Mercado se frustra com Bolsonaro, mas ainda mantém apoio
Popularidade do presidente, que tem crescido em meio à pandemia, e a avalição de que não há outras opções fazem com que agentes financeiros relutem em desembarcar do governo
Se ainda tinha esperanças de uma agenda robusta de reformas, austeridade fiscal e privatizações daqui até 2022, o mercado financeiro perdeu de vez as ilusões durante a pandemia.
A gota d'água em um copo já cheio de mágoas pelo não cumprimento de promessas de política econômica veio há duas semanas, quando o governo ameaçou dar uma pedalada fiscal para financiar o Renda Cidadã, programa de distribuição de renda que é a atual menina dos olhos do presidente Jair Bolsonaro.
Ainda assim, o mercado reluta em desembarcar de vez do governo - seja porque a popularidade do presidente tem até crescido em meio à pandemia, seja pela avaliação de falta de opções, até o momento, para se apostar as fichas nas eleições de 2022.
"Ninguém, em sã consciência, vai comprar uma briga com um presidente com 40% de popularidade", definiu um diretor de um grande banco brasileiro ao Estadão. A reportagem conversou com uma dezena de executivos de bancos de varejo, bancos de investimento e fundos, e a avaliação é que itens importantes da agenda econômica devem demorar mais a avançar do que o prometido.
No entanto, tanto pela forte posição do presidente quanto pela indefinição de outros nomes com chances eleitorais que defendam um ideário liberal, a estratégia atual do mercado é a de esperar para ver.
Furar o teto de gastos - mecanismo instituído em 2016, no governo Michel Temer, que limita o crescimento das despesas ao aumento da inflação - pode ser perigoso: ao ameaçar fazer isso, por meio da manobra do uso do dinheiro dos precatórios, o governo federal foi alvo de uma saraivada de críticas.
Leia Também
Caso decida jogar a austeridade fiscal para o ar, bancos, financeiras e fundos de investimento não devem apenas elevar o volume das críticas. Vão cobrar ainda mais caro para rolar a dívida pública brasileira - deixando o governo enforcado. A falta de confiança deve levar a juros mais altos, inflação e, mais adiante, aprofundar a recessão, segundo avaliação do mercado.
Logo, ainda na definição de executivos de mercado, o governo Bolsonaro está em um dilema do tipo "o ovo ou a galinha". Entendeu, graças ao auxílio emergencial, que distribuir dinheiro à população dá popularidade. De olho nesse capital político, o presidente pretende criar o Renda Cidadã, um programa de incentivo menor, mas permanente. A ameaça de furar o teto de gastos pode pegar mal com investidores, mas gastar mais tem ajudado na popularidade.
Agenda
Outro tema de discussão em pauta no mercado é a dificuldade do ministro da Economia, Paulo Guedes, de entregar a agenda de reformas e competitividade prometida.
Na visão do economista-chefe da Garde, Daniel Weeks, o ministro não tem conseguido convencer Bolsonaro que é "preciso cortar na carne para fazer ajustes".
Na briga com os articuladores políticos do governo - como o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) -, Guedes parece estar em desvantagem. "O que vemos hoje é que a política está dando as cartas." Se tudo continuar como está, diz Weeks, Bolsa e dólar vão continuar sob pressão.
Para Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, qualquer que seja a solução encontrada para o Renda Brasil, vai ser difícil para o governo tirar a dúvida do mercado financeiro sobre seu comprometimento com o controle de gastos.
"E essa dúvida faz com que a dívida pública não pare de subir. O fato é que o País empobreceu. E não é possível que o setor público não entre com sua cota de contribuição (nos sacrifícios)", diz Figueiredo. "Ou a gente cuida disso (contas públicas) ou o Brasil vai cair no precipício", acrescenta.
Guedes
A saída do ministro da Fazenda, Paulo Guedes, não é mais um tabu entre os tomadores de decisão do mercado financeiro. Pelo contrário: pode ser até solução.
"Se o Guedes estiver indo embora e o governo disser: estou trazendo dois nomes - um para o ministério e outro para a articulação política - que o mercado veja como capazes de empurrar as reformas administrativa e tributária, além das privatizações, todo mundo vai adorar", disse um gestor de um fundo de investimento.
A permanência do ministro, atualmente, é vista como um "bote de salvação" apenas para o teto de gastos - que é o mínimo para que o País continue a poder pensar em recuperação da economia em 2021 e 2022. Ficou claro, porém, que ele não deve conseguir empurrar uma agenda mais ousada. Dessa forma, avaliam economistas e gestores de bancos, o volume do clamor "fica Guedes" tem diminuído nos últimos meses.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
Governo da China expulsa ex-chefe do projeto do yuan digital sob alegações de corrupção
Yao Qian é acusado de receber subornos em criptomoedas, bens de luxo e propriedades, além de realizar empréstimos ilegais enquanto ocupava cargo público
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos