Segredos da bolsa: O cachorro louco segue à solta nos mercados
Agenda repleta de balanços corporativos e indicadores econômicos importantes no Brasil, na China, nos EUA e na Europa promete deixar os investidores com os nervos à flor da pele esta semana
O mês do cachorro louco começou com tudo nos mercados financeiros locais. O discreto recuo de 0,13% no Ibovespa no acumulado da semana passada não dá nem de maneira aproximada a dimensão da volatilidade que atingiu a bolsa na primeira semana de agosto.
Foi uma período tão atípico que o Ibovespa até mesmo se descolou do rali em Wall Street no início da semana para reagir a riscos locais. Algo tão raro quanto um título do São Paulo na última década (que me perdoem os tricolores).
Uma agenda repleta de balanços corporativos e indicadores econômicos importantes no Brasil, na China, nos Estados Unidos e na Europa promete deixar os investidores com os nervos à flor da pele em um momento no qual a recuperação da economia real parece muito longe dos desejos mais otimistas dos analistas de mercado.
E a montanha-russa do início de agosto não deve dar trégua em uma semana que já se inicia sob o impacto das marcas devastadoras da pandemia. O Brasil ultrapassou no fim de semana as marcas de 100 mil mortos e 3 milhões de infectados pelo novo coronavírus.
E enquanto o balão de ensaio de um novo imposto nos moldes da nova CPMF parece ter vindo furado, seguem no radar as tentativas do governo Jair Bolsonaro e do Congresso de driblar o teto de gastos e pré-programado para balançar com qualquer ventinho contrário.
Se você tem ações de bancos, agradeça a Rodrigo Maia
As ações dos bancos penaram um bocado entre o fim de julho e o início de agosto. Os balanços referentes ao segundo trimestre fizeram reverberar a preocupação do setor financeiro para enfrentar a crescente inadimplência.
Leia Também
Na semana passada, um projeto de lei visando impor um teto aos indecentes juros cobrados pelas instituições financeiras nas linhas de cheque especial e rotativo do cartão de crédito passou no Senado e azedou ainda mais o cenário.
A salvação dos papéis dos bancos pode vir na ação – ou falta de uma – do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ). Ele antecipou na sexta-feira a intenção de esquecer o projeto de lei em alguma gaveta por aí.
A notícia por pouco não fez o Ibovespa virar para cima em um dia no qual os ativos de risco reagiam negativamente à guerra comercial de Donald Trump contra a China.
Na visão de Maia, os bancos precisam encontrar de maneira rápida "soluções" para produtos tão "nocivos" aos clientes, mas sem que seja necessária uma intervenção legislativa no assunto.
O presidente da Câmara, aliás, estava atacado na sexta-feira. Falou sobre tudo e mais um pouco. Numa dessas, deixou escapar que a privatização da Eletrobras deve ficar para 2021 por causa da falta de consenso sobre o tema entre a Câmara e o Senado. Mais chances de seguir adiante ainda este ano, segundo Maia, têm a atualização do marco legal para o setor elétrico e a nova lei do gás.
Atenção às teles
A Oi assinou acordo de exclusividade com a Claro, a Vivo e a Tim na sexta-feira para a venda de sua operação de telefonia móvel. No mês passado, Claro, Vivo e Tim apresentaram uma proposta conjunta de R$ 16,5 bilhões pela operação da Oi, que encontra-se em recuperação judicial.
A Oi chegou a firmar um acordo de exclusividade com a Highline, mas o prazo expirou no início da semana passada sem que o trato fosse renovado.
Com o acordo, o trio entra no leilão como "stalking horse". Isto dará a essas operadoras o direito de preferência para cobrir qualquer outra oferta pelos ativos de telefonia móvel da Oi.
Câmbio favorece receitas de empresas exportadoras
Depois de recuar 4% na última semana de julho, o dólar subiu 3,8% na primeira semana de agosto, retornando ao nível mais elevado desde 30 de junho. Analistas avaliam que a taxa de câmbio não deve mudar muito no curto prazo. Isto favorece as receitas das empresas exportadoras.
Com os sinais de recuperação da atividade econômica chinesa, companhias dos setores de mineração e siderurgia ganham um suporte bem-vindo para os resultados nos próximos trimestres.
Agenda de balanços corporativos segue a todo o vapor
A agenda de resultados trimestrais de empresas listadas no Ibovespa pega fogo esta semana. Os destaques dos próximos dias ficam por conta de B3, Cosan, JBS e Suzano. A expectativa é de que as varejistas garantam um show à parte.
Confira a agenda completa das empresas do Ibovespa para os próximos dias.
Investidores buscam pistas nas vendas no varejo, no IBC-Br e na ata do Copom
A agenda de indicadores econômicos no Brasil trará nesta semana novas informações sobre o andamento da recuperação econômica em meio à pandemia. Há quem garanta que o pior já passou, mas o fato é que qualquer previsão sobre como a economia vai reagir no médio prazo não passa de achismo.
