🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

SD Premium

Os segredos da bolsa: o embate entre o externo e o local será decisivo para as ações

O cenário político parece passar por uma despressurização, mas o clima lá fora continua tenso — e essa dualidade vai dar o tom às negociações na bolsa

Victor Aguiar
Victor Aguiar
25 de maio de 2020
5:30 - atualizado às 20:19
segredos da bolsa
Imagem: Shutterstock

A semana passada foi de alívio intenso na bolsa e no dólar — a moeda americana agora está abaixo de R$ 5,60, enquanto o Ibovespa zerou as perdas no mês e virou ao campo positivo. E a tendência de recuperação pode continuar nos próximos dias: tudo depende de como se dará a interação entre os fatores externos e domésticos.

Isso porque, ao menos nesse início de semana, há um cenário dual pela frente: por um lado, o clima parece mais ameno em Brasília, o que diminui a percepção de risco político no país; por outro, o cenário internacional está mais turbulento, especialmente no que diz respeito às relações entre EUA e China.

Dito isso, ainda há inúmeros fatores corporativos no radar: a temporada de balanços do primeiro trimestre continua por aqui, com empresas como Magazine Luiza, Eletrobras e Cosan reportando seus números; outras, como a Localiza, também podem ter uma semana mais movimentada, considerando o recente noticiário setorial.

Por fim, ainda teremos uma agenda econômica mais agitada pela frente: o PIB brasileiro no primeiro trimestre e novas manifestações por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também devem ficar no radar dos investidores.

Sem pausa no exterior

Lá fora, são dois os focos de apreensão: o reaquecimento das tensões entre americanos e chineses e a postura mais firme do governo dos EUA em relação ao Brasil, considerando a escalada nos casos de coronavírus por aqui.

Essa retomada nos atritos entre Washington e Pequim se deve a uma série de fatores. De algumas semanas para cá, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem dito que a culpa pela pandemia de coronavírus é da China — segundo ele, as autoridades do país asiático falharam na tarefa de conter a disseminação do vírus pelo mundo.

Leia Também

E, para Trump, essa tese justificaria retaliações comerciais — seja via novas tarifas de importação ou através do descumprimento dos acordos firmados no ano passado. A China, obviamente, não deixa barato: já afirmou que, caso os EUA reiniciem a guerra comercial, irá devolver na mesma moeda.

Um segundo ponto de estranhamento está relacionado a Hong Kong: a China quer retomar o controle da ex-colônia britânica, tirando a autoridade de um dos aliados dos EUA na Ásia — e a Casa Branca já ameaça impor sanções aos chineses caso prossigam com o plano.

Tudo isso serve apenas para criar mais uma camada de incertezas para a economia global, que já luta com os impactos da pandemia. Uma eventual nova fase da guerra comercial ocorreria num momento em que o nível de atividade no mundo já está fortemente deprimido — e, assim, as consequências do conflito seriam ainda maiores.

Caso as tensões entre EUA e China continuem aumentando nos próximos dias, não será surpreendente se os investidores optarem por assumir uma postura mais defensiva, realizando parte dos ganhos recentes nas bolsas — o que, consequentemente, poderia pressionar o Ibovespa e o mercado acionário brasileiro. O dólar também poderia voltar a ser pressionado.

Brasil em foco

Além disso, ainda há um fator específico para o Brasil: a proibição imposta pelos pelos EUA à entrada de viajantes que passaram pelo país nos últimos dias, considerando o aumento ainda expressivo nos casos de coronavírus por aqui.

"O potencial de transmissão do vírus por indivíduos infectados e que não foram identificados ameaça a segurança de nosso sistema de transporte e infraestrutura", disse Trump, ao determinar que pessoas que estiveram no Brasil até duas antes da viagem aos EUA estariam impedidas de entrar no país.

A determinação, que terá início a partir de 28 de maio, é semelhante à adotada pelo governo americano em relação a outros países: voos vindos da China e da Europa com destino aos EUA também foram suspensos, de modo a tentar conter o avanço do coronavírus.

De qualquer maneira, é uma medida que pode trazer desdobramentos ao mercado brasileiro por aumentar o nível de desconforto em relação à maneira como o governo Bolsonaro tem conduzido a pandemia de coronavírus no país.

E, mais especificamente, pode mexer diretamente com o setor de viagens e turismo: por mais que as conexões entre o Brasil e os EUA estejam praticamente zeradas atualmente, uma nova dose de cautela pode afetar as ações da Gol, Azul e CVC, que já têm sofrido imensamente desde o início do surto de coronavírus.

Dito tudo isso: ao menos nesta segunda-feira (25), os fatores domésticos tendem a prevalecer sobre as questões externas no mercado brasileiro. E isso porque Wall Street estará fechada neste início de semana, em comemoração a um feriado local — o que abre espaço para as questões locais dominarem as negociações.

E, por aqui, o clima está longe de ser dos mais pessimistas.

Um dia atrás do outro

No Brasil, a percepção de risco político diminuiu sensivelmente nos últimos dias: a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores, contando com a presença dos presidentes da Câmara e do Senado, contribuiu para passar uma mensagem de maior alinhamento entre as diversas esferas do poder.

E, na sexta-feira passada (22), foi divulgado o tão aguardado vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Só que, nos minutos seguintes à publicação do material, o mercado mostrou-se pouco preocupado com o conteúdo.

O vídeo veio à público pouco antes das 17h, e, assim, não foi repercutido a tempo na sessão regular de sexta-feira. No entanto, o Ibovespa futuro e o dólar para junho, cujas negociações encerram-se apenas às 18h, conseguiram reagir de maneira imediata — e passaram por um alívio extra.

Eu conversei com alguns agentes financeiros, questionando o comportamento "otimista" do mercado. A percepção foi unânime: por mais que o vídeo mostre um comportamento muitas vezes desagradável do presidente, ele não mostra provas cabais quanto às acusações levantadas por Moro de que Bolsonaro estaria tentando interferir na Polícia Federal.

"Aparentemente, não tem coisa muito relevante", me disse um operador, ainda na noite de sexta-feira. "O mercado gostou porque não aparece nada muito crítico, ao menos num primeiro momento".

Enquanto o Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira em baixa de 1,03%, o Ibovespa futuro para junho (INDM20) terminou em alta de 1,30% — a virada ocorreu entre 17h e 18h, período pós-vídeo. E, considerando que os mercados americanos estarão fechados, é razoável imaginar que a bolsa irá se ajustar positivamente a esse cenário.

Agenda cheia

No front da agenda econômica, teremos uma semana mais agitada, tanto no Brasil quanto no exterior. Por aqui, destaque para os dados do PIB no primeiro trimestre de 2020; lá fora, vale ficar atento às manifestações do Fed e aos dados de atividade e confiança na Europa:

  • Segunda-feira (25)
    • EUA: mercados fechados (feriado)
    • Alemanha:
      • PIB no 1º trimestre
      • Índice IFO de sentimento das empresas em maio
    • Reino Unido: mercados fechados (feriado)
  • Terça-feira (26)
    • Brasil: IPCA-15 em maio
    • EUA:
      • Índice de atividade do Fed Chicago em abril
      • Confiança do consumidor em maio
      • Vendas de moradias novas em abril
    • Alemanha: índice GFK de confiança do consumidor em junho
  • Quarta-feira (27)
    • EUA: Livro bege do Fed
  • Quinta-feira (28)
    • Brasil: Pnad contínua (trimestre encerrado em abril)
    • EUA:
      • PIB no 1º trimestre (segunda estimativa)
      • Novos pedidos de seguro-desemprego na semana até 23/05
    • Alemanha: inflação (CPI) preliminar em maio
    • Reino Unido: Índice GFK de confiança do consumidor em maio
    • Zona do Euro: índice de confiança do consumidor em maio
  • Sexta-feira (29)
    • Brasil: PIB no 1º trimestre
    • EUA: Jerome Powell, presidente do Fed, faz discurso
    • Alemanha: vendas no varejo em abril
    • Zona do Euro: Inflação (CPI) preliminar em maio

Ainda tem balanços

No lado corporativo, a temporada de balanços do primeiro trimestre continua em andamento no Brasil. E, ao contrário da semana passada, teremos um número relativamente alto de empresas do Ibovespa divulgando seus números.

Meu colega Kaype Abreu fez um resumo e conta o que esperar dos dados do Magazine Luiza, Cosan e Iguatemi — para ler a prévia, é só clicar aqui. Veja abaixo a agenda de balanços da semana:

  • Segunda-feira (25): Magazine Luiza;
  • Terça-feira (26): Iguatemi;
  • Quarta-feira (27): Rumo;
  • Quinta-feira (28): Cia Hering, Eletrobras e MRV;
  • Sexta-feira (29): Cosan.

