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Presidente da Câmara

Maia diz que momento é de União e que sempre confiou em Guedes

Com tom conciliador, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o momento é de diálogo e união de esforços com o governo

Estadão Conteúdo
23 de julho de 2020
18:36 - atualizado às 20:06
Rodrigo Maia e Paulo Guedes
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. - Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Com tom conciliador, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que o momento é de diálogo e união de esforços com o governo. Ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, o parlamentar afirmou que sempre confiou no chefe da equipe econômica e sinalizou apoio às pautas consideradas prioritárias para o governo que, segundo ele, vão à voto a partir de agosto.

"Acho que está na hora de voltarmos a ter reuniões periódicas e permanentes, Sempre tive uma enorme confiança no ministro Paulo Guedes. Na minha última eleição Guedes foi decisivo e eu vim aqui dizer a ele isso, do meu compromisso de pauta da modernização do Estado brasileiro, de melhoria do ambiente de negócio do setor privado", disse.

Nos últimos dias, Guedes e Maia ensaiam uma aproximação em busca de entendimento sobre a pauta econômica, após atritos durante a pandemia do novo coronavírus. Maia afirmou que é necessário "tirar da frente" qualquer ruído sobre a relação com o governo federal.

"Nós sabemos que o governo tem demandas importantes que já estão na Câmara e que vão à voto a partir de agosto, a lei do gás, de recuperação judicial e a lei cambial, que o Banco Central já vem há muito tempo", afirmou. "Como ele, também acredito muito que o Brasil vai crescer, gerando marcos regulatórios e segurança jurídica para investir."

Maia também ressaltou a discussão da indexação do Orçamento e das PECs encaminhadas pela equipe econômica no ano passado, travadas no Senado por conta da pandemia. "São muito importantes em qualquer momento, mas principalmente em um momento como esse de pandemia e depois pós pandemia onde as pressões por investimentos e depois por aumento de despesas e proteção aos mais vulneráveis vão aparecer. A gente tem que olhar todas as oportunidades." Perguntado, Maia evitou responder sobre medidas de desoneração da folha de pagamento. Ele afirmou que o debate deve ficar para depois e que o momento é de foco nos assuntos que unem o governo e o parlamento.

Diálogo

À CNN Brasil, Maia reforçou a importância da aproximação com o governo para a construção de uma pauta para criar condições para que o País volte a crescer. Em entrevista à CNN, afirmou que diálogo permanente com a equipe econômica vai ajudar, "pois tinha muito ruído no meio do caminho". Segundo ele, os possíveis investidores querem olhar os três poderes dialogando e construindo caminhos e não conflitos.

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"O Brasil crescendo, gerando emprego vai, sem dúvida nenhuma, aumentar a arrecadação pelo lado positivo, sem aumentar impostos. Então, acho que nós temos uma agenda que está sendo pautada, temas que ainda vão vir à pauta, não tenho dúvida nenhuma que o diálogo permanente vai nos ajudar", revelou.

Mais cedo nesta quinta-feira, 23, o deputado se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Após o encontro, Maia afirmou que sempre confiou no chefe da equipe econômica e sinalizou apoio a pautas consideradas prioritárias pelo Executivo que tramitam na Congresso.

"Combinei isso com Guedes e com o ministro Ramos (Secretaria de Governo), que a gente vai estar dialogando sempre para que o interesse da sociedade brasileira, do cidadão brasileiro, prevaleça em relação aos interesses políticos, que são legítimos, mas não podem de forma nenhuma atrasar ou atrapalhar diálogo para construção de maiorias ou consensos nas votações da Câmara dos Deputados", afirmou.

Meio ambiente

Diante das preocupações de investidores com a preservação do meio ambiente, o presidente da Câmara, Maia decidiu criar um grupo de acompanhamento do tema no parlamento. "Estou reunindo na próxima semana alguns deputados mais ligados à área do meio ambiente para que a gente possa ter uma proposta de agenda de debate e inclusive de acompanhamento das ações do governo, principalmente, na floresta amazônica", disse o deputado.

Segundo ele, a ideia é levantar as propostas sobre o meio ambiente que já estão tramitando na Câmara e também fiscalizar os atos do poder Executivo. "A ideia é também um grupo que possa trabalhar integrado com ao grupo liderado pelo vice-presidente da República Hamilton Mourão", disse.

"A gente precisa estar mais ativo nesse tema, essa é uma demanda importante, é uma preocupação grande", disse.

Ele citou dois projetos que tramitam na Casa e que, segundo ele, estão com o debate avançado, que são a regularização fundiária e o licenciamento ambiental.

Questionado sobre a atuação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Maia disse que, se ações do governo não forem concretas em relação ao meio ambiente, não adianta trocar o ministro.

Sistema tributário

Segundo Maia, o sistema tributário atual gera grande dificuldade ao investidor e, se o Congresso conseguir avançar na reforma, unificando os impostos, vai conseguir dar sinais positivos de um possível crescimento econômico no segundo semestre.

Em entrevista à CNN Brasil, ele disse também que espera um caminho na reforma tributária que não traga aumento de impostos. "A sociedade não tem boa vontade, com razão, com aumento de impostos. Nós tivemos aí durante um período, aumento da carga tributária em 9% das nossas riquezas, e isso não gerou um Estado moderno. Pelo contrário, fez um Estado mais caro, com menos produtividade, com ambiente de negócios mais hostil. Então, aumento de impostos sempre gera uma rejeição por parte da sociedade", disse Maia.

Bolsa Família

Maia defendeu que o governo encaminhe proposta sobre a modernização do Bolsa Família. Segundo ele, o Congresso está pronto para ampliar o debate sobre a criação de um programa de renda permanente para a população mais vulnerável.

Ele afirmou que o auxílio emergencial, pago por conta da pandemia do novo coronavírus, teve um impacto na vida de milhões de brasileiros, mas que o benefício tem um limite. "Não adianta ir atrasando nossas decisões permanentes, porque elas vão gerando uma insegurança em toda a sociedade", disse.

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