Os destaques ficam por conta do IBGE, que divulgará os dados de vendas no varejo e do setor de serviços em junho. Apesar de os analistas preverem recuperação em base mensal, espera-se recuo acentuado na comparação anual.
Já o Banco Central, além de dar publicidade à ata de sua última reunião de política monetária, fechará a semana com a divulgação do IBC-Br, que trará os dados da atividade econômica no Brasil em junho.
Veja quais são os indicadores que devem agitar a semana no Brasil
- Segunda-feira: A semana começa com o boletim Focus, a primeira prévia do IGP-M e a atualização semanal dos dados da balança comercial.
- Terça-feira: A ata do Copom pode lançar nova luz sobre qual é o tamanho da fresta deixada pelo Banco Central para a possibilidade de novos cortes na taxa Selic. Além disso, novos dados sobre a produção agrícola atualizarão o panorama do setor que vem inibindo o pessimismo dos analistas com relação à retração do PIB brasileiro em tempos de pandemia.
- Quarta-feira: O IBGE divulga os números das vendas no varejo em junho.
- Quinta-feira: Os números do setor de serviços em junho serão divulgados pelo IBGE.
- Sexta-feira: O IGP-10 faz a cama para o IBC-Br, com os dados da atividade econômica brasileira em junho apurados pelo Banco Central.
Trump mantém a guerra comercial no radar
Qualquer ser humano que acompanhe o noticiário internacional com um mínimo de juízo quer ver a guerra comercial entre Estados Unidos e China fora do radar. Mas há um obstáculo enorme para que isto ocorra, e ele atende pelo nome de Donald Trump.
Envolvido pela sombra do negacionismo pandêmico e em campanha pela reeleição, o presidente norte-americano segue elevando o tom do discurso anti-China. A ameaça do momento é banir os aplicativos TikTok e WeChat nos EUA se as operações dos aplicativos – ambos de origem chinesa – não forem vendidas a empresas norte-americanas nas próximas semanas.
Como a China vem deixando de lado a política de colocar panos quentes sobre as recorrentes provocações de Trump, alguma reação é esperada. Só não se sabe qual.
Entre os indicadores econômicos, a agenda internacional da próxima semana traz como destaque as vendas no varejo e a produção industrial de China e EUA.
- Domingo: A China divulga os índices de preços ao consumidor e ao produtor referentes a julho.
- Segunda-feira: Os EUA divulgam o relatório Jolts sobre a criação de empregos.
- Terça-feira: O destaque fica por conta do dado de preço ao produtor nos EUA.
- Quarta-feira: Dia agitado em termos de indicadores externos. O Reino Unido informa os dados do PIB no segundo trimestre, além dos números da produção industrial e da balança comercial em junho. Também serão conhecidas produção industrial na zona do euro em junho e a inflação ao consumidor norte-americano em julho.
- Quinta-feira: Pela manhã, os EUA divulgam os dados semanais de auxílio-desemprego. À noite, a China dá publicidade a indicadores essenciais para avaliar a recuperação econômica do país, como a taxa de desemprego, as vendas no varejo e a produção industrial de julho.
- Sexta-feira: Serão conhecidos os dados trimestrais de PIB e emprego na zona do euro, assim como o saldo comercial da união monetária em junho. Nos EUA saem os dados de vendas no varejo e produção industrial em julho, bem como o índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan.
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo
Rodolfo Amstalden: Abrindo a janela de Druckenmiller para deixar o sol entrar
Neste exato momento, enxergo a fresta de sol nascente para o próximo grande bull market no Brasil, intimamente correlacionado com os ciclos eleitorais
O IRB Re ainda vale a pena? Ações IRBR3 surgem entre as maiores quedas do Ibovespa após balanço, mas tem bancão dizendo que o melhor está por vir
Apesar do desempenho acima do esperado entre julho e setembro, os papéis da resseguradora inverteram o sinal positivo da abertura e passaram a operar no vermelho
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Arte de milionária: primeira pintura feita por robô humanoide é vendida por mais de US$ 1 milhão
A obra em homenagem ao matemático Alan Turing tem valor próximo ao do quadro “Navio Negreiro”, de Cândido Portinari, que foi leiloado em 2012 por US$ 1,14 milhão e é considerado um dos mais caros entre artistas brasileiros até então
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Compre China na baixa: a recomendação controversa de um dos principais especialistas na segunda maior economia do mundo
A frustração do mercado com o pacote trilionário da semana passada abre uma janela e oportunidade para o investidor que sabe esperar, segundo a Gavekal Research
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Ações da Gerdau (GGBR4) e de sua controladora (GOAU4) saltam até 13% e lideram altas do Ibovespa na semana; Alpargatas (ALPA4) cai 9,5% após balanço
O balanço mais forte que o esperado da Gerdau provocou uma forte alta nos papéis, enquanto a Alpargatas recuou mesmo após reportar resultados positivos no trimestre