Sob pressão

Por fim, vale ficar atento às ações do setor de locação de veículos, como Localiza ON (RENT3), Movida ON (MOVI3) e Unidas ON (LCAM3). Isso porque a Hertz, uma das mais antigas empresas do segmento, entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA.

Não há consequências diretas para o Brasil, já que a Localiza comprou as operações da Hertz no país ainda em 2017. No entanto, a notícia pode mexer com a confiança dos investidores no setor e aumentar a cautela quanto às ações dessas empresas.

Ainda em relação à Localiza, é preciso ficar atento a um possível efeito secundário. O que o acordo firmado entre as partes também previa uma "cooperação de de marketing": no Brasil, passou a ser usada a marca 'Localiza Hertz'; no exterior, a marca 'Localiza' seria inserida nas lojas das Hertz em alguns aeroportos nos EUA e na Europa.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MEXENDO

Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia

16 de abril de 2025 - 11:05

Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

IR 2025

Como declarar ações no imposto de renda 2025

16 de abril de 2025 - 7:37

Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

15 de abril de 2025 - 14:32

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia

15 de abril de 2025 - 13:40

Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos

ANTES DA OPA

Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA

15 de abril de 2025 - 9:29

Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 1T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de abril de 2025 - 6:47

De volta ao seu ritmo acelerado, a temporada de balanços do 1T25 começa em abril e revela como as empresas brasileiras têm desempenhado na nova era de Donald Trump

MERCADOS HOJE

Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta

14 de abril de 2025 - 11:27

Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos

REESTRUTURAÇÃO DA AÉREA

Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3

14 de abril de 2025 - 10:17

Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje

14 de abril de 2025 - 8:46

Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Allos (ALOS3) entra na reta final da fusão e aposta em dividendos com data marcada (e no começo do mês) para atrair pequeno investidor

14 de abril de 2025 - 6:00

Em conversa com Seu Dinheiro, a CFO Daniella Guanabara fala sobre os planos da Allos para 2025 e a busca por diversificar receitas — por exemplo, com a empresa de mídia out of home Helloo

AOS NÚMEROS

Guerra comercial: 5 gráficos que mostram como Trump virou os mercados de cabeça para baixo

13 de abril de 2025 - 15:50

Veja os gráficos que mostram o que aconteceu com dólar, petróleo, Ibovespa, Treasuries e mais diante da guerra comercial de Trump

ESTÃO TE ESPERANDO, VÊ SE NÃO VAI DEMORAR

A lanterna dos afogados: as 25 ações para comprar depois do caos, segundo o Itaú BBA

13 de abril de 2025 - 11:59

Da construção civil ao agro, analistas revelam onde ainda há valor escondido

A LANTERNA DOS AFOGADOS

Ibovespa é um dos poucos índices sobreviventes de uma das semanas mais caóticas da história dos mercados; veja quem mais caiu

12 de abril de 2025 - 16:01

Nasdaq é o grande vencedor da semana, enquanto índices da China e Taiwan foram os que mais perderam

DEU PARA SOBREVIVER

Após semana intensa, bolsas conseguem fechar no azul apesar de nova elevação tarifária pela China; ouro bate recorde a US$ 3.200

11 de abril de 2025 - 18:50

Clima ainda é de cautela nos mercados, mas dia foi de recuperação de perdas para o Ibovespa e os índices das bolsas de NY

SEXTOU COM O RUY

Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção

11 de abril de 2025 - 6:03

Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA

10 de abril de 2025 - 8:12

Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão

O SONHO ACABOU?

Ambev (ABEV3) vai do sonho grande de Lemann à “grande ressaca”: por que o mercado largou as ações da cervejaria — e o que esperar

10 de abril de 2025 - 6:12

Com queda de 30% nas ações nos últimos dez anos, cervejaria domina mercado totalmente maduro e não vê perspectiva de crescimento clara, diante de um momento de mudança nos hábitos de consumo

VIVENDO E APRENDENDO

Bank of America projeta recuperação das empresas de educação e tem uma ação preferida do setor; saiba qual é

9 de abril de 2025 - 17:34

Para o BofA, a tendência é que a valorização continue, especialmente após desempenho que superou o Ibovespa em 35 pontos percentuais

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar