🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

As ações de uma “antiga novata” com potencial de alta de 75% na bolsa

Se tudo der certo, é bem capaz de termos uma história de multiplicação na Bolsa, com um risco de desvalorização relativamente limitado

27 de agosto de 2020
6:01 - atualizado às 12:01
Gráfico de alta com homem sobre avião de papel
Imagem: Shutterstock

Dentre o universo de cobertura de empresas listadas na Bolsa brasileira, há dois setores “temidos” por analistas: utilities e commodities.

O setor de utilities, que compreende ações de companhias do setor elétrico e saneamento, é altamente regulado e é, de longe, o mais difícil de se familiarizar. Além do arcabouço regulatório complexo, a disponibilização de informações da Aneel deixa bastante a desejar, para dizer o mínimo.

Não ajuda o fato de que o governo Dilma fez várias barbeiragens com o setor, destruindo muito valor para empresas, acionistas e consumidores, o que deixou todo mundo ainda mais reticente e aumentou o grau de complexidade de forma considerável.

Já as produtoras de commodities não são assim tão complexas – a empresa extrai uma matéria-prima (minério de ferro, ouro, celulose), faz (ou não) algum tipo de processamento e despacha o produto para o comprador.

A grande pegadinha das commodities é que, via de regra, a maior parte da produção é exportada e, portanto, as receitas são dolarizadas. No longo prazo, isso é positivo, porque uma produtora local tem boa parte dos custos em reais, mas tem receita em moeda forte, uma combinação que costuma ser interessante.

Por outro lado, é praticamente impossível fazer qualquer previsão mais acertada sobre o futuro do câmbio no curto prazo e, não raro, vemos flutuações na moeda americana fazerem economistas e analistas calçarem, a contragosto, as sandálias da humildade.

Leia Também

Isso se não bastasse o fato de que, por definição, o preço de uma commodity é definido por forças de mercado (as tais oferta e demanda) e as produtoras têm muito pouco a dizer sobre o preço de seus próprios produtos.

Com isso, modelar uma exportadora de minério de ferro ou de uma produtora de papel é um exercício quase esotérico capaz de frustrar gestores e analistas de todas as raças, credos e tamanhos.

Por essas e outras, as exportadoras de commodity se transformaram no patinho feio da Bolsa e, não raro, tem bastante gente que fala que não encosta em Vale. Se for commodity estatal, então, aí é pior do que bater na própria mãe – tem gestor fundamentalista que prefere investir em bitcoin do que comprar Petrobras.

Mas, tirando as dificuldades, na B3 a gente pode encontrar algumas coisas bem interessantes. Em tempos de preocupações com a situação fiscal e estresse no câmbio, acho que vale dar uma olhada numa antiga novata da Bolsa.

Antiga porque a Irani (RANI3) tem ações listadas desde 1977 e novata porque acabou de passar por um “re-IPO” para ganhar liquidez e um alívio no caixa – a verdade é que, mesmo sendo listada há décadas, era um papel praticamente esquecido, com baixíssima liquidez e diversos problemas que impediam a companhia de crescer.

Há algumas semanas, a empresa levantou R$ 400 milhões, que permitiu endereçar a alavancagem excessiva e abriu caminho para investimentos bastante interessantes ao longo dos próximos anos, que podem fomentar uma história de crescimento.

Além da melhora de balanço e no operacional, a oferta foi acompanhada de um compromisso de migração para o Novo Mercado, que traz um ganho de governança e maiores exigências de transparência.

Retomando o histórico, a Irani Papel e Embalagem S.A. foi fundada em 1941 em Santa Catarina e, depois do IPO em 1977, passou por algumas décadas de crescimento e consolidação e, em 1994, trocou de controle. Em 1997, passou a atuar no mercado de embalagem de papelão ondulado, hoje seu principal foco de atuação.

Hoje, são basicamente três fontes de receitas – (i) produção e venda de embalagens de papelão ondulado; (ii) papel para embalagens e (iii) atividade florestal no Rio Grande do Sul, que envolve a produção de toras de madeira e resinas, a maioria voltada para a indústria estrangeira. Em termos de mercado interno e externo, pouco mais do que 25% das receitas vieram de fora, com o restante sendo gerado no mercado brasileiro.

É aqui que a companhia tem um perfil um pouco diferente da empresa de commodity “tradicional”. Como a maior parte da produção fica no mercado interno e os produtos estão intimamente ligados ao consumo, a empresa está mais exposta ao ciclo doméstico do que a Vale, por exemplo.

Por outro lado, ainda há uma boa exposição ao câmbio tanto diretamente (26,8% das receitas do 2T20 vieram de exportações) quanto indiretamente, uma vez que a desvalorização cambial pressiona preços no mercado interno e torna a Irani mais competitiva no mercado externo.

A produção está distribuída em quatro estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais), compreendendo duas áreas florestais e cinco plantas de processamento, que permitem capacidade de produção de 290 mil toneladas de papel ao ano, a quebra entre venda de papel para terceiros e conversão para papelão ondulado é quase meio a meio, o que dá uma certa flexibilidade para que, a depender das condições de mercado, a empresa opte por destinar maiores ou menores volumes a terceiros.

O apelo ESG

É interessante notar que cerca de 70% da produção é feita com aparas, ou fibras recicladas, o que a coloca também como um importante player no mercado sustentável (sempre interessante no momento em que “ESG” tem se tornado cada vez mais sexy) – via de regra, as embalagens com produtos reciclados são utilizados em quase todos os segmentos, com exceção de embalagens que terão contato direto com alimentos.

Em 2013, a empresa adquiriu da Indústria São Roberto, o que trouxe a alavancagem para níveis bem desconfortáveis, impedindo que a Irani investisse em crescimento por um bom tempo: a dívida líquida atingiu alarmantes 5,88x Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2016 e os pagamentos de juros e principal praticamente consumiam todo o caixa gerado pelas operações.

Novo fôlego

No ano passado, a Irani começou um grande projeto de reperfilamento da dívida, com emissão de debêntures e o novo IPO, que trouxeram um necessário respiro às operações. No fim do 2T20, antes da entrada dos recursos do re-IPO, o endividamento estava em torno de 2,94x e o caixa fechou o segundo trimestre em R$ 108 milhões.

Fontes: Seu Dinheiro e Irani

Com os recursos da oferta, o caixa deve ficar em torno de R$ 500 milhões e o endividamento deve cair para abaixo de 1x Ebitda, o que permite investimento nos projetos de expansão, onde podemos encontrar o maior potencial de alta das ações.

A valorização dos papéis deve demorar um pouco para aparecer – não espere uma alta nas receitas ou nos lucros ao longos dos próximos trimestres, mas, conforme a empresa for executando os pouco mais de R$ 1 bilhão de investimentos que tem na ponta da agulha, o valor para os acionistas deve começar a se refletir no preço das ações.

São três grandes projetos: (i) expansão da capacidade da planta em Santa Catarina, que pode adicionar mais de 50 mil toneladas adicionais à produção anual; (ii) caldeira de recuperação, também na planta em Santa Catarina, que deve trazer ganhos de eficiência energética e redução nos custos de produção, bem como ampliar a capacidade produtiva da fábrica e (iii) uma nova planta de embalagem em Minas Gerais, o projeto mais caro e controverso, uma vez que não tem o mesmo potencial de geração de valor dos outros dois e ainda está sob análise do time de gestão.

De acordo com estimativas do management e de alguns analisas que cobrem o papel, se tudo der certo e com um pouco de sorte, o Ebitda pode chegar a dobrar nos próximos quatro a cinco anos.

Olhando para o Ebitda esperado dos últimos 12 meses e já fazendo os ajustes para a emissão recente, o papel negocia a cerca de 6x valor de companhia/Ebitda (EV/Ebitda, da sigla em inglês), bem abaixo dos pares (Klabin, por exemplo, negocia a 10,8x). Mesmo que você aplique um belo desconto, só de levar o múltiplo para 7,5x, já enxergo um potencial de valorização em torno de 35%.

Assumindo que esse Ebitda cresça 25% e o múltiplo se mantenha em 7,5x, o valor justo por ação seria de R$ 8,20, 75% acima dos R$ 4,69 do fechamento de ontem (26 de agosto). Se tudo der certo, é bem capaz de termos uma história de multiplicação na Bolsa, com um risco de desvalorização relativamente limitado.

Sendo assim, faz todo sentido colocar um pouco de RANI3 no portfólio, dado que enxergo um ótimo potencial de valorização ao longo dos próximos dois ou três anos. Eu não “encheria a mão” do papel, dado que não é dos casos mais óbvios da Bolsa, mas enxergo uma assimetria muito convidativa por aqui.

De riscos, é importante comentar que, mesmo que a dinâmica da companhia a deixei mais exposta ao ciclo doméstico, ainda estamos falando de uma commodity com preço definido nos mercados internacionais, com pouco poder de precificação por parte da companhia.

Além disso, o papel tem liquidez limitada (cerca de R$ 14 milhões por dia) e, mesmo concluído o processo de migração para o Novo Mercado, a companhia tem controle familiar e não é um exemplo de governança.

Por fim, boa parte do crescimento vem da execução dos projetos apresentados e não há nenhuma garantia de que sairão do papel e muito menos de que trarão os resultados esperados. O desconto para os pares me parece mais do que suficiente para mitigar essas questões.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

FACA NA TECNOLOGIA

O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim

21 de novembro de 2024 - 12:48

Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos

BOM, PORÉM…

Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar  no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço

21 de novembro de 2024 - 11:22

Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual

RELATÓRIO DO BC

Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal

21 de novembro de 2024 - 11:10

Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

FÁBRICA DE BILIONÁRIOS

Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica

21 de novembro de 2024 - 8:22

O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

SD Select

Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)

19 de novembro de 2024 - 15:47

Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”

HIDRELÉTRICAS

R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações 

19 de novembro de 2024 - 15:12

Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

Conteúdo BTG Pactual

Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?

19 de novembro de 2024 - 14:00

Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos

SD Select

‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista

19 de novembro de 2024 - 10:29

Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional

19 de novembro de 2024 - 7:02

É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos

COMPRAR OU VENDER

Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar

18 de novembro de 2024 - 17:42

O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

EM MINAS GERAIS

Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar

18 de novembro de 2024 - 10:31

Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar