestruturação de dívidas, que determinava que os credores quirografários que detivessem créditos de até R$ 30 mil recebessem o valor “automaticamente”
Disclaimer nas bolsas: Wall Street ganha uma ajudinha da inteligência artificial, enquanto mercado aguarda corte de juros na Europa
Durante o pregão regular de ontem (11), a Nvidia, joia da coroa do setor, chegou a saltar mais de 8% e animou os índices internacionais nesta quinta-feira
CVC (CVCB3) renegocia dívidas e fecha acordo para alongar vencimentos e reduzir juros de debêntures
Segundo a empresa, o reperfilamento deve otimizar a estrutura e gestão do caixa, além de expandir a capacidade de crescimento
CVM abre consulta pública para regras que facilitam o acesso de empresas de menor porte à bolsa e ao mercado de emissão de dívida
Por meio do FÁCIL – Facilitação do Acesso a Capital e de Incentivo a Listagens – autarquia quer aumentar o acesso de empresas com faturamento até R$ 500 milhões ao mercado de capitais
A escalada do pico da bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes históricos em dia de mais dados nos EUA
A bolsa brasileira está de volta à faixa dos 133 mil pontos, mas busca por novos picos ainda depende de corte de juros nos EUA